Compartilhar

Santa Catarina registra elevação na média de cigarrinhas-do-milho

Publicado em: 08/12/2025 16:08

Recomendação da Epagri para os agricultores com plantios na fase vegetativa é fazer o manejo com inseticidas de contato e sistêmicos, aliados a produtos biológicos

O levantamento realizado entre os dias 24 de novembro e 1° de dezembro indica que a população de cigarrinhas-do-milho está em elevação, com média estadual de 16 insetos por armadilha. A maior incidência foi observada nos municípios de Ipira, Tigrinhos, Saudades e Guatambu, na região Oeste, e nas cidades de Benedito Novo, no Vale do Itajaí, e Braço do Norte, no Sul de Santa Catarina. 

Maria Cristina Canale, pesquisadora da Epagri/Cepaf, responsável pelo programa Monitora Milho SC, acredita que o crescimento no número de insetos se deve à dificuldade de manejo devido ao estágio avançado de desenvolvimento da maioria das lavouras catarinenses. As lavouras de milho em Santa Catarina se encontram em diferentes estádios vegetativos, com predomínio de plantios entre V10 e R4. Deste modo, o período crítico para a infecção com os patógenos transmitidos pela cigarrinha-do-milho já foi superado.

As análises laboratoriais detectaram a presença das bactérias do fitoplasma do enfezamento vermelho e do espiroplasma do enfezamento-pálido, além dos vírus em amostras coletadas no Extremo-Oeste, região considerada crítica pela recorrência das infecções. 

A recomendação para os agricultores que ainda possuem plantios na fase vegetativa é realizar o manejo com inseticidas de contato e sistêmicos, aliados a produtos biológicos, sempre que possível, para controlar os insetos que estão migrando para as lavouras. Além disso, os produtores que iniciam a colheita devem regular adequadamente o maquinário para evitar a perda de grãos que podem originar plantas voluntárias de milho, que servem de abrigo para as cigarrinhas.

O programa Monitora Milho SC coleta e divulga semanalmente informações levantadas em 55 lavouras distribuídas em todo o Estado de Santa Catarina, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos. 

O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC, uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. O Programa Monitora Milho SC se destaca como uma das principais iniciativas científicas da Epagri, conquistado reconhecimento em diversos eventos nacionais e internacionais. Sua metodologia tem servido de referência para ações similares em outros estados brasileiros e até para o exterior.

Informações atualizadas para os produtores

A pesquisadora Maria Cristina Canale, do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Cepaf), explica que as informações geradas pelo monitoramento são fundamentais para a convivência da agricultura com a cigarrinha e as doenças transmitidas por ela. “Embora os enfezamentos já sejam conhecidos no país há algumas décadas, nós observamos que os surtos ocasionados por esses problemas têm sido bastante frequentes em todas as regiões produtoras do Brasil. Então é necessária a convivência do setor produtivo com o problema a partir de agora, inclusive aqui em Santa Catarina, com a participação ativa de todos os produtores envolvidos com a produção de milho, no manejo integrado regionalizado”, ressalta.

Por: Karin Helena Antunes de Moraes, jornalista bolsista na Epagri/Fapesc

Informações para a imprensa
Isabela Schwengber, assessora de comunicação da Epagri
(48) 3665-5407/99661-6596

Fonte: Agência de Notícias do Estado de SC

Faça um comentário