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Parlamentares repercutem reabertura escalonada do comércio


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Em sessão extraordinária remota da Câmara Legislativa do Distrito Federal, na tarde desta terça-feira (19), os parlamentares se dividiram quanto à decisão da juíza federal Katia Balbino sobre a reabertura escalonada do comércio no DF, que teve início nesta semana. A deputada Júlia Lucy (Novo) disse que encaminhará oficio à juíza questionando a decisão. Segundo ela, o comércio está funcionando “clandestinamente” em várias cidades do DF, como Ceilândia, Recanto das Emas e Estrutural. Para Lucy, ao invés de proibir é melhor que sejam adotadas regras claras o quanto antes. “O DF deve regular e fiscalizar, porque o comércio já está funcionando”, atestou.

Do mesmo modo, o líder do governo na CLDF, deputado Cláudio Abrantes (PDT), concordou que é preferível, diante do não cumprimento do isolamento, abrir o comércio com responsabilidade e regras. Ele argumentou que a capital tem a menor taxa de mortalidade do Brasil, em torno de 1,5%. Acrescentou que há, no DF, 252 leitos exclusivos para pacientes infectados com coronavírus, com taxa de ocupação de 38%, situação sem igual no País. Ainda de acordo com o parlamentar, “o hospital da Papuda deverá estar pronto até o final deste mês, com quarenta leitos, além do hospital da PM, com 86 leitos de UTI”. Para Abrantes, as ações do governador do DF, Ibaneis Rocha, de “ir liberando aos poucos e de reabertura com tranquilidade são acertadas”.

EPIs – Por outro lado, o deputado Fábio Felix (PSOL) considerou que a juíza apenas impôs limites na reabertura com base na documentação do próprio GDF e nas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tanto Felix quanto o deputado Reginaldo Sardinha (Avante) se solidarizaram com a família do agente penal Francisco de Souza, que faleceu no último domingo (17), e do detento Álvaro Nascimento, que faleceu hoje (19), sendo os dois primeiros casos de morte pela Covid-19 no sistema penitenciário do DF. Sardinha defendeu a urgente adoção de Equipamento de Proteção Individual (EPI) aos agentes penais que trabalham “em condição extrema” nesta pandemia.

Também a adoção de EPIs para os profissionais de saúde que atuam em hospitais e UPAs foi o apelo da deputada Arlete Sampaio (PT), que denunciou o uso de máscaras de TNT de fabricação doméstica por aqueles profissionais. “É um absurdo a falta de cuidado com aqueles que lidam com os doentes”, protestou, ao citar que os parlamentares destinaram emendas individuais para compra dos EPIs. Ela alertou que cada profissional de saúde que contrai o coronavírus significa um a menos no front de combate à doença. Diante do cenário, Arlete Sampaio, que é médica sanitarista, considerou que não se justifica a “pressa” para abrir estabelecimentos.

Também o deputado Chico Vigilante (PT) insistiu nas medidas de isolamento. “Quem defende a abertura do comércio deveria verificar a situação em Manaus e no Ceará”, afirmou, ao destacar que o Brasil já atingiu 16.792 mortes pela Covid-19. Por sua vez, o deputado Jorge Vianna (Podemos) argumentou por melhores condições de trabalho nas UPAs: “Até agora muitos profissionais de saúde não sabiam sobre o potencial de contaminação do coronavírus”. Para o deputado Leandro Grass (Rede), à crise sanitária se somam a má gestão e a corrupção nesse momento no País. Ele defendeu que os parlamentares exerçam “com urgência” a fiscalização sobre as ações que têm sido adotadas durante a pandemia.

Secretário de Saúde – O presidente da CLDF, deputado Rafael Prudente (MDB), anunciou que o secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo, vai se reunir com os parlamentares nesta quinta-feira (21), às 15 h, na presidência da Casa, para tratar sobre as ações da pasta no combate à Covid-19. Ainda de acordo com Prudente, o encontro será conduzido pelo líder do Governo na CLDF, deputado Cláudio Abrantes (PDT), com a presença da presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Vida em Contexto da Covid-19, deputada Arlete Sampaio (PT), e do presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, Jorge Vianna (Podemos). Prudente alertou que a reunião deverá ter, no máximo, quatro representantes da CLDF e quatro daquela Secretaria, a fim de evitar aglomerações no ambiente.  

Franci Moraes
Fotos: Sílvio Abdon/CLDF
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa

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