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Carlos Lula cobra ações contra desigualdade racial no Dia da Consciência Negra

Publicado em: 19/11/2025 15:55

Parlamentar ressaltou que o Maranhão possui uma das maiores populações negras do Brasil

Agência Assembleia

Em discurso nesta quarta-feira (19), na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Carlos Lula (PSB) afirmou que o Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quinta-feira (20), deve servir como momento de memória, reflexão e cobrança por justiça racial. O parlamentar ressaltou que o Maranhão possui uma das maiores populações negras do Brasil e, ao mesmo tempo, enfrenta alguns dos mais graves indicadores de desigualdade socioeconômica.

O deputado declarou que o perfil racial do Estado evidencia a urgência de políticas públicas voltadas ao enfrentamento dessas desigualdades. Segundo ele, os dados mostram que a cor da pele ainda define oportunidades e condições de vida. “Negros são maioria entre os que ganham menos, entre os desempregados, entre os que enfrentam filas na saúde e entre os jovens vitimados pela violência”, destacando que tal realidade resulta de “séculos de exclusão e não da falta de talento ou esforço das pessoas negras”.

O parlamentar observou que as regiões mais pobres do Maranhão concentram a maior parcela da população negra, locais onde o Estado historicamente se fez menos presente e onde faltam infraestrutura, escolas e acesso adequado à saúde. Ele afirmou que “a cor, como mostram os dados, ainda tem endereço”.

Diante desse cenário, Carlos Lula defendeu políticas públicas efetivas e ações afirmativas que enfrentem desigualdades de maneira direta. O deputado explicou que políticas universais são insuficientes para romper estruturas que afetam a população negra há séculos. Entre as medidas consideradas urgentes, ele citou o aumento do acesso e da permanência de jovens negros no ensino superior, o combate ao racismo institucional e a qualificação das forças de segurança com mecanismos de formação contínua e maior controle social.

O deputado também ressaltou a importância de proteger e valorizar a cultura negra maranhense de forma respeitosa. Ele lembrou que manifestações como o tambor de crioula, o bumba meu boi, os quilombos e a religiosidade afro-brasileira compõem o patrimônio identitário do Estado e precisam ser preservadas como parte fundamental da memória e da expressão cultural do Maranhão.

Ao falar sobre a violência que atinge principalmente jovens negros, ele disse que “não haverá consciência negra verdadeira enquanto mães negras continuarem enterrando seus filhos por falta de oportunidades e de Estado”.

No encerramento de seu pronunciamento, o deputado afirmou que o Dia da Consciência Negra precisa inspirar avanços concretos e mudanças estruturais no Maranhão. “Não basta celebrar Zumbi. É preciso honrar seu legado com escolhas públicas que rompam a lógica da exclusão”, declarou Carlos Lula.

Fonte: Agência de Notícias do Estado do MA

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