A 23ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), realizada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), contou com a participação de alunos dos ensinos fundamental e médio de todo o Brasil. Neste ano foi realizada de maneira virtual, e em Sergipe, dois alunos do Centro de Excelência Leandro Maciel, em Aracaju, destacaram-se: Carlos Eduardo Barboza Santos e Isaque do Nascimento, ambos do 3º ano do ensino médio.
Orientados e incentivados pela professora Jéssica Pereira Santos, os dois jovens participaram da OBA, realizada em apenas uma etapa, e cuja prova cobrou deles um conhecimento apurado de Astronomia e Astronáutica. A professora destaca que as questões foram muito difíceis, pois tratam de assuntos que eles não veem no dia a dia em sala de aula, mas que eles estudam por vontade própria.
Os alunos responderam à prova na última sexta-feira(13), mas nas duas semanas que antecederam, eles tiveram uma intensa preparação. A professora Jéssica Pereira passou para eles diversas questões de provas anteriores da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, a fim de que pudessem resolver e treinar o nível dos seus conhecimentos. As dúvidas que eles tinham, perguntavam e debatiam com a professora. A orientadora lembra ainda que eles fizeram questão de estudar juntos o tempo todo.
A classificação ainda será divulgada no site oficial da OBA, mas o aluno Carlos Eduardo tirou nota 7,5 e, pelo regulamento, por ter obtido nota acima de 7,0, será convidado a participar de um processo de seleção das equipes internacionais. Já Isaque tirou nota 5,75 e, pelo nível de dificuldade da prova, ele se sente bastante feliz com essa conquista. Ambos os estudantes serão premiados na escola e receberão certificado de participação na OBA.
“O que mais me agrada, enquanto professora, não foi o aluno ter sido convidado para um processo seletivo para etapa internacional, mas o fato de os dois serem apaixonados pela física. Eu dou aula tentando ensinar a paixão pela ciência, fazendo com que eles achem aquilo bonito, e não assustador. Nem todo mundo vai fazer um curso de exatas, mas todo mundo vai conseguir observar fenômenos no seu cotidiano, compreender as coisas de forma melhor. Eu tento ensinar essa iniciativa de olhar para o mundo de uma forma diferente, e me deixa feliz saber que esses dois alunos estão indo por esse caminho”, declarou a professora Jéssica Pereira.
Emoção
Carlos Eduardo conta que demorou para acreditar que tinha sido convidado para o processo seletivo internacional. “Estou muito nervoso e feliz; parece que a ficha ainda não caiu. A prova foi um pouco tensa, pois foi minha primeira vez, mas nós estudamos por várias noites para ela. Tenho certeza de que o ensino integral da rede estadual me ajudou bastante, me disponibilizando, durante o dia todo, o contato com alunos e professores e me exigindo mais esforço em relação aos estudos”, disse ele, que estuda na escola pública desde o primário e que pretende fazer curso superior em Física.
O seu colega, Isaque do Nascimento, também se mostra bastante feliz com a conquista alcançada. “Assim que a professora me chamou para participar da Olimpíada, eu não sabia muito bem o que era, mas como se tratava de algo relacionado à Física, eu não podia recusar. Essa foi a minha primeira vez, e a experiência que tive foi muito boa, porque eu pude aprender coisas novas, diferentes das que são ensinadas na escola. Gostei muito”, afirmou.
O resultado final da 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica ainda será divulgado no site oficial (http://www.oba.org.br), e os classificados participarão da 14ª Mostra Brasileira de Foguetes Virtuais (MOBFOG), evento em que os estudantes apresentarão as maquetes dos foguetes construídos por eles e farão o lançamento.
