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Obra musical de Lupicínio antecipa onda da "sofrência", diz escritor

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Muito antes da atual onda de “sofrência”, o cancioneiro brasileiro era povoado por músicas de “dor de cotovelo”. Este era o nome que se dava à aflição sentimental do amor não correspondido ou não bem terminado. A expressão teria origem na imagem de alguém tristonho, com os cotovelos apoiados na mesa ou no balcão de um bar lamentando a falta de sorte do coração. Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor e curtiu a fossa ouvindo uma canção de dor de cotovelo.

Em um vasto repertório de canções para sentir e sofrer, destaca-se a obra do compositor, cantor e cronista gaúcho Lupicínio Rodrigues. Hoje, 16 de setembro, comemoram-se os 110 anos de nascimento de Lupe, como é tratado em Porto Alegre. Lupicínio Rodrigues foi um fenômeno: o único artista que não morava no Rio de Janeiro, nem em São Paulo, e fazia sucesso nacional desde a década de 1930.

Recentemente, as histórias de Lupe ganharam um novo livro, escrito pelo também compositor e pesquisador musical Arthur de Faria. O nome do livro, que se originou do doutorado de Arthur de Faria em literatura brasileira, é Lupicínio: Uma Biografia Musical, publicado pela editora Arquipélago.

A seguir os principais trechos da entrevista do autor à Agência Brasil:

Agência Brasil – O seu livro conta que Lupicínio Rodrigues não sabia tocar nenhum instrumento musical. Mas, a despeito disso, além das letras, compunha melodias com algum grau de sofisticação. Como isso era possível?

Arthur de Faria – Não dá para ter certeza, mas eu acho que ele partia do texto, ou ia fazendo as duas coisas juntas, cantarolando mesmo na cabeça dele. O único instrumento que o Lupicínio tocava era a caixinha de fósforos. Ele compunha muito em bares, na rua, raramente em casa. Ia sempre encontrar algum parceiro que tocasse algum instrumento harmônico [como violão e piano]. Esse parceiro criava o acompanhamento, tocando os acordes que seriam os acordes daquela música.
A grande maioria das músicas do Lupicínio é formada por melodias que passeiam muito do grave para o agudo. São melodias de muitas notas e largas extensões. Há muitas canções dele que começam com um universo de poucas notas, mas, na segunda parte, mais dramática, há saltos melódicos gigantescos. Isso tudo é instinto do Lupicínio.
Quando você faz uma pergunta, a melodia da voz sobe. Então, se eu te perguntar: “você sabe o que é ter um amor, meu senhor?”, a melodia sobe. O que define que isso é uma pergunta, é a melodia da fala. Se eu estiver afirmando: como “ter loucura por uma mulher”, a melodia desce. A canção do Lupicínio sempre acerta nisso.

Agência Brasil – Mas como ele aprendeu a fazer isso? Como despertou o interesse pela canção?

Arthur de Faria – O Lupicínio nasce em 1914. A Porto Alegre dos anos 1910 e 1920 era um cenário muito efervescente. Era um porto importante aqui do Sul. Era um ponto de trajeto entre grandes companhias europeias que iam do Rio de Janeiro para Buenos Aires e Montevidéu e paravam em Porto Alegre. Havia ópera, concerto, teatro e teatro musicado. Tinha muita produção musical em Porto Alegre, valsa, polca, scottish, que já se chamava xote, habanera, que logo ia se chamar vanera. Tinha uma onda de grupos com formato de jazz, que tocavam foxtrote, tocavam one-step, two-step, charleston, essas coisas.

Agência Brasil – Por falar em Porto Alegre, a cidade é a segunda personagem mais importante do seu livro, depois de Lupicínio. Ainda existem lugares na cidade que ele conheceu e frequentou?

Arthur de Faria – Muito poucos. Nenhuma das casas noturnas daquela época existe ainda hoje. O espírito boêmio, transposto para realidade atual, persiste mais fortemente, no bairro da Cidade Baixa, que era o bairro central da boêmia.

Agência Brasil – É comum aos poetas e aos letristas criarem um personagem, ou até personagens no plural, para expressar sentimentos e convicções que não necessariamente sejam seus, o chamado “eu lírico”. No livro, você identifica, em diferentes canções, situações que foram passagens da vida do Lupicínio, em especial seus envolvimentos amorosos. Ele compunha a partir do que tinha vivido de fato. Podemos dizer que Lupicínio Rodrigues era um letrista sem o eu lírico?

Arthur de Faria – Na verdade, ele fez jogo de cena. Lupicínio falava que tudo que compôs foram coisas que aconteceram com ele. Mentira! Havia nas músicas coisas que aconteceram com ele ou que ele ouviu de amigos, coisas que se passaram com amigos e conhecidos, e que ele puxou a história para ele. Mas essas pessoas tinham um eu lírico muito semelhante ao dele. Era o mundo da boemia porto-alegrense, um universo parecido. As alegrias e as patologias similares – eram muito machistas – e tinham uma convivência que, para os padrões da época, era muitíssimo democrática. Eram homens de qualquer classe social, com formação diferente. Podiam ser brancos ou pretos, hetero ou gays, que não escondiam que eram gays.

Agência Brasil – Mas o livro conta que músicas como “Ela disse-me assim” foram experiências próprias…

Arthur de Faria – O Lupicínio tinha muito esse gozo do sofrimento amoroso. Ele adorava. Tem um depoimento incrível, que está no livro, de um amigo contando que estava caminhando com Lupicínio na rua e aí ele diz: “vou ali na casa da fulana”, que era uma das namoradas que ele tinha. Lupicínio demora e o amigo vai espiar pela janela. Ele vê Lupicínio de joelhos na frente da namorada, e ela com um revólver dentro da boca dele. O amigo conta que Lupicínio estava com uma expressão beatificada, e não de medo.

Agência Brasil – No livro você também conta que Lupicínio Rodrigues conheceu o compositor Noel Rosa e os cantores Mário Reis e Francisco Alves em Porto Alegre. Que importância tiveram esses nomes para o compositor gaúcho?

Arthur de Faria – Lupicínio já admirava muito o Mário Reis. Ainda garoto, ele chegou a ser crooner, cantor de conjuntos, e era chamado de Mário Reis, porque achavam que ele cantava igual ao Mário Reis. Assim como João Gilberto, Lupicínio tinha essa referência clara como cantor.
Noel Rosa era então reconhecido como o maior compositor do Brasil, e o Lupicínio queria mais do que tudo ser compositor e era um grande fã do Noel – como seria qualquer pessoa que quisesse ser compositor. Há a história de que Noel, então com 22 anos, após ouvir algumas canções de Lupicínio, então com 17 anos, teria dito: “esse menino é muito bom.” Eu não posso provar que isso de fato aconteceu.

Agência Brasil – Uma coisa mais fácil de provar é a importância que Francisco Alves teve para Lupicínio ser um nome nacional, não?

Arthur Faria – Exatamente. Algum tempo depois da gravação com sucesso de Se Acaso Você Chegasse, por Ciro Monteiro, em 1937], Lupicínio vai ao Rio de Janeiro, mostrar outras músicas dele pra algumas pessoas. Ele mostra várias canções para o Francisco Alves, que diz para ele guardar tudo e promete gravar, mas não grava.
Em 1945, o Orlando Silva, que era o segundo cantor mais importante do Brasil, grava uma das músicas que o Lupicínio tinha mostrado para Francisco Alves. Não sei se tomar uma bolada nas costas do Orlando Silva, ou se porque percebeu o crescimento do bolero e do samba-canção, Francisco começa finalmente a gravar as músicas que o Lupicínio tinha dado para ele. Aí é sucesso depois de sucesso.

Agência Brasil – Falamos de Se Acaso Você Chegasse, que é uma música que lança o Ciro Monteiro e duas décadas depois leva Elza Soares ao sucesso. Que diferenças têm essas versões? Há outro caso na música brasileira de uma mesma música servir de lançamento para dois artistas tão distantes, tão diferentes?

Arthur Faria – Não me ocorre nenhuma outra música, nenhum outro caso, ainda mais com intervalo de tempo tão grande. A música brasileira estava em outro universo. Elza fez um negócio que, na época, causou polêmica. Ela já era, sem saber, superfeminista. Ela não canta os versos “de dia, me lava a roupa; de noite e me beija a boca”. Certa vez, Elza explicou: “eu lavei muita roupa de madame e eu não vou cantar um negócio desse.”
Agora a outra boa dela é quando grava Vingança, em meados dos anos 1960. As pessoas acharam que ela estava debochando da música. Em uma entrevista, eu perguntei para ela se estava debochando naquela gravação. Ela respondeu: “bicho, não dá para cantar aquilo a sério, ? Claro que eu estava tirando uma onda desse dramalhão.” Meu palpite é que o próprio Lupicínio também tirava um pouco de onda.

Fonte: Agência Brasil

Estado de São Paulo tem mais de 21 mil vagas de emprego abertas

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FIQUE POR DENTRO – EMPREGOS – 16/09



seg, 16/09/2024 – 14h20 | Do Portal do Governo

Fonte: Governo de SP

Toledo, Cascavel e Carlópolis: PCPR na Comunidade leva serviços a quase 6 mil pessoas

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A Polícia Civil do Paraná (PCPR) levou serviços de polícia judiciária e orientações para quase 6 mil pessoas nos eventos do PCPR na Comunidade, realizados de quarta-feira (11) a domingo (15) em Toledo, Cascavel e Carlópolis.

Em Toledo e Cascavel, o público pôde registrar boletins de ocorrência, solicitar emissão de atestados de antecedentes criminais e orientações, e ainda confeccionar a Carteira de Identidade Nacional (CIN). Foram emitidas cerca de 1,6 mil unidades.

O público também teve acesso a orientações e atividades lúdicas voltadas para crianças. Os eventos aconteceram em parceria com o Paraná em Ação, da Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Seju), e com o Justiça no Bairro, do Tribunal de Justiça do Paraná.

A disponibilização dos serviços tem como objetivo auxiliar a população em situação de vulneabilidade e facilitar o acesso a documentos e serviços essenciais concentrados em um só local.

Em Carlópolis, o PCPR na Comunidade ocorreu durante a Frutfest. De 12 a 15 de setembro houve exposições de materiais táticos, além de viaturas, demonstrações de perícia papiloscópica, atividades lúdicas para crianças e orientações. Mais de 2,7 mil pessoas foram atendidas.

“A presença da PCPR na Comunidade tem sido fundamental para garantir a acessibilidade aos serviços de polícia judiciária, especialmente para populações em áreas de vulnerabilidade”, afirma João Mário Goes, coordenador do PCPR na Comunidade.

PRÓXIMO EVENTO – O programa atenderá a população de Faxinal de terça-feira (17) a quinta-feira (19). Os policiais civis estarão no Centro de Convivência Municipal de Faxinal (Cecon), localizado na Rua Antônio Silveira Mello, nº 520, das 9h às 17h.

A PCPR disponibilizará registro de boletins de ocorrência, emissão de atestados de antecedentes criminais, além da confecção da Carteira de Identidade Nacional (CIN) para os que agendaram previamente.

No local também haverá demonstração de perícia papiloscópica, exposição de material tático e bélico e apresentação com cão policial, permitindo à população conhecer melhor o trabalho da instituição

PCPR NA COMUNIDADE – O PCPR na Comunidade é um programa que ocorre regularmente em todo o Paraná. O objetivo é levar serviços de polícia judiciária à população, promover atendimento humanizado e auxiliar na identificação de possíveis vítimas e na conclusão de investigações. Visa também fortalecer a eficiência na prestação do serviço público e representar a instituição em atividades em prol da sociedade.

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Pinturas decorativas do Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho são restauradas por alunos da EAOTPS

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Ascom EAOTPS – Texto
Divulgação – Foto

Este ano o Palacete, sede da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho, completa 95 anos de construção

Alunos(as) do Curso de Conservação e Restauração de Bens Patrimoniais da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (EAOTPS) estão, durante o mês de setembro, realizando ações de higienização, conservação e restauração das pinturas decorativas das paredes do antigo Palacete onde a Escola funciona. O restauro está sendo feito no salão principal e no espaço do Ateliê da Conservação e Restauração da EAOTPS.

As pinturas parietais do Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho são originais do período da construção do imóvel e possuem temas florais e outras pinturas finas que simulam madeira e mármore. O trabalho está sendo realizado por 15 alunos(as) que estão aplicando os conhecimentos práticos do curso com a supervisão de profissionais de conservação e restauração.

O Palacete

Localizado no bairro Jacarecanga, em Fortaleza/CE, o Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho – sede da EAOTPS – está completando 95 anos de construção. O local é tombado pelo Governo do Estado. Foi construído entre os anos 1924 e 1929 para ser residência da família do engenheiro, escritor e intelectual Thomaz Pompeu Sobrinho, que ocupou o imóvel até 1967. Com arquitetura de influência europeia, em estilo Art-Nouveau Italiano, a edificação foi restaurada em 2002 durante a primeira turma de Conservação e Restauração da Escola, quando ainda era denominada Centro de Restauro do Ceará. Em 2006 o imóvel passou por outro processo de restauro, quando a Escola – que é um equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (SecultCE), passou a ser gerida em parceria com o Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC), hoje Instituto Dragão do Mar (IDM).

Os cômodos da edificação são adaptados para abrigarem salas de aula e ateliês para a realização dos cursos da EAOTPS, preservando a originalidade. O local abriga ainda uma exposição de longa duração sobre o estilo de vida dos moradores(as) do bairro Jacarecanga. A sede é aberta à visitação mediada de segunda à sexta, com agendamentos pela Escola.

 Sobre a EAOTPS

A Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho é um espaço da Rede Pública de Equipamentos Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar. O equipamento atua na área da educação patrimonial, promovendo há mais de 20 anos cursos de conservação e restauração e de ofícios tradicionais, entre outras atividades.

Serviço

Conservação e restauração das pinturas parietais do Palacete Thomaz Pompeu Sobrinho
Período: até 04 de outubro, de segunda a sexta, das 13h30 às 17h15
Local: sede da Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (Av. Francisco Sá, 1801 Jacarecanga Fortaleza/CE)

Fonte: Governo do Estado do Ceará

Curso de primeiros-socorros e prevenção de incêndios reforça segurança no Berçário Buriti

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No último sábado (14), a Secretaria de Economia (Seec-DF), por meio da Secretaria-Executiva de Valorização e Qualidade de Vida (Sequali), promoveu um curso de primeiros-socorros e prevenção de incêndios para as funcionárias do Berçário Institucional Buriti, ministrado pela Brigada do Anexo do Palácio do Buriti. O treinamento, que incluiu monitoras, pedagogas, recepcionistas, cozinheiras e profissionais de serviços gerais, ocorreu no Espaço Qualidade de Vida, localizado no 16º andar do Anexo do Palácio do Buriti, com aulas práticas realizadas no próprio berçário.

O curso de primeiros-socorros e prevenção de incêndios para as funcionárias do Berçário Institucional Buriti foi dividido em dois módulos, cada um com quatro horas de duração | Foto: Divulgação/Seec-DF

O curso foi dividido em dois módulos essenciais para a segurança no ambiente de trabalho. O primeiro, Prevenção e Combate a Incêndios (PCI), com duração de quatro horas, abordou temas como noções básicas de prevenção, conceitos sobre fogo e incêndio, meios de propagação, classes de incêndio, agentes extintores e evacuação segura de locais. Esse conhecimento é fundamental para evitar situações de risco e garantir uma resposta rápida e eficiente em caso de emergências.

O segundo módulo, também com quatro horas de duração, foi dedicado aos primeiros socorros (PS), trazendo informações importantes sobre responsabilidade civil e criminal, condutas adequadas na prestação de socorros, além de diferenciação entre urgências e emergências. Entre os pontos altos do treinamento estavam as técnicas de identificação de situações traumáticas, hemorrágicas, clínicas e metabólicas, assim como a reanimação cardiopulmonar (RCP), especialmente voltada para leigos.

“A iniciativa reforça a importância de capacitar os profissionais que lidam diariamente com crianças pequenas, criando um ambiente mais seguro e preparado para situações inesperadas. Além de aumentar a confiança dos pais, que sabem que seus filhos estão em mãos treinadas, o curso fortalece a cultura de prevenção e cuidados dentro do serviço público”, disse o secretário-executivo de Valorização e Qualidade de Vida, Epitácio Júnior.

*Com informações da Secretaria de Economia

Fonte: Agência Brasília

Conheça a história e os bastidores do Teatro Guaíra, que completa 140 anos em 2024

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Primeiro ato: Curitiba, capital da Província do Paraná, 28 de setembro de 1884. Descerram-se as cortinas do Theatro São Teodoro, na Rua Nova, hoje Alameda Doutor Muricy. Nascia ali o precursor de uma das principais casas de espetáculos do Brasil, o Teatro Guaíra, que em 2024 celebra 140 anos de história.

Segundo ato: Curitiba, centenário do Estado do Paraná, 19 de dezembro de 1954. Agora de casa nova, em um prédio modernista que ocupa todo o quarteirão em frente à Praça Santos Andrade, entra em cena o novo Teatro Guaíra. E um terceiro ato já estava sendo escrito ali, com o auditório do Guairão tomando forma para ser inaugurado 20 anos depois.

Os 140 anos do Teatro Guaíra como instituição pública oficial, os 70 anos do Guairinha – o primeiro auditório do centro cultural a abrir as portas para o público – e os 50 anos do Guairão são o tema da série de reportagens “Guaíra 140”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN). Ela apresenta um pouco da história, bastidores, espetáculos marcantes e as pessoas que fazem parte de um espaço cultural pulsante, que coloca o Paraná no mapa artístico brasileiro.

“São 140 anos de história e um número incontável de pessoas que passaram por esse teatro, que é um templo da cultura do Brasil”, afirma a secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira. “Todos os que estão envolvidos de alguma forma que estão envolvidos na área cultural do Brasil, independente da linguagem que pratiquem, têm o Teatro Guaíra como referência”.

Mais do que uma casa de espetáculos, o Teatro Guaíra se tornou, ao longo dessas décadas, uma verdadeira “fábrica de espetáculos”. É casa de quatro corpos artísticos – o Balé Teatro Guaíra, a Orquestra Sinfônica do Paraná, a G2 Companhia de Dança e a Escola Guaíra –, tem em seu histórico produções marcantes e é responsável pela formação de centenas de artistas e técnicos que iniciaram a carreira ali para ganhar os palcos do Brasil e do mundo.

“Tem um fator histórico bastante importante nesses 140 anos, que é a luta da classe artística paranaense para ter um espaço com essa envergadura, potência e com a estrutura que tem o Teatro Guaíra”, destaca o diretor-presidente do Centro Cultural Teatro Guaíra, Cleverson Cavalheiro. “Foi um conjunto de fatores, que inclui também vontade política para construir e manter esse espaço relevante, que fizeram com que tivéssemos esse presente no nosso Estado”.

THEATRO SÃO THEODORO – A história do Teatro Guaíra começou a ser construída no Segundo Império, em 1884, 31 anos depois de o Paraná se emancipar da então Província de São Paulo. Capital da Província, Curitiba já era a maior cidade paranaense e teria, em 1890, uma população de 24.553 pessoas, segundo o Censo Demográfico daquele ano, o segundo feito no Brasil.

Assim como o próprio teatro, as poucas ruas da cidade eram iluminadas a lampião – a primeira lâmpada elétrica seria acesa em 1886, no Passeio Público. E só em 1895 começaria a operar no município o primeiro veículo de transporte público, um bonde puxado por mulas.

Mas já havia uma vida cultural começando a pulsar na cidade desde meados do século XIX. Em dezembro de 1855, o ator mambembe Domingos Martins de Souza inaugurou o Teatro de Curitiba, o primeiro espaço cênico da Capital, construído em uma casa de madeira na Rua Direita, a atual Rua 13 de Maio.

A própria cena teatral que se formava então passou a pressionar pela construção de um teatro oficial. Com isso, em 31 de março de 1871, a Assembleia Legislativa Provincial do Paraná

decretou a lei

que doaria o terreno contíguo à sua sede “à associação que se propuser a edificar nele um teatro que tenha também um salão para bailes ou grandes reuniões”.

Quem atendeu aos requisitos previstos na lei provincial foi a Sociedade Teatral União Curitibana, formada por Agostinho de Leão, João José Pedrosa, Joaquim Gonçalves de Menezes, Benedito Carrão, Belarmino Bittencourt e Joaquim Teixeira Ramos. Em 25 de março de 1874, foi lançada a pedra fundamental do Teatro São Theodoro – ou Theatro São Theodoro, como era a grafia à época. O nome foi dado em homenagem a Theodoro Ébano Pereira, fundador da cidade de Curitiba.

“As pessoas envolvidas na construção acabaram se tornando nomes de ruas da Capital mais tarde”, conta o iluminador Beto Bruel, um dos mais importantes técnicos da dramaturgia brasileira, que começou sua carreira no Guaíra. “Eles tiveram a ideia de construir o teatro, tentaram por nove anos, fizeram rifa, tiveram ajuda da própria Assembleia e do Governo. Mas em 1880 ainda estavam devendo muito, então entregaram o projeto para o governo, que o finalizou quatro anos depois”.

Dez anos depois do lançamento da pedra fundamental, em 28 de setembro de 1884, o Teatro São Theodoro abria as portas para o público curitibano e seria, por uma década, o principal espaço cênico da cidade. Com plateia e camarotes, o teatro surpreendeu a sociedade curitibana pela sua oponência, e a iluminação ainda era com velas e lampiões de bico de gás.

“O São Theodoro tinha um fosso para orquestra e a iluminação da boca de cena era feita com vela. Quando o pessoal gostava da peça, tinha mania de jogar serpentina. Imagina o perigo de pegar fogo”, brinca Bruel. “Alguns candelabros também ficavam em cima da plateia, que tinha o ingresso mais barato que os camarotes justamente porque a cera da vela derretia e pingava em quem estava assistindo ao espetáculo”.

Em 1894, com o avanço dos conflitos da Revolução Federalista, o São Theodoro foi transformado em um presídio por um ano, até o fim da revolução, o que acabou degradando a edificação. Somente em 1900 o espaço foi reestruturado e retomado como uma casa de espetáculos, que ganhou um novo nome.

(Re)nascia ali o Theatro Guayra, cujo nome foi sugerido pelos escritores Romário Martins e Sebastião Paraná. “A sociedade se organizou para reaver o teatro. Ele passou por uma reforma, entrou a luz elétrica e foi reinaugurado em 3 de novembro de 1900”, conta o diretor artístico do Centro Cultural Teatro Guaíra, Áldice Lopes.

THEATRO GUAYRA – Por mais três décadas, o Guayra continuou movimentando a cena cultural curitibana, com operetas, concertos musicais, espetáculos de mágica e de variedades, monólogos, palestras e o despontar de uma série de companhias independentes. Tudo isso tinha lugar nos palcos do Guayra, lotando camarotes e plateias.

Um marco para a época foi a montagem da ópera Sidéria, em 1912, com texto de Jayme Ballão, música de Augusto Stresser e regência do maestro Leo Kessler, que reuniu cantores e instrumentistas locais.

Outro papel importante foi da Sociedade Teatral Renascença, companhia fundada pelo ator Salvador de Ferrante, que dá nome ao auditório Guairinha. “Nesse período, grande nomes das artes cênicas se apresentavam no teatro, como Itália Fausta, Leopoldo Fróes, Procópio Ferreira e o Salvador de Ferrante, que com a Sociedade Teatral Renascença montou mais de 90 peças no Guaíra”, destaca Lopes.

Mas na década de 1930, quando novos momentos políticos e históricos surgiam no Brasil, o teatro passaria por um revés. Com a morte de Salvador de Ferrante, em 1935, a sociedade teatral deixou de existir, reduzindo também o número de peças e apresentações no local. Além disso, rachaduras nas paredes do prédio serviram de desculpa para o fim do primeiro ato dessa história.

Em 1937, o prefeito em exercício Aluízio França, que ficou por pouco mais de dois meses no cargo, ordenou a demolição do teatro, o que ocorreria na década seguinte.

No mesmo terreno, seria construída mais tarde a Biblioteca Pública do Paraná, inaugurada no mesmo ano (1954) que o novo prédio do Guaíra.



Foto: Arquivo CCTG

NOVO GUAÍRA – Apesar de contar com outras companhias cênicas, Curitiba ficou por quase 20 anos sem um teatro oficial, apesar da mobilização da sociedade para construção de um novo espaço, com uma campanha liderada pela Academia Paranaense de Letras desde a desativação do primeiro.

Em 1948, o governador Moysés Lupion lançou um concurso para contratar o projeto arquitetônico para o novo espaço, que começou a ser erguido na Praça Ruy Barbosa com uma arquitetura clássica. Mas os ventos dos anos 1950 sopravam com ar de modernidade, e o Paraná passava por um crescimento econômico impulsionado pela produção do café.

Nesse contexto, o governador Bento Munhoz da Rocha Netto assumiu o governo em 1951, às vésperas do centenário da emancipação política do Estado. Para marcar a data, planejou uma série de projetos marcantes. Dez anos antes da inauguração de Brasília, ele iniciou a construção do Centro Cívico, reunindo em um espaço os prédios dos Três Poderes estaduais, da Biblioteca Pública do Paraná e, finalmente, do Teatro Guaíra.

Munhoz da Rocha retomou o concurso realizado por Lupion, mas ao invés do vencedor escolheu o terceiro colocado na ocasião, assinado por Rubens Meister e Eugênio Oswaldo Grandinetti. Com arquitetura modernista, em contraste ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que fica logo em frente, na Praça Santos Andrade, o novo Teatro Guaíra começou a ser construído em 1952.

Dois anos depois, com a parte estrutural já erguida, abrem-se as cortinas do primeiro dos três auditórios que compõem o edifício. O pequeno Auditório Salvador de Ferrante, o Guairinha, foi inaugurado em 19 de Dezembro de 1952 com a presença do governador Bento Munhoz da Rocha Netto e do então presidente do Brasil, Café Filho. Já no início do ano seguinte, recebia sua primeira peça – Os Inocentes, baseada na novela A Volta do Parafuso, de Henry James – encenada pela Companhia Dulcina, dos atores Dulcina de Moraes e Odilon Azevedo.

“A partir da estreia desse espetáculo, a dona Dulcina elogiou muito o auditório, sua acústica, que ela comparou à de grandes teatros, como o de Montevidéu e de Buenos Aires”, ressalta Áldice Lopes. “Curitiba passou então a entrar no roteiro das grandes companhias do Brasil, que passaram a circular por aqui”.

A previsão era de que o Grande Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto fosse finalizado em 1971, mas um incêndio em 1970 adiou a entrega do Guairão. Ele foi então inaugurado em dezembro de 1974 e logo se consolidou como o grande palco de espetáculo do Paraná, recebendo os concertos da Orquestra Sinfônica, apresentações do balé, grandes produções, inclusive de óperas, e várias peças e shows.

Em 28 de agosto de 1975 é inaugurado o último auditório, Glauco Flores de Sá Brito, o Miniauditório, completando o projeto do complexo cultural, que a partir de então passava a se chamar Fundação Teatro Guaíra – atualmente, Centro Cultural Teatro Guaíra.

Com 16,9 mil quadrados de área total e capacidade de 2.757 lugares, o teatro se consolidou como a grande casa de espetáculos de Curitiba e do Paraná, referência no Brasil e no exterior. De seus palcos e coxias, saíram grandes nomes da dança, artes cênicas, da música e da técnica teatral brasileira e dos corpos artísticos da casa.

FUTURO – O Teatro Guaíra chega aos 140 anos com olhar para o presente e, principalmente, para o futuro. Atualmente, as produções próprias têm ingressos a preços populares, de R$ 10 e R$ 20, para atrair o público. Os corpos artísticos também circulam pelas cidades para levar a arte produzida no Guaíra por todo o Paraná.

“São formas de trazer o público para o teatro. A orquestra toca na Região Metropolitana, na periferia, a Escola de Dança se apresenta em escolas, parques e praças, e tudo vai formando um público”, explica Cleverson Cavalheiro. “E agora temos um problema bom, porque as apresentações estão sempre lotadas. É um trabalho de fomento para tornar o Guaíra mais popular, que vamos desenvolver cada vez mais, porque dá resultado e as pessoas vêm”.

Outro grande ato é o investimento constante na manutenção do espaço, para que esteja sempre seguro e acolhedor para o público e os artistas, mantendo a qualidade técnica que sempre o marcou. Semana passada, o governador Carlos Massa Ratinho Junior anunciou o repasse de R$ 50 milhões para uma série de melhorias no espaço, o maior investimento da história do teatro. Ele contempla a reforma, revitalização, adequação e modernização da estrutura do Teatro Guaíra para receber com excelência espetáculos artísticos e culturais, que vão desde peças teatrais e concertos musicais até apresentações de ópera e balé. Somente em 2023, os espetáculos apresentados nos palcos do Guaíra receberam 378 mil espectadores e a expectativa, para este ano, é atingir um público de 500 mil pessoas.

“É uma maneira de demonstrar que existe a preocupação também naquilo que não aparece nos palcos. E investir na estrutura é importante para conseguirmos dar condições para quem está trabalhando aqui no palco”, acrescenta Cavalheiro.

Para a secretária Luciana Casagrande Pereira, o olhar para a infraestrutura é de melhorar ainda mais a experiência no Guaíra e garantir sua permanência na vida cultural ao menos pelos próximos 140 anos. “Temos olhado muito para a infraestrutura do Guaíra, o que é preciso para melhorar ainda mais o nosso templo da cultura”, afirma.

Confira o vídeo:

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Boletim da seca – nível dos rios, qualidade do ar e previsão do tempo – 16 de setembro

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O governo do Acre, baseado em dados qualificados e quantificados pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), por meio do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), divulga diariamente, no site Agência de Notícias, os boletins do nível dos rios, qualidade do ar e previsão do tempo. Veja os dados desta segunda-feira, 16.

A cota do Rio Acre em Xapuri nesta segunda, 16, é de 1,22 metros, que representa a menor cota de 2024 e a segunda maior seca histórica no município. A maior seca histórica do Rio Acre em Xapuri foi no dia (31/07/2018) quando foi registrado 1,18 metros.

OBS: Os dados podem sofrer alteração dependendo do horário em que são analisados.

Nível dos rios

Monitoramento Hidrometeorológico dos principais rios e afluentes do Acre.

Bacia do Rio Acre

Nível           Nível

(15/09)      (16/09)

2,95            2,88 – Assis Brasil 🔴
0,68           0,68 – Brasileia 🔴
1,23            1,22 – Xapuri 🔴
2,56            2,54 – Colônia Dolores (Xapuri) 🟠
1,04            1,02 – Capixaba 🔴
1,32            1,32 – Rio Branco 🔴
0,25           0,24 – Espalha 🔴
1,60           1,59 – Porto Acre 🔴
0,72           0,70 – Riozinho do Rola 🔴

Bacia do Rio Abunã

Nível           Nível

(15/09)      (16/09)

1,85             1,88 – Plácido de Castro 🔴

Bacia do Rio Purus

Nível           Nível

(15/09)       (16/09)

2,51             2,43 – Manoel Urbano 🟠
1,08            SD – Santa Rosa do Purus 🟠
0,34            0,36 – Sena Madureira 🔴

Bacia do Rio Tarauacá-Envira

Nível           Nível

(15/09)      (16/09)

3,61            3,60 – Feijó

Bacia do Rio Juruá

Nível           Nível

(15/09)      (16/09)

4,4,57         4,57 – Cruzeiro do Sul
1,26            1,25 – Ponte do Liberdade 🟠
0,83           0,85 – Porto Walter 🔴
1,78            1,68 – Marechal Thaumaturgo 🔴

Legenda: Cota de Observação AZUL; cota de atenção AMARELO; cota de alerta LARANJA; cota de alerta máximo VERMELHO.

Fonte: Gestor Plataforma de Coleta de Dados (PCD) – Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec) junto às Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (Comdec).

Qualidade do ar

Média diária Raw PM2.5 (LRAPA) μg/m³
Média Recomendada por dia Organização Mundial da Saúde (OMS): 15μg/m³

Município – Média do Dia – Status da Qualidade

Rio Branco – 138,86 μg/m³ – 🟣
Sena Madureira – 128,03 μg/m³ – 🟣
Manoel Urbano – 102,98 μg/m³ – 🔴
Porto Acre – 102,63 μg/m³ – 🔴
Xapuri – 57,96 μg/m³ – 🟠
Brasileia – 55,18 μg/m³ – 🟡
Assis Brasil – 41,67 μg/m³ – 🟡
Santa Rosa do Purus – 34,21 μg/m³ – 🟡
Feijó – 33,03 μg/m³ – 🟡
Cruzeiro do Sul – 25,33 μg/m³ – 🟡
Tarauacá – 21,55 μg/m³ – 🟢
Jordão – 15,71 μg/m³ – 🟢

Legenda – Concentração de Material Particulado (μg/m³):

BOA (0 – 25 μg/m³) VERDE;

MODERADA (25 – 50 μg/m³) AMARELO;

RUIM (50 – 75 μg/m³) LARANJA;

MUITO RUIM (75 – 125 μg/m³) VERMELHO;

PÉSSIMA (> 125 μg/m³) ROXO.

Baseado no Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama/Brasil) Nº506/2024.

Previsão do tempo

Segunda, 16

A Divisão de Meteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia informa que a instabilidade aumenta no Acre nesta segunda-feira por conta da intensificação do fluxo de umidade sobre o estado. Para este dia a previsão é de céu nublado a encoberto com chuva a qualquer hora do dia nas cidades do oeste acreano. Já na capital e demais regiões do Acre a previsão é de sol entre nuvens, com tempo variando de parcialmente nublado a nublado e com pancadas isoladas de chuva e trovoadas entre a tarde e a noite. Há possibilidade de temporais em todo o estado.

Fonte: Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Cencipam).

Fonte: Governo AC

MUPA inaugura exposição “Vênus como mirada”, de Val Souza, neste domingo

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No domingo, dia 22 de setembro, a partir das 10h, o Museu Paranaense (MUPA) inaugura a exposição “Vênus como mirada”, da artista Val Souza. Já na terça-feira (24), às 19h, a artista conversa com a jornalista e professora Fabiana Moraes. A entrada para a mostra é gratuita, com classificação indicativa para maiores de 12 anos.

Val Souza foi uma das contempladas no IV Edital de Ocupação do Espaço Vitrine do MUPA, programa que tem como objetivo selecionar propostas interdisciplinares de exposição em diálogo com as disciplinas científicas da instituição. O trabalho parte da pesquisa da artista com autorrepresentação fotográfica para refletir sobre o imaginário social do corpo da mulher negra no Brasil, colocando em tensão noções de beleza, amor, erotismo e sensualidade.

“Estou muito feliz pois é minha primeira vez em Curitiba expondo”, afirma Val. “É interessante pra mim pensar de que outras formas o imaginário negro pode ocupar essa cidade [Curitiba]. Uma cidade que muitas vezes as pessoas acreditam que não é negra. O Brasil é negro”.

A partir de uma série de impressões lenticulares, a artista sobrepõe autorretratos com imagens de mulheres negras do século XIX, criando camadas de conexão histórica que questionam o olhar colonial.

“Nesse movimento de interseção entre imagens, corpos e tempos, Val Souza transfere a essas mulheres do século XIX, ao mesmo instante que recebe delas, suas dimensões de beleza, amor e afetividade. Se fazem simultânea e alternadamente signo e símbolo uma da outra. A partir do que, todas elas se tornam Vênus”, escreve Guilherme Cunha, que assina o texto crítico para a exposição.

MESA DE CONVERSA – No dia 24, terça-feira, às 19h, ocorre a mesa de conversa “Desfazer a trama”. Com entrada gratuita, Val Souza e a jornalista e professora Fabiana Moraes conversam sobre regimes históricos de visibilidade do corpo negro e como, em seu trabalho, a artista o contrapõe ao se apropriar de imagens históricas.

Como pensar o corpo preto e periférico que ama a si e (re)inaugura toda uma ordem de visibilidade? Uma visibilidade que não pede licença, um ato político que é não procurar ser a Vênus, mas atualizá-la, ocupá-la? Quem é a Vênus, afinal? São algumas das questões mobilizadas para o encontro.

ARTISTA – Val Souza nasceu em São Paulo. Com a prática da performance, ações propositivas, fotografias, vídeos, objetos e instalações, aborda símbolos e discursos que fundamentam o imaginário social brasileiro, contrapondo-o a práticas de retomada, abundância, autonomia e alegria.

Trabalha a circulação de subjetividades por meio da contínua autoexposição de seu corpo, da produção de imagens de si e o uso de mitologia e iconografias. A artista se vale dos instrumentos da filosofia, mitologia e da crítica cultural para elaborar outras narrativas, conexões e leituras com base em pesquisas iconográficas sobre a representação histórica de mulheres negras.

Mestra em Dança pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e formada em pedagogia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, participou de mostras e festivais em cidades do Brasil e em outros países, como Angola, França e Alemanha. Recebeu, entre outras premiações, a Bolsa de Fotografia ZUM do Instituto Moreira Salles (ZUM IMS 2020); prêmio “Life Before Colonialism”, organizado por PLACE for Africa; MeineWelt e.V. e Goethe-Institut em Mannheim (2022); Photo Prix da Aliança Francesa (2023); foi selecionada para o programa “Nova Fotografia” do Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), em 2023; também recebeu o prêmio Leda Maria Martins na categoria ancestralidade; em 2024, sua obra “Vênus” integrou a publicação da Foam Magazine #65 Talent; participou da 2ª edição do programa “Contra-Flecha” da galeria Almeida & Dale, indicada ao Prêmio PIPA 2024. Atualmente é artista residente da Bolsa Pampulha.

Fabiana Moraes é professora do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Jornalista com mestrado em Comunicação e doutorado em Sociologia, ambos pela UFPE. Pesquisa mídia, imprensa, poder, raça, hierarquização social, imagem e arte. Lançou cinco livros: Os Sertões (Cepe, 2010); Nabuco em Pretos e Brancos (Massangana, 2012); No País do Racismo Institucional (Ministério Público de Pernambuco, 2013); O Nascimento de Joicy (Arquipélago Editorial, 2015); Jomard Muniz de Britto – professor em transe (Cepe, 2017); A pauta é uma arma de combate (2022) e Ter medo de quê? Textos sobre luta e lantejoula (Arquipélago, 2024). É vencedora dos prêmios Esso, Petrobras de Jornalismo, Embratel e Cristina Tavares.

Serviço:

Inauguração da exposição

Data: domingo, 22 de setembro de 2024

Horário: A partir das 10h

Local: Museu Paranaense (MUPA) – R. Kellers, 289 – São Francisco, Curitiba

Classificação: maiores de 12 anos

Entrada Gratuita

Fonte: Agência Estadual de Notícias

Militar que operou drone lança-granadas para traficante é preso no Rio

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A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (16) um militar da Marinha acusado de operar drones lança-granadas para a principal facção de traficantes do Rio de Janeiro. O militar, que não teve a identidade revelada, foi alvo de prisão preventiva no posto de trabalho, na capital fluminense, em operação que contou com a cooperação da Marinha.

A operação batizada Buzz Bomb contou com veículos blindados e tentou cumprir um mandado de prisão preventiva contra o líder da facção, no Complexo da Penha, zona norte do Rio. No entanto, policiais foram recebidos a tiros, e a operação foi suspensa depois que quatro moradores foram feridos por estilhaços de disparos feitos pelos criminosos, segundo a PF.

“Para evitar um confronto armado de maiores proporções e preservar a população local, a equipe da deflagração optou por não prosseguir com a ação neste momento”, diz a PF.

Drone contra milicianos

A investigação começou depois que traficantes utilizaram um drone adaptado para lançar artefatos explosivos contra milicianos na comunidade Gardênia Azul, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro.

A PF identificou o militar da Marinha como o responsável por operar remotamente o equipamento. Por meio dos drones, os traficantes também monitoravam ações policiais realizadas em áreas de atuação da quadrilha, como o Complexo da Penha.

Além dos mandados de prisão, foram emitidos pela 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro três mandados de busca e apreensão.

Os alvos já foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPRJ) e responderão pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo. As penas somadas podem chegar a 14 anos de prisão.

A ação é resultado de trabalho investigativo do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE/PF/RJ) com o apoio da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ).

O nome da operação é referência à história dos drones, que surgiram com uma inspiração em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb (bomba zumbidora, em tradução livre). O armamento utilizado durante a Segunda Guerra Mundial ficou conhecido assim por causa do barulho que fazia enquanto voava.

Fonte: Agência Brasil

Cultura do Acesso: Bece amplia a acessibilidade em atividades infantis com tradução em Libras aos sábados

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Ascom Bece – Texto
Matheus Moura e Gandhi Guimarães – Foto

A Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece) anuncia uma importante novidade em sua programação cultural, voltada especialmente para a comunidade surda. A partir de setembro, mês em que celebramos a importância da inclusão e acessibilidade, todas as sessões de contação de histórias e espetáculos do programa Pequenas Grandes Histórias, realizados aos sábados, às 15h, contarão com tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais).

“Essa é mais uma iniciativa que busca fortalecer a acessibilidade na Bece por meio da literatura e da cultura surda. O objetivo é promover uma experiência cultural inclusiva, garantindo que todas as crianças, jovens e adultos, independentemente de suas condições auditivas, possam usufruir das atividades e se envolverem plenamente nas histórias e performances apresentadas”, comenta a superintendente da Bece, Suzete Nunes.

Com essa novidade, a biblioteca reafirma seu compromisso com a promoção de um espaço verdadeiramente inclusivo e acessível a todos. A programação completa pode ser conferida no site e redes sociais da Biblioteca Pública. 

A Campanha

A Campanha Cultura do Acesso é uma iniciativa do o Governo do Ceará, por meio da Secult Ceará, destaca a importância da acessibilidade na cultura e nas artes, a partir de programação integrada na Rede Pública de Espaços e Equipamentos Culturais do Ceará (Rece). Em parceria com o IDM e o Instituto Mirante, o “Setembro da Acessibilidade” promove debates sobre políticas públicas voltadas para acessibilidade nos 21 espaços culturais da Secult Ceará.

A iniciativa, liderada pela Coordenadoria de Diversidade, Acessibilidade e Cidadania Cultural (Codac), busca engajar a sociedade e instituições culturais para garantir acesso igualitário à cultura, respeitando e celebrando a diversidade.

Serviço

Pequenas Grandes Histórias – Contação de histórias e espetáculos com tradução em Libras
Todos os sábados, às 15h
Entrada Gratuita
Local: Biblioteca Pública Estadual do Ceará (Bece)

Fonte: Governo do Estado do Ceará