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Covid-19 tem evolução nos tratamentos comprovadamente eficazes ao longo de 2020


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Retrospectiva 2020
Arte iG

Retrospectiva 2020

Dez meses após o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil —  confirmado pelo Ministério da Saúde no dia 26 de fevereiro deste ano  — a pandemia já causou 189.982 mortes no país. Em todo o mundo, são 1.730.663 óbitos. Embora a situação ainda não esteja sob controle — apesar da chegada das vacinas em diversos países — , a experiência adquirida pelos cientistas e profissionais da saúde ao longo desse tempo permitiu avanços no atendimento e tratamento dos doentes, evitando que o saldo de internações e óbitos seja ainda maior .

Esse aprimoramento das práticas não veio com a descoberta de um remédio milagroso, mas com técnicas já conhecidas para melhorar a oxigenação, muitas vezes evitando até a intubação de pacientes, e com o uso de remédios que combatem a doença em casos específicos, como a dexametasona . Por outro lado, alguns tratamentos foram descartados ,  e outros seguem em estudo ainda sem comprovação de eficácia. Confira:

Paciente de bruços

Recomendada em março pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para pacientes que sofrem de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), a técnica é antiga, usada muito antes da chegada do coronavírus, e consiste  em virar o paciente de bruços para para aumentar a quantidade de oxigênio que entra nos pulmões.

Profissionais da saúde explicam que a parte mais pesada dos pulmões fica nas costas e, portanto, se o paciente estiver com as costas apoiadas no leito, a dificuldade em respirar é agravada.

A técnica, no entanto, demanda alguns cuidados , já que mudar uma pessoa doente de posição pode ter uma série de complicações, principalmente em pacientes com obesidade ou lesões. Se o paciente estiver utilizando um tubo de respiração ou um cateter , os cuidados devem ser redobrados.

Segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) , para executar a pronação com segurança, “é necessário um número suficiente de profissionais experientes”.

Fisioterapia respiratória

Seja como parte do tratamento nas unidades de terapia intensiva ou na recuperação do paciente  pós-internação , a fisioterapia tem se mostrado fundamental para o sucesso do tratamento dos pacientes afetados pela Covid-19.

Sua atuação contribui, principalmente, para evitar  complicações cardiorrespiratórias  em indivíduos internados, e também para recuperar a capacidade pulmonar e motora de quem já se curou da doença.

O papel do fisioterapeuta é importante em diversas técnicas de tratamento. Começa com os primeiros cuidados com a administração de oxigênio, passa pela assistência em intervenções envolvendo intubação, ventilação mecânica e mudança de decúbito, e inclui ainda procedimentos para remoção de secreção brônquica e melhora da função respiratória.

Dexametasona e outros corticoides

Até o momento, a Dexametasona é o único farma que comprovadamente reduz a mortalidade por Covid-19. O remédio é recomendado, desde setembro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), para pacientes em estado grave.

O remédio, porém, não deve ser utilizado no início do tratamento, uma vez que diminui as defesas imunológicas . Esse, aliás, é justamente o motivo de sua indicação para pacientes graves: reduz a aceleração do sistema imunológico — a chamada tempestade de citocinas — responsável pela inflamação pulmonar.

Outros medicamentos, como a hidrocortisona e a metilprednisolona, ambos também da família dos corticóides , têm mostrado eficácia na redução da mortalidade. Segundo meta-análise divulgada em setembro pela Organização Mundial da Saúde, os fármacos podem reduzir em um terço o risco de mortalidade pela doença.

Anticoagulantes

Apesar de ainda não haver ainda muitos registros na literatura médica, os anticoagulantes têm sido utilizados para reverter os fenômenos trombóticos causados pelo novo coronavírus.

Os remédios são prescritos para pacientes com formas mais moderadas da doença enquanto estudos clínicos mais abrangentes não são divulgados sobre a eficácia dos remédios.

Tratamentos não recomendados pela OMS por falta de comprovação científica

Cloroquina e Hidroxicloroquina

Apesar de serem úteis diante da malária e certas doenças reumatológicas, a cloroquina e a hidroxicloroquina  não são eficazes no tratamento da Covid-19, como já revelaram diversos estudos.

Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina
Reprodução/TV Brasil

Bolsonaro mostrando caixa de cloroquina

A OMS , inclusive, suspendeu os testes com essas moléculas ao observar a ineficácia e o surgimento de certos efeitos colaterais em pacientes com coronavírus . O lobby pelos medicamentos, inclusive por parte do Presidente  Bolsonaro e do Ministério da Saúde, que defendem um tratamento precoce com os fármacos  (o que também carece de evidência), virou um símbolo da politização negativa da ciência da saúde.

Antiviral

Os primeiros testes com o Remdesivir , antiviral que já foi utilizado no tratamento do ebola e da MERS, foram animadores e melhora no trato respiratório e redução da febre. Após estudos mais robustos, a eficácia do remédio passou a ser contestada.

No Brasil, o remédio só está disponível para estudos. Já nos Estados Unidos, a agência que regula medicamentos (FDA) aprovou, em maio, o uso emergencial para o tratamento da Covid-19.

No entanto, de acordo com uma das maiores entidades mundiais de médicos de tratamento intensivo, a Sociedade Europeia de Medicina e Tratamento Intensivo (ESICM) , o remdesivir não deve ser usado como tratamento de rotina para pacientes de Covid-19.

A OMS também não recomenda o tratamento com o medicamento por falta de resultados que comprovem eficácia.

Antirretroviral

Apontado no início da pandemia como promissor no tratamento da infecção em paciente hospitalizados, os remédios originalmente desenhados para HIV não apresentaram ou benefícios.

Estudo com 11 mil pessoas conduzido pela Universidade de Oxford mostrou que os resultados “descartam de maneira convincente qualquer benefício significativo em termos de mortalidade com o uso de lopinavir-ritonavir”.

Fonte: IG SAÚDE

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