Três linhagens diferentes do novo coronavírus (Sars-coV-2) circulam ou circularam na Amazônia desde a chegada do vírus no país. É o que apontam análises e sequenciamentos realizados pelo Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A análise indica que a Covid-19 deve ter sido “importada” de países da Europa, mas de locais diferentes. Com isso, sabe-se que o vírus teve ao menos três entradas diferentes na região. Os estudos agora seguem para saber não só a origem exata, mas a data de chegada à região.
No Amazonas, por exemplo, foram examinados 37 genomas da capital, Manaus, e do interior do estado. Na região, três tipos diferentes do novo coronavírus – A2, B1 e B1.1 – foram identificados. Já em Rondônia foram oito genomas estudados, que mostraram dois tipos B1 e B1.1 similares aos do Amazonas.
Uma das hipóteses levantadas é que o vírus tenha chegado primeiro no Amazonas, por conta da maior movimentação de turistas, e seguido de lá para outros estados da região.
Segundo o pesquisador da Fiocruz Amazônia e coordenador do estudo no Amazonas, Felipe Naveca, os vírus B1 e B1.1 têm maior circulação no Reino Unido, Estados Unidos e Austrália. “O B.1.1 já é um derivado de B.1. Usamos essa informação para nos ajudar a traçar a rota por onde os vírus passaram”.
Além deles, em Manaus ainda foi achado o tipo A2, mas que teve uma circulação menor e, ao que tudo indica, não saiu da capital. Esse vírus circulou basicamente em Espanha, Reino Unido e Austrália. Em regra, não se sabe se algum tipo é mais grave que outro. “Até agora ninguém conseguiu mostrar uma relação entre linhagem e gravidade”, explica.
O estudo ainda está avaliando amostras de outros municípios com casos confirmados de Covid-19 . As respostas obtidas devem ajudar a descobrir como o vírus foi introduzido na região, além de contribuir para formar ações de vigilância de combate ao vírus. Com informações do Uol .