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Rio Grande do Sul apresenta projeto de governança climática para adaptação dos municípios durante a conferência em Belém
O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), apresentou nesta quinta-feira (13/11), durante a COP30, em Belém (PA), a participação do Rio Grande do Sul no programa AdaptaCidades. A apresentação aconteceu a convite do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), durante o painel “Governança Climática Multinível para Adaptação”.
A iniciativa busca fortalecer as políticas de adaptação e resiliência climática, promovendo integração e articulação entre governos em nível nacional e local. O encontro reuniu representantes de Estados e municípios, especialistas e instituições internacionais para debater estratégias de adaptação e fortalecimento da resiliência em nível local.
A secretária Marjorie Kauffmann destacou que o Rio Grande do Sul vem transformando os aprendizados das enchentes de 2024 em ações estruturantes de governança. “Muito antes desse evento extremo, o Estado já trabalhava a pauta climática de forma estruturada, dentro do ProClima2050, que reúne diversas linhas de ação — entre elas, a de adaptação”, declarou.
Conforme a secretária, a partir do programa, estratégias relacionadas ao tema foram conectadas ao Plano Rio Grande. “O plano de reconstrução resiliente do Estado é robusto, participativo e voltado à capacitação e ao investimento em reconstrução e adaptação. Ele envolve governo, sociedade civil, academia e governo federal em uma estrutura de governança articulada”, apontou Marjorie.
Abrangência expandida
A secretária reforçou a importância da adesão do Rio Grande do Sul ao AdaptaCidades. A partir da parceria com o MMA e apoio do Fundo Verde para o Clima — em inglês Green Climate Fund (GCF) —, o Estado adaptou o modelo nacional do programa, ampliando sua abrangência.
A iniciativa, que originalmente atenderia 10 municípios, foi expandida para 203 municípios gaúchos, organizados em 11 associações e consórcios regionais. A estratégia foi construída com base nos diagnósticos do Roadmap Climático, desenvolvido pela Sema, que identificou riscos e prioridades de adaptação locais.

– Foto: Vanessa Trindade/Ascom Sema
Ações concretas
As capacitações terão início no primeiro semestre de 2026, com cronograma previsto até 2028. A iniciativa prevê etapas de formação, oficinas territoriais e apoio técnico para priorização de projetos e identificação de oportunidades de financiamento. Cada grupo regional elaborará um Plano de Adaptação Climática.
“O objetivo é transformar diagnósticos em ações concretas que fortaleçam a resiliência dos municípios frente a eventos extremos. Essa abordagem fortalece a articulação entre governo estadual e municípios, promovendo uma governança climática multinível, que integra ciência, planejamento e participação local”, explicou a coordenadora do Clima da Sema, Daniela Lara.
Ciência e cooperação
Integrado ao Plano Rio Grande, o AdaptaCidades consolida o eixo de resiliência e adaptação climática, reforçando o compromisso do Estado com a reconstrução sustentável e com a implementação de políticas públicas baseadas em ciência, participação social e cooperação federativa.
“Esses planos regionais de adaptação são fundamentais: eles salvam vidas. Assim como os planos de contingência protegem as pessoas e os diretores de resposta protegem a infraestrutura, os planos de adaptação garantem que o território esteja preparado para enfrentar eventos extremos”, finalizou Marjorie.
Texto: Vanessa Trindade/Ascom Sema
Edição: Secom