O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (25/6), no Diário Oficial da União, portaria declarando estado de emergência fitossanitária nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, para implementação do plano de supressão da praga Schistocerca cancellata (gafanhotos) nas áreas produtoras e adoção de medidas emergenciais. O estado de emergência será de um ano.
A ministra Tereza Cristina explicou que a medida é preventiva. “Essa portaria precisa acontecer antes do evento, se acontecer, para que algumas ações possam ser feitas pelos governos estaduais onde há possibilidade de essa nuvem chegar. Estamos monitorando, mas tudo indica que vai ficar mesmo no Uruguai. Se o clima continuar favorecendo, nem chegará ao nosso território”, disse.
O secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, destaca o trabalho conjunto entre as esferas de poder para lidar com a ameaça. “Estamos trabalhando em consonância com o ministério para deixar o Estado preparado caso precise agir no controle da praga. São medidas que permitem agilizar nossas ações de defesa vegetal e controle”, ressalta.
O deslocamento da nuvem de gafanhotos é influenciado pela direção dos ventos e a ocorrência de altas temperaturas. Flávio Varone, meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), analisou as condições climáticas do período atual para avaliar os riscos desses insetos chegarem ao Rio Grande do Sul. “A aproximação de uma frente fria oriunda do sul vai intensificar os ventos de norte e noroeste, potencializando o deslocamento do massivo para a Fronteira Oeste, Missões e Médio e Alto Vale do Rio Uruguai. Contudo, a tendência de queda nas temperaturas e previsão de chuva para todo o Estado nesta quinta-feira (25) tende a amenizar o risco de dispersão da praga”, detalha.
Um grupo de trabalho do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do ministério permanece em situação de alerta e mobilização, em conjunto com as equipes técnicas das Superintendências Federais de Agricultura e dos órgãos estaduais de Defesa Agropecuária nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, assim como as unidades de vigilância agropecuária localizadas na fronteira.
Com base nesse cenário, estão sendo trabalhadas estratégias passíveis de adoção para um eventual surto da praga no Brasil, caso ocorram alterações climáticas favoráveis ao deslocamento da nuvem de gafanhotos para o nosso país.
O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas, neste link. Caso algum produtor identifique a presença destes insetos em grande quantidade, a orientação é informar a inspetoria de defesa agropecuária da sua localidade.
Texto: Ascom Seapdr e Ministério da Agricultura
Edição: Secom