Um panorama da pecanicultura gaúcha foi apresentado nesta terça-feira (29/9) em painel promovido pela Emater/RS-Ascar e pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr). A transmissão, pelo Canal Agro da Expointer Digital 2020, buscou divulgar a cadeia produtiva para consumidores, agricultores e possíveis investidores. A cultura é desenvolvida em cerca de 200 municípios do RS.
O evento contou com a presença do diretor das Câmaras Setoriais e Temáticas da Seapdr, Paulo Lipp, do extensionista rural do Escritório Regional de Porto Alegre da Emater/RS-Ascar Luís Bohn, e, por meio de videoconferência, do presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Carlos Eduardo Scheibe, do pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Carlos Roberto Martins, e do diretor técnico da Emater, Alencar Rugeri.
Lipp apresentou o Programa Estadual de Desenvolvimento da Pecanicultura (Pró-Pecã), lançado em 2017 com a instalação da Câmara Setorial da Noz-Pecã. Uma de suas finalidades é criar uma rede de integração e cooperação entre órgãos públicos dos governos federal, estadual e municipal, produtores e iniciativa privada envolvida no setor.
De acordo com Lipp, a cultura cresceu na década de 1940 no Rio Grande do Sul no município de Anta Gorda e, na década de 1960, em Cachoeira do Sul. “Hoje, existem 1.350 produtores cultivando 6,5 mil hectares, em diferentes regiões do Estado. A estimativa é de que sejam produzidas cerca de 2 mil toneladas da cultura este ano”, explicou.
Os objetivos da Câmara Setorial foram explicados pelo agrônomo Bohn. Conforme ele, o principal é promover o desenvolvimento de uma pecanicultura moderna, competitiva e sustentável, gerando emprego e renda e incentivando as agroindústrias de beneficiamento e fornecedores de equipamentos dessa cadeia produtiva. “A cadeia produtiva pretende reforçar o consumo interno brasileiro e concorrer no externo através de exportações”, disse.
Bohn destacou também as propriedades nutritivas da noz-pecã. Segundo ele, a amêndoa do fruto é rica em diversos óleos e lipídeos, o que colabora para ter um colesterol saudável. “É rica também em vitaminas B e E, em carotenos e em minerais como magnésio, zinco e selênio. É um fruto nutracêutico, que garante uma alimentação mais saudável”.
O presidente do IBPecan valorizou o associativismo e a criação do instituto, há dois anos, com o objetivo de orientar, promover e estimular a produção, comercialização e distribuição da noz-pecã por meio de eventos, cursos e parcerias com instituições públicas e privadas. “Nossas áreas de atuação hoje são tributária, política, convênios com instituições de pesquisa, cursos, mercado, entre outras”, disse Scheibe.
Conforme o pesquisador da Embrapa, a cultura foi introduzida no Brasil em São Paulo no início do século 20, por imigrantes, chegando ao auge na década de 1970, quando os plantios foram realizados mais fortemente. Nos últimos anos, há diversos avanços na pesquisa científica e tecnológica em áreas como a genética das cultivares dos pomares, zoneamento edafoclimático, identificação das principais pragas e doenças dos pomares e processo agropecuário de implantação de pomares.
Texto: Darlene Silveira/Ascom Seapdr
Edição: Patrícia Specht/Secom