Alese concede Título de Cidadania Sergipana ao casal de médicos Cecília Portilho e Armando Portilho

A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) realizou, nesta segunda-feira (17), uma Sessão Especial em reconhecimento a duas trajetórias profundamente enraizadas na medicina sergipana. No plenário da Casa, os médicos Maria Cecília Gravatá Portilho e Armando José Portilho receberam o Título de Cidadania Sergipana, honraria proposta pelo deputado estadual Luciano Bispo (PSD).

A mesa de honra foi composta pelo próprio deputado autor, pelo deputado Paulo Jr. (PV), pelos homenageados e pelo médico cirurgião e ex-deputado estadual Dr. Edney Caetano. A solenidade reuniu familiares, amigos e colegas de profissão que prestigiaram o casal, reconhecido por sua dedicação à saúde e sua forte ligação afetiva com o estado.

Trajetórias marcadas pelo compromisso com Sergipe

Nascida no Rio de Janeiro, em 13 de junho de 1966, filha de Raul Sento-Sé Gravatá, magistrado baiano, e de Lilian Gulden Gravatá, Dra. Cecília cresceu em um ambiente marcado por valores sólidos de ética, dedicação e serviço ao bem comum. Após viver parte da infância em Belém do Pará, retornou ao Rio de Janeiro, onde ingressou no curso de Medicina aos 17 anos, concluindo-o em 1989.

Especializou-se em Anestesiologia no Hospital de Ipanema (1990-1992) e, no mesmo período, casou-se com o também médico anestesiologista Dr. Armando Portilho.

O casal decidiu construir uma nova vida em Aracaju, encontrando no estado tranquilidade, acolhimento e oportunidades de crescimento. Desde então, Dra. Maria Cecília dedicou-se aos serviços de saúde sergipanos, atuando no Hospital de Cirurgia, no Hospital da Polícia Militar, onde serviu por mais de uma década, em instituições privadas e cooperadas, e desempenhando funções de destaque em entidades da categoria.

Atualmente, é coordenadora do Serviço de Anestesiologia do Hospital Unimed, além de cumprir papel relevante no Conselho Fiscal da cooperativa. Mãe de Lucas e Mateus, ambos sergipanos, ela construiu no estado não apenas sua carreira, mas suas raízes.

Dr. Armando Portilho: três décadas de contribuição exemplar

Nascido no Rio de Janeiro, em 1950, Dr. Armando formou-se em Medicina pela Universidade Federal Fluminense em 1977, especializando-se em Anestesiologia no Hospital Municipal Miguel Couto. No Rio, atuou em grandes instituições como o Hospital dos Servidores do Estado e ocupou o cargo de Chefe da Divisão de Saúde de Furnas Centrais Elétricas.

Em 1992, em busca de qualidade de vida e segurança para a família, escolheu Sergipe como novo lar. Ao lado da esposa, iniciou no estado uma trajetória marcada pela entrega à saúde pública e privada. Atuou no Hospital de Cirurgia, no Hospital da Polícia Militar, após ser aprovado em concurso público, e em hospitais de diversos municípios, sempre reconhecido pela competência e dedicação.

É integrante ativo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, da Sociedade de Anestesiologia de Sergipe e da Coopanest-SE. Atualmente, compõe o corpo de anestesiologistas do Hospital Unimed.

Em sua fala, o Dr. Armando demonstrou surpresa e emoção, reforçando os laços construídos com Sergipe ao longo de três décadas. Ele explicou as razões que o fizeram deixar o Rio de Janeiro e construir uma nova vida no estado:

“Pra mim foi uma surpresa muito grande e uma emoção enorme. É um prazer muito importante na vida da gente. Nós temos décadas trabalhando aqui, sempre com dedicação, e nunca imaginávamos que um dia seríamos chamados a esta Casa para receber uma homenagem tão significativa. Nós somos apenas dois entre tantos profissionais que, vindos de fora, escolheram Sergipe como lar, mas sempre procuramos honrar essa escolha com trabalho e responsabilidade. Quando chegamos aqui, ouvimos perguntas como: ‘Mas por que Sergipe, se é o menor estado?’ E nós sempre respondemos que isso não tinha o menor peso na decisão. O que nos atraiu foi a qualidade de vida, a proximidade com o mar, as condições climáticas e o potencial de crescimento. Sergipe nos oferecia algo que buscávamos há muito tempo: paz para viver e trabalhar. Apostamos e investimos nisso, e não nos arrependemos. Até brincávamos: ‘Puxa vida, aqui a vida é tão mais calma, tão melhor’. Por isso, agradeço profundamente ao deputado Luciano Bispo por sua generosidade e sensibilidade. Agradeço também ao colega e amigo Edney Caetano, que nos acolheu com tanto carinho quando chegamos. É um dia que guardaremos no coração. Muito obrigado.”

Sergipe como lar, vida e destino

A Dra. Cecília falou com emoção sobre suas raízes, sua trajetória e o sentimento de pertencimento ao estado:

“Eu vim pra cá com 27 anos, e hoje tenho 59, já vivi mais tempo em Aracaju do que no Rio, onde nasci. Isso já mostra o quanto Sergipe faz parte da minha vida. Vim para cá logo após conhecer o Armando. Somos colegas de profissão, colegas de vida, e decidimos juntos buscar um lugar que nos acolhesse, que fosse menor, tranquilo, carinhoso. Meu pai era baiano e falava muito sobre Sergipe, sempre com muito respeito e admiração, e isso foi plantando em mim uma curiosidade e um afeto pela região. Quando chegamos, encontramos tudo aquilo que buscávamos: acolhimento, segurança, tranquilidade e oportunidade de trabalho. Aqui nasceram nossos dois filhos, Lucas e Mateus, sergipanos de nascimento e de coração. Aqui construímos nossa carreira, nossa casa, nosso futuro. Nós nos dedicamos integralmente à medicina neste estado. Para nós, trabalhar aqui nunca foi apenas exercer a profissão, mas contribuir com uma terra que nos recebeu tão bem. A medicina é nossa missão, e Sergipe nos permitiu exercê-la da melhor forma possível. Só posso agradecer à Alese, aos deputados, aos amigos e colegas que compartilham essa jornada conosco. Sergipe está no nosso coração e na nossa história.”

O deputado Luciano Bispo destacou não apenas a trajetória dos homenageados, mas o afeto e o respeito que ambos demonstram por Sergipe:

“Na verdade, doutora Cecília e doutor Armando já são sergipanos de coração há muito tempo. Eles têm serviços prestados a esta terra, dedicaram grande parte de sua vida profissional à saúde dos sergipanos e construíram aqui suas raízes mais profundas. Eles chegam a falar de Sergipe com um amor tão grande quanto o nosso, como quem nasceu e cresceu aqui. É bonito ver esse sentimento. E foi esse amor pela terra e o reconhecimento do trabalho deles que me fez propor esta homenagem. Eu sempre digo que Sergipe é um estado acolhedor, que abraça quem chega para somar. E eles somaram, e somam, muito. O Dr. Edney Caetano, grande amigo e grande político que já representou esta Casa, me apresentou esse casal extraordinário, e desde então vi de perto a admiração que ambos têm por Sergipe. Por isso, entendi como dever, como obrigação moral desta Casa, torná-los sergipanos de fato e de direito. Esta é a Casa do povo, e o povo sergipano tem orgulho de profissionais como vocês. Agradecemos pelo amor, pelo trabalho, pelo carinho e pela dedicação que têm por Sergipe.”

O médico e ex-deputado destacou dados impressionantes da trajetória profissional do casal:

“É uma homenagem mais do que justa. Eles chegaram aqui há 30 anos, num momento em que Sergipe precisava muito de profissionais especializados em anestesiologia. Vieram inicialmente para fortalecer a cooperativa da Unimed, que não tinha anestesistas em quantidade suficiente. Desde então, trabalharam em praticamente todos os hospitais do estado, públicos e privados. Passaram pelo Hospital São Lucas, Primavera, Cirurgia, Santa Izabel, São José, e por tantos outros municípios do interior. Somando os dois, realizaram quase 50 mil cirurgias ao longo dessas três décadas. Isso significa cuidar, salvar e transformar a vida de milhares de sergipanos. Não é apenas uma contribuição profissional, é um legado. Construíram família, criaram filhos aqui, ajudaram a desenvolver a medicina local e sempre participaram ativamente de cooperativas e entidades representativas. Por isso, receberem este título não é apenas justo, é necessário. É o reconhecimento de todo um estado.”

O jovem Lucas Portilho, sergipano nato, falou emocionado sobre o orgulho de ver os pais reconhecidos pela terra onde ele nasceu:

“Para mim é uma emoção muito grande ver essa homenagem sendo feita aos meus pais. Eles moram aqui há mais de 30 anos, escolheram Sergipe com muito carinho, e sempre falaram desse estado como o lugar onde encontraram paz, oportunidades e acolhimento. Desde pequeno, eu via o quanto eles se dedicavam ao trabalho, noites dormindo pouco, plantões, viagens pelo interior, sempre com um único objetivo: cuidar das pessoas. Eles sempre defenderam muito Sergipe, sempre tiveram orgulho de viver aqui. Eu, como sergipano, fico extremamente feliz e orgulhoso de ver esse reconhecimento. É como se Sergipe dissesse para eles: ‘Vocês realmente são daqui’. E isso significa muito para toda a nossa família.”

O deputado Paulo Júnior ressaltou o significado do reconhecimento concedido pela Casa Legislativa:

“Hoje, a Assembleia Legislativa tem a satisfação de entregar o Título de Cidadania Sergipana a um casal de médicos que escolheu Sergipe e Aracaju para viver, construir família e trabalhar. A dedicação de doutor Armando e doutora Maria Cecília ao serviço público e à área da saúde nos honra. Esta iniciativa do deputado Luciano Bispo, aprovada pela Casa, é a forma que o povo sergipano, representado por seus parlamentares, encontrou para reconhecer os relevantes serviços prestados por eles ao nosso estado. Registramos aqui nosso agradecimento por toda a dedicação, compromisso e responsabilidade com que, ao longo de tantos anos, contribuíram e continuam contribuindo para a saúde dos sergipanos.”

Encerramento

A Sessão Especial foi marcada por aplausos, emoção e demonstrações de carinho. Com a concessão dos Títulos de Cidadania Sergipana, a Alese reconhece oficialmente aquilo que já era evidente na prática: o profundo vínculo dos médicos Cecília e Armando Portilho com o estado, construído com trabalho, ética, amor e dedicação ao povo sergipano.

Fotos: Jadilson Simões / Agencia de Notícias Alese