Iamspe arrocha salário de servidores, mas sobram recursos para terceirizadas

A dirigente do SindSaúde-SP, Regina Bueno, relatou ao deputado Carlos Giannazi e ao vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) a indignação dos servidores do Iamspe manifestada em assembleia no dia 6/8. A revolta se deve ao calote na bonificação por resultado, valor que reduziria a defasagem salarial em relação à Secretaria da Saúde, pasta à qual o Iamspe era vinculado até 2008, quando começou a ser jogado de secretaria para secretaria. “Esse bônus iria aliviar um pouco a situação que estamos vivendo”, afirmou a sindicalista, relatando as diversas contaminações e as nove mortes entre os servidores do Hospital do Servidor.

Também participou da live, realizada depois da assembleia, Ana Cristina Manente, presidente da associação dos funcionários (Afiamspe). A enfermeira apontou o descalabro da atual forma de gestão, na qual os servidores participam com 80% do custeio do instituto, mas são impedidos de participar de sua administração ou do conselho fiscal.

A obstinação em manter os funcionários longe das contas pode ser explicada por contratos com empresas terceirizadas. Uma delas é a Qualicorp, cujo dono é acusado de doar R$ 5 milhões ao caixa 2 da campanha de José Serra ao senado, em 2014. Segundo o vereador Celso Giannazi, tanto no Estado como no município, 70% dos serviços de saúde já estão nas mãos das organizações sociais.

Sem realizar concursos, o HSPE está terceirizando cada vez mais serviços. No final de julho foi iniciada a transferência total do pronto-socorro para uma empresa privada, com a remoção dos efetivos para outras alas do hospital.