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Brasileiros enfrentam dificuldades em aeroportos europeus

Marco López/Unsplash

Brasileiros enfrentam problemas em aeroportos europeus

Com a alta procura por viagens e infraestrutura deficitária, os turistas brasileiros que viajam para a Europa enfrentam dificuldades. A retomada dos voos pós-pandemia, em meio a uma escassez de mão de obra e greves de funcionários de empresas aéreas e terminais, exige dos turistas muita paciência particularmente nos feriados locais e no início da temporada de férias de verão no Hemisfério Norte.

No último fim de semana, por exemplo, uma pane no sistema de controle de bagagens no Aeroporto de Heathrow, em Londres, resultou em pilhas de malhas espalhadas pelo terminal 2. Passageiros tiveram que viajar sem seus pertences.

A aviação perdeu 2,3 milhões de empregos durante a pandemia, com muitos trabalhadores trocando definitivamente o setor por outras áreas. Várias companhias aéreas e aeroportos já reduziram o número de voos programados para o verão europeu por falta de pessoal. E há greves planejadas por diferentes sindicatos em junho e julho, como a da aérea de baixo custo Ryanair. Segundo a dona de uma agência de Salvador, um de seus clientes disse que “já era complicado, e agora está mais ainda.” Em Lisboa, por exemplo, na véspera do feriado de Corpus Christi, o programador brasileiro Glauco Custódio passou três horas de pé na fila da Imigração.  — Em alguns momentos, apenas duas cabines com funcionários atendiam — disse Custódio, que reside em Portugal há três anos e meio, ao blog Portugal Giro.

Custódio desembarcou de um voo com origem em Viracopos (SP). E lamentou a falta de organização na volta a Lisboa, onde, segundo ele, mais de mil pessoas aguardavam na fila da Imigração:

— É cansativo chegar de um voo de nove horas e ficar mais três horas de pé na fila, mas tinha água e o calor estava suportável. Poderia ter coordenação. Um guichê ficava vazio e demorava até perceberem e chamarem o próximo da fila. Em alguns momentos, havia três policiais na mesma cabine, mas dois atendendo. O terceiro ficava de pé, conversando.

Regras da Anac

Para quem tem voo marcado para a Europa, a AirHelp, empresa especializada em assistência para atraso de voos, ressalta que a política de cancelamento e atrasos tem respaldo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quando o voo original saiu do Brasil. Mas as legislações internas dos países precisam ser respeitadas. Ou seja, as regras da Anac valem para situações ocorridas em aeroportos no Brasil. Se estiver no exterior, valem as regras do país onde está o passageiro.

— Talvez a maior dificuldade do passageiro seja se comunicar quando está fora do país — ressalta a especialista em turismo Thyara Rodrigues.

Registre tudo

 Segundo a AirHelp, em situações ocorridas no Brasil, se o atraso de voo ultrapassar quatro horas, a companhia aérea deve oferecer reacomodação em outro voo, reembolso integral ou outra modalidade de transporte. E o passageiros ainda poderá reivindicar indenização por voo atrasado, independentemente de ter recebido ou não o auxílio material.

No caso de extravio de bagagem, diz Thyara, todas as companhias têm um setor para reportar o ocorrido, sendo necessário preencher um formulário descrevendo os principais artigos que estavam na bagagem, inclusive com estimativa de valor.

Guarde recibos para reembolso

A AirHelp informa que, se a companhia aérea não oferecer recursos para compras emergenciais no caso de extravio, o passageiro poderá adquirir o necessário e depois pedir reembolso.

Em caso de perder uma conexão por causa de greve, Thyara sugere gravar tudo:

— Se o passageiro perdeu o voo por causa de uma greve, ele vai precisar filmar, fotografar, guardar todos os comprovantes de que esteve no aeroporto, gastou com transporte, alimentação e hospedagem, e entrar com uma ação civil para que a companhia arque com os prejuízos.

Veja como são as regras no Brasil

Atrasos:  No aeroporto, a empresa deve informar imediatamente a causa do atraso e atualizar a previsão de embarque a cada 30 minutos.

Assistência:  Varia conforme o tempo de espera. A partir de 1 hora, a empresa tem de assegurar ao passageiro comunicação (internet, telefone). A partir de 2 horas, tem de garantir alimentação (voucher, refeição, lanche). Acima de 4 horas, hospedagem em caso de pernoite e transporte de ida e volta ao aeroporto.

Extravio de bagagem:  Com a etiqueta da mala, vá ao guichê da companhia e solicite o Registro de Irregularidade de Bagagem (RIB). Informe marca e descrição dos itens da mala, além de endereço para devolução.

Greves:  Thyara Rodrigues orienta filmar, fotografar e guardar comprovantes de gastos com transporte, alimentação e hospedagem, e entrar com ação civil para ser ressarcido pela aérea.

*Com agências internacionais

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