A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), por meio do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), realizou na quarta-feira (22/7) a primeira reunião pública de apresentação do projeto Cinema Negro em Ação. A iniciativa prevê o desenvolvimento, em 2021, de oficinas de formação em produção audiovisual, com o objetivo de promover a igualdade, a valorização e a preservação da cultura negra.
O projeto, que será realizado em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande Sul (IFRS) – Campus Viamão e curadoria da cineasta gaúcha Camila de Moraes, resultará na produção de curtas-metragens que terão estreia numa Mostra de Cinema Negro em Porto Alegre.
No próximo mês de novembro, uma mostra prólogo do projeto exibirá pela internet, em parceria com a Casa de Cultura Mario Quintana, filmes nacionais assinados por realizadores negros.
A secretária da Cultura, Beatriz Araujo, destaca a importância do projeto e das parcerias que a Sedac tem realizado com instituições federais, como o IFRS, e com realizadores como Camila de Moraes, que expandem os horizontes das ações da pasta. Segundo a secretária, “o projeto Cinema Negro em Ação é um exemplo de como o Estado pode contribuir para reduzir a dívida histórica do país com a população negra”.
O diretor do Iecine, Zeca Brito, salientou a importância de ações afirmativas – uma prioridade de sua gestão à frente do instituto. “A execução do projeto vai revisitar a cinematografia negra já existente e terá como foco principal a formação e difusão do conhecimento do suporte audiovisual como alternativa de geração de emprego e renda para as populações negras do Rio Grande do Sul”, disse.
As ações afirmativas também foram destacadas pelo diretor do IFRS de Viamão, Alexandre Vidor. “Com o compromisso social que temos, desenvolvemos projetos que tenham esse recorte por reconhecer que o Estado brasileiro deve investir em ações afirmativas em seu agir institucional”, salientou.
Há dez anos residindo em Salvador, Camila de Moraes idealizou o conteúdo do projeto Cinema Negro em Ação a convite do diretor do Iecine. O programa começou a ser gestado há 11 meses e obteve o apoio da deputada federal Maria do Rosário (RS), que destinou para esse fim uma emenda parlamentar no valor de R$ 250 mil.
O IFRS ficará responsável pela execução do programa que contemplará, inicialmente, a região de sete municípios do Estado: Bagé, Encruzilhada do Sul, Jaguarão, Mostardas, Pelotas, Porto Alegre e Uruguaiana. O projeto prevê ainda a produção de um livro sobre a cinematografia negra brasileira.
Camila de Moraes é diretora do longa-metragem O caso do homem errado. Para ela, o projeto da Sedac tem como objetivo inserir artistas e técnicos negros no mercado do audiovisual. Ela lembrou que, além das oficinas serem destinadas a este público, o conteúdo será ministrado exclusivamente por professores e cineastas negros e negras. “Este curso é para a gente começar a construir novas narrativas”, afirmou.
Também participaram da reunião as seguintes instituições: Conselho de Ações Afirmativas do Iecine, Conselho de Ações Afirmativas do IFRS Viamão, Comissão da Verdade Sobre a Escravidão Negra OAB RS, Grupo Negratividade, Ponto de Cultura Africanidades, além da representante do gabinete da deputada federal Maria do Rosário, Fátima Maria.
Texto: Newton Silva/Ascom Sedac
Edição: Secom
