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COP30: Governo da Paraíba participa de painel sobre Cuidado, Gênero e Justiça Climática na Green Zone
A agenda de gênero ganhou centralidade na COP30, nessa sexta-feira (14), durante o painel “Cuidado, Gênero e Clima – Pactos Regionais para a Transformação Sustentável”, realizado na Green Zone, no Espaço do Consórcio Nordeste. O debate, promovido pelo Consórcio Nordeste em parceria com o Governo da Paraíba — por meio da Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (Semdh) e da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) — reuniu lideranças nacionais e internacionais para discutir o cuidado como eixo estruturante das respostas à crise climática. A iniciativa conta ainda com o apoio da Global HER e do ONU-Habitat.
Representando o Governo da Paraíba, participaram as secretárias Lídia Moura (Mulher e Diversidade Humana) e Rafaela Camaraense (Meio Ambiente). Lídia Moura, coordenadora da Câmara Temática de Mulheres do Consórcio Nordeste, destacou o cuidado como categoria política indispensável à justiça climática e o protagonismo das mulheres nordestinas na defesa dos territórios. Rafaela Camaraense, diretora executiva da Abema, apresentou experiências da Paraíba na transição energética, restauração ambiental e adaptação no Semiárido, consolidando o estado como referência nacional em ações climáticas.
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, participou do debate e reforçou o compromisso do Governo Federal em integrar equidade de gênero e cuidado às políticas de enfrentamento à emergência climática. “O cuidado precisa ser reconhecido como infraestrutura essencial da vida. Sem políticas que apoiem quem cuida — sobretudo mulheres negras, indígenas e periféricas — não haverá transição justa, não haverá justiça climática. O que estamos construindo aqui é um pacto global que começa pelos territórios”, afirmou a ministra.
A mesa reuniu ainda nomes de destaque no cenário nacional e internacional. Pelo ONU-Habitat, Lea Ranalder, especialista em energia renovável e mitigação climática, abordou soluções urbanas para adaptação e resiliência. A dimensão cultural foi apresentada por Maria Marighella, presidenta da Funarte, que ressaltou o papel da arte e da cultura como ferramentas de mobilização social diante das mudanças climáticas.
Também integraram o painel Thamyris Elpídio (Global HER), referência na paradiplomacia do cuidado; Lourivânia Soares, pesquisadora premiada e coordenadora da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia; Iaraci Dias, da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia; e Amanda Teles Marques, liderança indígena Arapaço e pesquisadora em direitos e Amazônia, que trouxe a perspectiva dos povos originários para o debate climático.
Em sua fala, a secretária Lídia Moura enfatizou a centralidade das mulheres na sustentabilidade da vida. “Quando as mulheres cuidam da água, da terra e das comunidades, elas fazem política climática. O Nordeste mostra ao mundo que cuidado é estratégia, tecnologia social e ferramenta de transformação. Justiça climática só será possível com justiça de gênero.”
O painel reforçou a compreensão de que o cuidado é uma estratégia essencial e transversal para enfrentar a crise climática, articulando justiça social, proteção dos territórios, igualdade de gênero e pactos regionais capazes de impulsionar modelos sustentáveis de desenvolvimento em escala global.