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2020: confira as 7 fake news mais perigosas sobre a pandemia de Covid-19


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Retrospectiva 2020
Arte iG

Retrospectiva 2020

A manutenção da saúde pública durante a pandemia que já causou mais de 180 mil mortes no Brasil passa por muitos aspectos além do cuidado dentro dos hospitais. Durante o ano, a informação responsável, fundamental para garantir a prevenção adequada e o conhecimento da população sobre os impactos da doença, tornou-se prioridade após o enorme volume das fake news  sobre o tema. 

Especialmente propagados nas redes sociais, os boatos criam dúvidas sobre vacinas, tratamentos e até sobre a origem do vírus. Confira 10 “fake news” que se tornaram perigosamente populares.

1. Vacina contra Covid-19 altera o DNA humano

Desde os primeiros resultados de eficácia e segurança de vacinas experimentais contra à Covid-19, mentiras sobre “riscos não divulgados” ocupam as redes sociais. Um dos boatos mais perigosos sobre o assunto aponta o suposto efeito nocivo da tecnologia de RNA mensageiro, utilizada por alguns imunizantes. A técnica, que usa um fragmento do material genético do vírus, ” não possui qualquer efeito no DNA de uma célula humana”, confirma o professor Jeffrey Almond, da Universidade de Oxford, em entrevista à BBC.

É importante lembrar, ainda, que apesar de ser considerada inovadora, a tecnologia já foi testada e aprovada em medicamentos anteriores, além de compor os estudos clínicos das vacinas com centenas de milhares de voluntários, que não registraram qualquer efeito adverso dessa natureza.

2. Vacina contra Covid-19 pode inserir um microchip no corpo do vacinado

Ainda sobre a vacina – passo mais importante no combate à pandemia – outra  notícia falsa ameaça prejudicar a imunidade coletiva da população brasileira. Segundo o texto, que traduz a mesma teoria conspiratória de um blog em inglês e passa por forte circulação no Whatsapp, o imunizante possuiria um chip para colher a “identidade biométrica” da população. Não há, porém, qualquer vacina com microchip em desenvolvimento ou já desenvolvida no mundo.

3. Termômetros infravermelhos causam doenças cerebrais

Uma postagem bastante publicada nas redes sociais – e mais tarde  desmentida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – afirmava que os termômetros do tipo infravermelho, bastante utilizados na entrada de lojas e restaurantes para medir a temperatura de clientes durante a pandemia, prejudicam o cérebro dos usuários. 

A mentira, associada a um outro vídeo que traz a falsa informação sobre a melhor maneira de medir a temperatura, causou uma reação perigosa e ainda muito comum: para tranquilizar os clientes, funcionários de estabelecimentos passaram a medir a temperatura do pulso dos visitantes em vez da cabeça, local indicado para a medição correta.

Uso de máscara contra a Covid-19
Letcia Mori — Da BBC News Brasil em São Paulo

Por que pode ser preciso usar máscara mesmo após vacina contra covid-19

4. Máscaras oferecem riscos à saúde 

Hoje obrigatórias em espaços públicos e privados de diferentes cidades brasileiras, as máscaras de pano que ajudam a conter a transmissão do novo coronavírus também já foram alvo das fake news. Na mais popular delas, há a informação de que o equipamento de proteção poderia causar asfixia por retenção de gás carbônico. 

Em suas redes sociais, o biólogo e doutor em virologia, Atila Iamarino, reforça que o risco não é real, já que as máscaras de pano são porosas. “A máscara tem que causar uma dificuldade na hora de respirar, porque ela está filtrando o ar. A ideia é que você tenha um tecido, que tenha uma trama com buraquinhos pequenos o suficiente para o ar que a gente precisa respirar atravessar, mas as gotículas de saliva, que soltamos quando falamos e as outras pessoas também soltam, fiquem retidas”, disse.

5. Vírus criado em laboratório 

Um boato supostamente iniciado por uma virologista afirma que o novo coronavírus (Sars-CoV-2) teria sido criado em laboratório na China. Mesmo após a negativa do governo chinês e evidências da comunidade científica, a informação falsa reverberou e influenciou uma escala de desinformação, ocasionando, por exemplo, na crise de confiança enfrentada pela vacina CoronaVac por ser produzida pela chinesa Sinovac. 

A crença – que atinge diretamente um dos principais produtores de insumos médicos exportados para o Brasil – pode ter impactado na resistência de 50% dos brasileiros entrevistados que afirmam ao Datafolha que não tomariam a “vacina chinesa”, apesar do imunizante ser apontado como um dos mais seguros e eficazes até o momento.

6. Eficácia da cloroquina para tratar pacientes da Covid-19

A hidroxicloroquina, medicamento inicialmente dedicado ao tratamento da malária, foi largamente estudado como um possível tratamento para casos graves da Covid-19 após uma publicação do infectologista francês Didier Hault. No Brasil, a cloroquina tornou-se a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a investir R$ 1,5 milhão na produção do medicamento pelos laboratórios do exército. 

Na época, um falso estudo que alegava 87% de cura dos pacientes da Covid-19 após uso do medicamento foi muito compartilhado. Após análise, porém, a Organização Mundial de Saúde assegurou que o uso da hidroxicloroquina  não interfere na taxa de mortalidade pela Covid-19, retirando o medicamento da lista de testes.

7. Caixões vazios em valas comuns 

Diante da fase mais dramática da pandemia no Brasil, quando mais de mil óbitos eram registrados diariamente, um boato aumentava a dor de quem ainda precisa lidar com o luto pela morte de amigos e familiares. Para desacreditar o impacto da Covid-19 no País, um vídeo compartilhado pelo whatsapp, com imagens de anos anteriores ao início da pandemia, mostrava supostos caixões vazios ou cheios de pedra sendo enterrados em Manaus, uma das cidades brasileiras mais atingidas pela Covid-19.

Na capital do Amazonas, valas comuns precisaram ser cavadas para atender a demanda de cerca de 100 mortes por dia, apenas entre as causadas pela nova doença. De acordo com o Monitor de Debate Político no Meio Digital, núcleo de estudos da Universidade de São Paulo, em maio deste ano os vídeos com caixões vazios correspondiam a  30% dos compartilhamentos do ano.

Para combater a disseminação de notícias falsas, o Ministério da Saúde possui um  canal de denúncias no qual é possível inserir o título, link e data de publicação das notícias para checagem e esclarecimento por parte do Ministério.

Fonte: IG SAÚDE

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