II Fórum discute como deve ser a retirada da vacina contra febre aftosa Destaque

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Fernando Oliveira


O II Fórum Roraimense do Plano Estratégico da Retirada da Vacinação contra febre aftosa 2017-2026, realizado na noite de terça-feira (24), no Haras Cunhã Pucá, reuniu equipe gestora do Plano Estratégico, pecuaristas, representantes da cadeia produtiva, autoridades e veterinários. A retirada da vacina representará R$ 2,5 milhões.

O evento, organizado pelo Governo de Roraima por meio da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), em parceria com a Coopercarne, teve como objetivo apresentar ao público presente como está o processo atual da retirada da vacina no Estado.

A partir da retirada da vacinação, outras medidas deverão ser implementadas no sistema de defesa agropecuária do Estado, sendo que os produtores serão responsáveis pela vigilância e observação constante dos rebanhos, além da comunicação imediata, caso ocorra algum sintoma da febre aftosa.

Os pecuaristas e todos que estão envolvidos dentro da cadeia produtiva serão parceiros e colaboradores atuantes na defesa da sanidade bovina, pois terão o compromisso de estarem atentos a qualquer alteração na saúde do rebanho.

Esta parceria entre o setor produtivo e os órgãos públicos de defesa animal, trabalhando em sintonia, vai permitir que a febre aftosa seja controlada e caso apareça um foco da doença, seja prontamente contido pelos fiscais agropecuários.

“O pecuarista será o termômetro da sanidade animal. Eles é que estarão observando diuturnamente o rebanho e vai nos passar informações sobre alguma problema que ocorra na propriedade, pois o serviço oficial está preparado para qualquer enfermidade de notificação obrigatória”, enfatizou o presidente da Aderr, Roberto Bueno.

Uma conversa preliminar

Antes do início do II Fórum, os proprietários de caminhões boiadeiros também se reuniram para ouvir informações e esclarecimentos sobre a retirada da vacina. Eles, que são responsáveis por guiarem o gado das fazendas para os frigoríficos, são agentes importantes dentro dessa configuração de defesa da sanidade dos animais.

A eles cabem a vigilância dos animais que são transportados, pois caso seja detectado alguma enfermidade, terão que avisar imediatamente aos órgãos de defesa para que sejam tomadas as devidas providências.

Os caminhoneiros fizeram cadastro que está na Normativa 48 do Ministério da Agricultura. O cadastramento vai conter todas as informações necessárias sobre os proprietários de caminhões que transportam gado.

Diego Santos chefe da Divisão de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura participou do evento, por meio de vídeo conferência, e ressaltou os números que envolvem a vacinação anual feita nas duas campanhas pela Aderr.

Conforme informou, o produtor rural gasta cerca de 2,5 milhões anuais. Com a retirada da vacina, os pecuaristas do Estado vão ficar livres desse custo, aliviando o orçamento e tendo mais lucratividade com seu rebanho.

“Não estamos colocando o manejo, que a gente espera que mesmo com a retirada da vacina, o produtor vai continuar manejando seus animais, utilizando vermífugo e outras vacinas. Não estamos falando também de mão de obra, instalações, além dos gastos do serviço oficial, nada sobre isso. Apenas o custo da vacinação contra a febre aftosa”, ressaltou Diego.

Produtores apostam na exportação de carne

Nadisson Pinheiro, presidente da Coopercarne, disse que todos os pecuaristas estão muito animados com a retirada da vacina, pois será a porta de entrada para a exportação.

“Queremos atingir novos mercados, onde países só aceitam carnes de áreas livres de febre aftosa sem vacinação”, disse Pinheiro.

Segundo ele os pontos positivos da retirada da vacina dão ao produtor a possibilidade de visualizar caminhos mais rentáveis. “Tem a questão da bacia leiteira, que quando é aplicada a vacina os animais reduzem a produção durante 20 dias. A ocorrência de hematomas com a vacina nos animais, não são todos, mas é um a perda. Tudo isso chegará ao fim”, enfatizou.

Plano Estratégico

Iniciado em 2017, o Plano prevê várias ações que terão de ser executadas em até 10 anos, visando à retirada da vacina no Brasil.

Para isso, o Brasil foi dividido em cinco blocos para ficar mais fácil administrar os trabalhos, respeitando as características de cada região. Roraima faz parte do bloco 02 juntamente com o Amazonas, Amapá e Pará.

 

Fonte: Governo RR