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Negros eleitos em 2020


Nas eleições municipais do último domingo, 15, pela primeira vez, desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) passou a coletar informações de raça, em 2014, os candidatos negros passaram a ser o maior grupo de postulantes a cargos eletivos no Brasil. No total, 276 mil candidatos pretos ou pardos se registraram para concorrer no pleito, o equivalente a 49,9%.

Maioria da população e com recorde de candidaturas em 2020, os negros aumentaram sua participação no comando das prefeituras e no número de cadeiras nas Câmaras de Vereadores, conforme dados preliminares do Tribunal.

Por sua vez, Goiás teve maioria de candidatos que se declararam pardos ou negros nessa eleição, mas se forem considerados apenas os vereadores.

De 24.249 candidaturas registradas no TSE, 14.585 foram de pessoas pardas ou pretas, mas com predominância para mandatos nos legislativos municipais. No caso dos negros, foram apenas 2.207 que participaram da disputa.

Entre os poucos negros que se candidataram a prefeito e venceram está Vilmar Sousa Costa, o Vilmar Kalunga (PSB), de Cavalcante, no norte de Goiás, que teve 1.959 votos (35,68% do total). Ele será o primeiro descendente de escravos (quilombola) a administrar o município, que tem pouco mais de 9 mil habitantes.

Em Corumbá de Goiás, foi eleito Chico Vaca (PL), com 1.993 votos (35,08% do total). Assim que assumir o Executivo, em janeiro de 2021, ele comandará a gestão pública municipal para 11,11 mil habitantes.

Em Goiânia, apenas uma candidata à prefeitura, Manu Jacob (PSOL), se declarou negra, mas não foi eleita. Ainda na Capital, das 35 cadeiras para o cargo de vereador, apenas três foram ocupadas por negros: GCM Romário Policarpo (Patriota), com 4.541 votos; Juarez Lopes (PDT), com 3.173 votos; e Santana Gomes (PRTB), com 2.540 votos.

A exemplo de Câmaras Municipais que, pela primeira vez em sua história, elegeram uma mulher negra, está a da Cidade de Goiás. Elenizia da Mata de Jesus (PT), de 38 anos, recebeu 476 votos. Ao todo, 13 mulheres já ocuparam uma cadeira no Legislativo da cidade, mas nenhuma delas era negra.

As estatísticas encontradas em Goiás estão em consonância com as do cenário nacional. De acordo com informações do TSE, dos mais de 5,4 mil prefeitos eleitos, aproximadamente 1,7 mil candidatos se declararam pretos ou pardos, o que corresponde a 32% do total.

O número é superior aos constatados no ano de 2016, quando 29% dos candidatos eleitos eram negros, segundo a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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