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Seed abre programação com roda de conversa sobre racismo e cultura afro-indígena
A Seed (Secretaria de Educação e Desporto) realizou na manhã desta segunda-feira, 17, a abertura oficial da Semana da Consciência Negra 2025 da rede estadual, com uma roda de conversa sobre racismo e cultura afro-indígena no auditório da instituição, no Centro de Boa Vista.
O evento integra a programação estadual coordenada pela PNEERQ (Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola). A atividade reuniu professores, gestores, pesquisadores e estudantes e marcou o início da agenda dedicada ao fortalecimento da educação antirracista em Roraima.
A secretária adjunta de Gestão da Educação Básica da Seed, Raimunda Rodrigues, destacou o compromisso institucional com a equidade.
“A Seed tem avançado na implementação de ações que fortalecem uma escola mais justa, inclusiva e comprometida com a equidade. Foi necessária uma política nacional. São necessárias várias ações para que a justiça de processos educacionais, com equidade, com justiça social aconteça”, afirmou.
Apresentações e exposições
A programação contou com apresentações culturais do Colégio Estadual Militarizado Maria Nilce Macedo Brandão, com o grupo Amypaguana, e com desfile de biojoias da Escola Estadual Diva Alves de Lima, valorizando a representatividade e a importância dos povos originários para a preservação da Amazônia.
Durante toda a manhã, os participantes visitaram exposições de projetos pedagógicos no hall da Seed, envolvendo 17 escolas com temas como ancestralidade, protagonismo negro, identidades indígenas, currículo antirracista e práticas educativas interculturais.
A mesa de debates reuniu referências acadêmicas e culturais do Estado. O professor e pesquisador Tácio Raposo mediou o encontro, que também contou com as contribuições de Ana Célia Oliveira Paz, Antônia Pedrosa, Naiva Pereira Lima e Geisel Bento Julião. Os especialistas dialogaram sobre políticas públicas, histórias invisibilizadas, desafios no enfrentamento ao racismo nas escolas e a construção de currículos que reflitam a diversidade local.
A gestora pedagógica do Colégio Estadual Militarizado Fernando Grangeiro, Lívia Gomes, levou alunos para uma apresentação cultural e reforçou o papel transformador da educação.
“Estamos aqui hoje para transformar a nossa escola, em resistência, e atender os nossos alunos com um olhar amoroso e por uma escola livre de racismo”, disse.
O evento também apresentou avanços em indicadores educacionais relacionados às ações antirracistas, além de relatórios das unidades escolares, práticas de campo, oficinas culturais e a prévia do Protocolo Antirracista da Educação de Roraima, documento em construção para orientar as escolas da rede estadual.
A presidente do comitê estadual da PNEERQ, Marlete Lima, ressaltou a singularidade étnica de Roraima e a necessidade de refletir essa diversidade no ambiente escolar.
“Somos um Estado diverso, com forte presença indígena e migrante. Essa pluralidade precisa estar refletida no currículo, na formação de professores e em cada projeto pedagógico. Teremos outras atividades que serão desenvolvidas no espaço da escola, onde as próprias unidades estarão apresentando as atividades e projetos que foram desenvolvidas no ano de 2025”, destacou.
