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Carlinhos de Jesus sobre o pós Covid-19: duas lives e já fico ofegante


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Carlinhos e esposa
Reprodução/Instagram

Carlinhos de Jesus e a esposa, Rachel, adoeceram ao mesmo tempo

Aos 67 anos de idade e uma vida inteira dedicada à dança, o coreógrafo e bailarino Carlinhos de Jesus , referência da atividade no Brasil, chegou a ser hospitalizado com Covid-19 em abril deste ano. Agora, quase dois meses após receber alta da Unidade de Terapia Intensiva, ele diz lidar com o impacto da doença e do isolamento social em seu principal instrumento de trabalho: o próprio corpo. 

“Desde que saí do hospital , eu me canso muito rápido. Já dei algumas aulas online, mas percebo que é muito cansativo e tento não trabalhar ou fazer lives por muitas horas. Se eu fizer duas lives seguidas, me canso. Também percebo que engordei um pouco e perdi condicionamento físico”, explica o profissional, que faz exercícios de musculação e abdominais em casa. 

Experiente, Carlinhos diz que buscará ajuda de um fisioterapeuta e personal trainer quando o tempo devido chegar. “Eu sei que a doença afetou meu corpo e também sei que o período de isolamento não permite a mesma rotina de exercícios. Sou um homem de 67 anos e, apesar de viver bem a minha idade, conheço minhas limitações, conheço o meu corpo. A prioridade agora é ter saúde”, destaca. 

Carlinhos relembra a intensidade da infecção. “Logo que os sintomas começaram a aparecer, a sensação era de que eu havia sido atropelado. Muita dor no corpo, muita prostração. Eu e minha mulher adoecemos juntos e ficamos sem olfato e nem paladar. Depois de alguns dias, ela continuou o tratamento em casa, mas eu precisei ser hospitalizado e depois encaminhado para UTI”, recorda o coreógrafo , que também diz não ter recuperado completamente o paladar. 

“Na UTI, me assustei muito ao reparar que todas as baias estavam ocupadas e os pacientes entubados. Só eu não fui entubado. Em certo momento, ouvi um dos pacientes falecer”, conta. Carlinhos, porém, faz questão de destacar que recebeu alta na UTI na mesma data em que se comemora o dia nacional da dança, 29 de abril. 

De acordo com o fisioterapeuta respiratório Cadu Ramos, o desempenho dos pulmões pode sim ser afetado por um tempo após a cura da infecção. “Os músculos e a capacidade dos alvéolos em captar o oxigênio ainda está bem baixa após a doença que afetou esse área do corpo. A recomendação é fazer exercícios respiratórios para acelerar a recuperação e a força de expansão dos pulmões, com abertura dos alvéolos”, orienta o profissional, que ainda reforça que “mesmo que demore um tempo, o paciente recuperado tem toda a capacidade de recuperar 100% da capacidade de respiração”, diz.

Além disso, Cadu destaca o período de isolamento social e ansiedade coletiva como fatores que também contribuem para até 60% da perda de capacidade de expansão dos pulmões , interferindo no desempenho respiratório. “Às vezes a pessoa adquire o hábito de passar o dia no sofá, sem exercícios físicos ou respiratórios, e isso vai se acumulando, causando a perda dessa capacidade de expansão”, explica.

Apesar da dificuldade de recuperação imediata, o coreógrafo – que também trabalha como ator, diretor e bailarino – destaca que o período permite um reinvenção da profissão e de si mesmo. “Eu sei que seremos os últimos a voltar ao que era antes, com apresentações e atividades de contato, mas também sei que estamos descobrindo muitas potencialidades e novas formas de nos mostrar. novas parcerias. novos formatos”, finaliza o artista.  

Fonte: IG SAÚDE

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