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MPRS e Hospital Moinhos de Vento firmam parceria pioneira para oferecer cirurgias reparadoras gratuitas a vítimas de crimes violentos

Publicado em: 18/11/2025 19:06

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e o Hospital Moinhos de Vento oficializaram, nesta terça-feira, 18 de novembro, uma atuação conjunta para disponibilizar cirurgias plásticas reparadoras gratuitas a vítimas de crimes violentos. O programa, resultado de uma parceria inédita entre o MPRS e um hospital de referência, integra conhecimento especializado, responsabilidade social e trabalho voluntário. A assinatura do termo de cooperação, realizada na superintendência do Hospital, marca o início de uma proposta que busca transformar trajetórias.

Para quem carrega marcas permanentes deixadas pela violência, o acordo representa uma nova perspectiva de acolhimento e recomeço. Com a expertise do corpo clínico do Hospital Moinhos de Vento e o fluxo de encaminhamento do MPRS, o projeto assegura atendimento qualificado e humanizado, oferecendo procedimentos sem custo a pessoas em situação de vulnerabilidade. A operação é imediata e reforça o compromisso das instituições em devolver dignidade, confiança e bem-estar às vítimas.

Entenda o projeto

O REPARADOR nasceu a partir de um grupo de trabalho entre o MPRS e o Instituto Moinhos Social, que identificou a necessidade de atender vítimas, especialmente mulheres em situação de violência doméstica, que, mesmo após o suporte jurídico e assistencial, permaneciam com marcas visíveis que dificultavam o processo de reconstrução pessoal.

Para o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, o REPARADOR demonstra como instituições podem se unir para transformar vidas. “Ao oferecer cirurgias reparadoras às vítimas de crimes violentos, estamos restaurando não apenas a integridade física, mas também a confiança e a possibilidade de recomeço dessas pessoas. É uma iniciativa que honra o papel do Ministério Público na defesa dos direitos humanos”, afirmou.

O CEO do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, destacou que “foi motivo de muito orgulho receber o convite do Ministério Público para participar de um projeto tão importante como esse, que é de apoio às mulheres e vítimas de agressão. A ideia é fazer um mutirão para poder fazer as cirurgias de reparação, principalmente nas mulheres com maior gravidade e mais longe da fila de espera do SUS”.

O funcionamento prevê que o encaminhamento das vítimas seja feito exclusivamente pelo Ministério Público, por meio do Núcleo de Promoção dos Direitos das Vítimas (NUVIT). Após triagem e documentação, os casos são avaliados pela equipe técnica do Hospital, que realiza exames, planejamento cirúrgico e acompanhamento integral.

Com início imediato após a assinatura, o projeto já possui casos em avaliação e prevê a realização das primeiras cirurgias nos próximos dias. A vigência inicial é de dois anos, com possibilidade de expansão e replicação em outras regiões, consolidando um modelo que alia justiça, saúde e solidariedade.

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas do MPRS, Alessandra Moura Bastian da Cunha, explicou que o critério de seleção passa inclusive por avaliar se a vítima não está próxima de fazer o procedimento pelo SUS. “Hoje, temos cinco ou seis casos encaminhados para avaliação médica. O encaminhamento é seletivo, e temos o cuidado para não deixar estas vítimas terem uma nova decepção ao aguardar uma seleção que não possa ser feita”, afirmou a promotora.

Fonte: Agência de Notícias do Estado do RS

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