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Polícia Civil lança estudo sobre crimes de racismo e intolerância religiosa
A Polícia Civil promoveu, nesta quarta-feira (19), um evento alusivo ao Dia Nacional da Consciência Negra e à data que celebra o Herói Brasileiro Zumbi dos Palmares, no Museu Eugênio Teixeira Leal, no Centro Histórico de Salvador. A atividade reuniu representantes de instituições públicas e movimentos sociais e contou com a apresentação de um estudo sobre a incidência do crime de racismo na Bahia, elaborado pelo Instituto de Segurança Pública, Estatística e Pesquisa Criminal (ISPE).
Na oportunidade, o relatório Quando a cor da pele define o alvo – Racismo, território e desafios para a sociedade baiana (2022–2024) foi apresentado pelo responsável estatístico do ISPE, Evaldo Simões. O documento reúne dados coletados e analisa cerca de 4,5 mil ocorrências relacionadas a racismo e intolerância.
O estudo está disponível aqui: https://bit.ly/4r4Gfbr
O relatório examina a evolução dos crimes de racismo e injúria racial na Bahia entre 2022 e 2024, com base nos boletins de ocorrência registrados nas unidades da Polícia Civil do Estado da Bahia. Além de reforçar o compromisso com a transparência nas análises estatísticas produzidas institucionalmente, o estudo busca oferecer informações necessárias à tomada de decisões estratégicas pelos órgãos gestores e contribuir para o debate e a reflexão sobre os impactos dessa temática na sociedade.
O diretor do ISPE, Omar Andrade Leal, destacou a importância do levantamento para orientar políticas públicas e fortalecer ações de prevenção. “Iniciamos este estudo com base em dados criminais e estatísticos para compreender, de forma precisa, o cenário do racismo na Bahia. Ao analisar esses indicadores, conseguimos revelar onde e como esses crimes ocorrem, fornecendo à sociedade elementos que reforçam a necessidade de ações estruturadas, dignidade humana e políticas públicas mais efetivas.”
O delegado titular da Delegacia de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa, Ricardo Amorim, enfatizou os desafios atuais e o papel da investigação. “Este é um momento de reflexão sobre desigualdades, sobre os crimes de racismo e sobre como podemos enfrentá-los de maneira eficaz. Com o estudo apresentado, a Decrin poderá aprimorar sua atuação, identificando territórios mais afetados, orientando a população e fortalecendo o combate a essas práticas no estado.”
A diretora do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Vítimas de Violência (DPMCV), Juliana Fontes, ressaltou a importância da data e o compromisso institucional do Governo do Estado com a pauta. “A atividade apresenta dados importantes para refletirmos sobre a luta constante pela Consciência Negra e conta com ações firmes do DPMCV, que não permitirá qualquer forma de preconceito, racismo ou intolerância. A dignidade humana é um direito universal, e a Polícia Civil não admitirá práticas discriminatórias.”
Estiveram presentes representantes da Secretaria da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi); Secretaria da Segurança Pública (SSP); Secretaria da Educação (SEC); entidades do movimento negro e estudantil; povos de terreiros; grupos afros; lideranças religiosas; a organização cultural e religiosa Mulheres do Axé do Brasil; Conselho Inter-Religioso da Bahia (Conirb); Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN); Centro de Referência de Combate ao Racismo Nelson Mandela; Defensoria Pública; Guarda Civil Municipal de Salvador; e Polícia Militar.
