Com o objetivo de apresentar, de forma parcial, os dados do inquérito sorológico que está sendo realizado na rede estadual de ensino, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizaram, na tarde desta segunda-feira (14), uma coletiva de imprensa no auditório do Centro Administrativo da Saúde. O inquérito está sendo realizado de forma amostral pela UFS. Estiveram presentes na coletiva os coordenadores da Força Tarefa contra a Covid-19, Lysandro Borges e Daniela Raguer; a secretária de Saúde, Mércia Feitosa; e o superintendente Executivo da Seduc, professor José Ricardo de Santana.
Quatorze escolas da rede estadual já tiveram estudo concluído e mais sete estão análise. A expectativa é testar 6 mil docentes e estudantes em 28 municípios do estado ao longo de um mês de trabalho, que se encerra na próxima semana, dia 22.
A apresentação dos dados foi aberta pela secretária Mércia Feitosa, que destacou que a proposta de testar os alunos antes da liberação do retorno às aulas presenciais era uma preocupação do governador Belivaldo Chagas. “Estamos dialogando com a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura, e vendo qual a melhor situação em cada município. Para os índices que são inapropriados, nós vemos qual a melhor atitude tomar, mas sempre sendo uma definição tomada em conjunto. Nós fizemos a aquisição de mais testes para que tivéssemos um leque maior do que apenas para uma pesquisa, estendendo também para todos os municípios”, disse.
O professor Lysandro Borges explicou que a testagem foi dividida por Diretorias Regionais de Educação, sendo escolhidos os municípios com maior quantidade de alunos. A ação está sendo feita por amostragem. Para a realização dos exames para detecção da Covid-19, a equipe dividiu o público-alvo em quatro categorias básicas: estudantes, professores, gestão e direção, e demais funcionários.
De acordo com o pesquisador, os resultados parciais mostram o perfil da pandemia no estado de Sergipe, com um aumento nos municípios pequenos e uma redução na Grande Aracaju, em comparação aos municípios menores. Ele conta que o que chamou a atenção foi que os professores e os cargos de gestão e direção são os que mais apresentaram índices de contaminação, seguido dos estudantes.
O professor alertou, ainda, sobre biosegurança das escolas. “Todos esses testes começaram nos primeiros dias de aula. Nenhuma escola estava funcionando até começarmos a testagem. Então não se pode dizer que as pessoas se contaminaram no ambiente escolar. A gente pode inferir que isso aconteceu antes da abertura das escolas”, afirmou.
Lyzandro reforçou que as pessoas devem seguir as recomerndações dos órgão sanitários e não esquecerem que a pandameia ainda é uma realidade. “É normal que ocorram contaminações. Essas pessoas devem ficar afastadas por 14 dias e depois retomar suas atividades normalmente. O prejuízo educacional para o aluno, principalmente aquele que vai fazer o Enem, é enorme, então com muita seriedade, critério e respeito a todos, é preciso criarmos alternativas de retomada de aulas presenciais com segurança”, declarou.
O superintendente executivo da Seduc, professor José Ricardo Santana, frisou que a testagem não é condição para retorno de aula presencial determinado pelo Comitê Científico, mas que a Seduc tem trabalhado para que o retorno das atividades presenciais seja seguro e gradual. “Nas escolas nós fizemos todo o trabalho de prevenção, mas temos que testar também a comunidade. O que a gente faz agora é a recomendação para a continuidade ou não das atividades. A prioridade da Seduc é que seja atendida toda e qualquer medida de biosegurança para que tenha a garantia da preservação dos estudantes, comunidade e professores, e para isso, as escolas seguem a orientação da Saúde, seja estadual ou dos municípios”, disse, explicando ainda que onde houver acima de 30% de testagem positiva, é determinada a paralisação das atividades por 14 dias e nesse período seja feito a higienização do ambiente escolar.
Dados preliminares
A professora Daniela Raguer fez a apresentação dos dados preliminares do levantamento epidemiológico, por busca ativa, da contaminação pelo SARS-CoV-2 em escolas da rede estadual de ensino. As técnicas utilizadas foram a de biologia molecular (RT-PCR) e o imunoensaio cromatográfico (teste rápido). O mapeamento foi feito por Diretoria Regional de Educação. Ela deu uma breve explicação sobre a diferença conceitual entre surto, endemia, epidemia e pandemia, chamando a a atenção de que o uso incorreto de algum termo pode acarretar em informação falsa. Daniela Raguer também explicou como se dá o tempo de detecção do vírus em cada um dos tipos de testes utilizados.