Para enfrentar o período de pandemia de Covid-19 e manter o equilíbrio físico e mental, as reeducandas dos estabelecimentos penais da Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Metropolitana de São Paulo (Coremetro) contaram com o apoio de um livro desenvolvido pelo Projeto Mulheres Possíveis. A iniciativa, que funciona desde 2016 na Penitenciária Feminina da Capital (PFC), foi expandida para outros presídios da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
Durante o segundo semestre deste ano, as idealizadoras e executoras do projeto, Beatriz Cruz, Letícia Olivares, Sandra Ximenez e Vânia Medeiros, entregaram às reeducandas da PFC, do Centro de Detenção Provisória (CDP) Feminino de Franco da Rocha e do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São Miguel Paulista o “livro de atividades – mulheres possíveis”.
Com a intenção de não interromper as práticas de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal promovidas pelo grupo mesmo com o isolamento social, foram propostas reflexões estimulando a criação, o cuidado e o “fazer arte”, como descrito nas primeiras páginas do caderno.
Reflexão
Foram entregues mais de 1.500 exemplares nas três unidades prisionais e, entre os responsáveis pelos estabelecimentos penais, a opinião positiva foi unânime. Os gestores perceberam grande entusiasmo das reclusas com o material, que incentiva o compartilhamento de descobertas entre as mulheres.
“Não restam dúvidas dos resultados positivos da ação em meio ao contexto atual. O estímulo à leitura, reflexão, sensibilização corporal, escrita e autoconhecimento somatizam condutas que favorecem acima de tudo o processo de reintegração da mulher e suas particularidades”, comentou Nívia Seravali, diretora geral do CPP de São Miguel Paulista.
Encorajando mulheres
E.M., reeducanda da PFC, já participava do projeto e viu no livro muito carinho e dedicação por parte de suas idealizadoras. “Obrigada por não desistirem de nós que hoje estamos aqui, mas amanhã não mais. Sou sim uma mulher possível e carregarei para sempre tudo o que aprendi e em quem me transformei”, ressaltou em depoimento.
No CDP Feminino de Franco da Rocha, a direção geral viu o grande interesse das reclusas na prática de exercícios físicos após receberem o livro e, para mantê-las ativas, forneceu bolas e redes para que pudessem jogar vôlei nos pavilhões habitacionais.