InícioSÃO PAULOInst. do Câncer inicia programa de rastreamento de câncer colorretal em colaboradores

Inst. do Câncer inicia programa de rastreamento de câncer colorretal em colaboradores


O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, unidade ligada ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e à Secretaria de Estado da Saúde de SP, iniciará no dia 18 de março a inclusão do exame que possibilita o rastreio do câncer colorretal na lista de exames médicos periódicos realizado por colaboradores. A ação faz parte do Programa de Rastreamento do Câncer Colorretal em Colaboradores do Complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP. Os Departamentos de Gastroenterologia, Medicina Preventiva e a Superintendência do Hospital das Clínicas participaram ativamente na efetivação deste Programa, e conta com a aderência de todo o Complexo.

A inclusão do exame de sangue oculto nas fezes acontece no mês da campanha internacional Março Azul Marinho de conscientização sobre o câncer colorretal.

Levantamento do Icesp aponta que mais de 50% dos pacientes são identificados com câncer colorretal avançado no momento do diagnóstico, em estágio IV com metástases à distância. A taxa de sobrevida é de 90% quando a doença é descoberta ainda localizada na parede intestinal, 68% quando o câncer acomete linfonodos e apenas 10% quando a doença é metastática, ou seja, quando atinge outros órgãos. A Instituição atualmente possui cerca de 4 mil pacientes em tratamento ativo de câncer colorretal. Por esse motivo, a conscientização de todos sobre o que é o câncer colorretal, quais os principais sintomas e exames para a detecção precoce são tão importantes.

Para o coordenador médico cirúrgico do Instituto do Câncer, Prof. Dr. Ulysses Ribeiro Junior, a inclusão do exame de sangue oculto nos periódicos dos colaboradores é fundamental para o rastreamento e diagnóstico precoce do câncer colorretal. ”Esse tumor é o terceiro mais comum entre todos os tipos de cânceres no mundo. No Brasil, é o segundo mais frequente nos homens e nas mulheres. É necessário dar mais atenção a esse câncer principalmente antes mesmo do aparecimento dos sintomas,” conta.

Como funciona

Anualmente, os colaboradores que atuam no Complexo HCFMUSP devem fazer seus exames periódicos. Durante a consulta, aos profissionais que possuírem 50 anos ou mais, será oferecida a possibilidade de realizar o exame de sangue oculto nas fezes gratuitamente.

Ao aceitar, o profissional receberá todo o kit para a coleta das fezes e responderá a um breve questionário com perguntas sobre o histórico familiar ou pessoal do colaborador. O teste imunoquímico não está sujeito a falsos positivos e negativos, portanto, se o resultado do exame for positivo para sangue, o colaborador será orientado a fazer a colonoscopia no Centro Diagnóstico de Gastroenterologia, no segundo andar do Instituto Central (ICHC).

Caso as lesões sejam passíveis de tratamento durante a colonoscopia (lesões menores que dois centímetros ou superficiais), elas serão tratadas durante o exame. Se forem maiores ou mais avançadas, o colaborador será encaminhado e tratado no Icesp.

Projeto Piloto

Antes da implantação do exame de sangue oculto nas fezes nos exames periódicos dos profissionais que atuam no Complexo HCFMUSP, foi realizado entre 2016 e 2019, um projeto piloto de rastreamento organizado para câncer colorretal na rede pública de saúde. A testagem ocorreu na zona leste da cidade de São Paulo, junto ao Hospital Santa Marcelina e unidades básicas de saúde da região sob a coordenação do Professor Titular da Disciplina de Medicina Preventiva da FMUSP Prof. Dr. José Eluf Neto. Foram rastreados 10 mil cidadãos que foram submetidos à Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF).

Entre o grupo estudado, as mulheres foram a maioria, sendo 65% do total. 55% dos participantes tinham ensino fundamental incompleto ou nunca tinham frequentado uma escola. A PSOF resultou em positivo para 7,9% dos participantes da pesquisa e o exame de colonoscopia foi realizado em 75% dos positivos. O exame colonoscópico detectou adenomas (tumores benignos com potencial de se transformar em malignos) em 64,4%, lesões malignas em 6,6% e adenocarcinoma (tumor maligno) avançado em 3% dos indivíduos.

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