A 17ª edição do Boletim Semanal sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS do Estado, publicada nesta quarta-feira (22/7) pela Receita Estadual, destaca nova variação positiva nas vendas da indústria. Após crescer 4,4% entre 4 e 10 de julho, o indicador registrou aumento de 9,1% na última semana de análise, entre 11 e 17 de julho, sempre comparando a períodos equivalentes de 2019. A publicação com os principais indicadores econômico-fiscais do Rio Grande do Sul está disponível no site da Secretaria da Fazenda e no Receita Dados (portal de transparência da Receita Estadual).
O desempenho verificado na indústria foi o segundo melhor desde o início do período de análise do Boletim, em 16 de março, quando foram adotadas as primeiras medidas de quarentena pelo governo do Estado. Entre os setores industriais analisados, o destaque positivo foi o de Veículos, que registrou a segunda variação positiva consecutiva, passando o indicador semanal interanual de 5,9% para 35,9%.
Apresentaram variações positivas pela terceira semana consecutiva os setores de Madeira, Cimento e Vidro (51,8%), de Eletroeletrônicos (40,4%) e de Bebidas (16,2%). O setor industrial de Móveis, um dos mais atingidos do período acumulado da crise, está na quinta semana seguida de indicadores positivos, reafirmando sua tendência de crescimento. Entre os setores do agro, destaque para Bovinos (+37,8%), Arroz (+36,6%) e Leite (+31,2%).
No acumulado desde o início das medidas de quarentena, os segmentos mais impactados seguem sendo o Coureiro-calçadista (-54,1%) e Veículos (-47,4%), seguidos por Metalurgia (-29,9%) e Têxteis e Confecção (-22,9%). Os maiores ganhos acumulados ocorrem na indústria de alimentos, com destaque para Arroz (+40,1%), Suínos (+28,3%) e Trigo (+23,5%). No geral, apesar do desempenho recente, a indústria ainda acumula queda de -11,1 % no período.
Na análise do atacado, o desempenho segue estável. Nas últimas seis semanas, as variações frente a períodos equivalentes de 2019 oscilaram entre -0,9% e +3,3%, com índice de +0,4% entre 11 e 17 de julho. No acumulado desde o início da pandemia, há crescimento de +0,9%.
Os melhores resultados, com ganhos acumulados, ocorrem nos atacadistas de Alimentos (26,8%) e de Insumos Agropecuários (38,9%). O destaque da semana foi o segmento atacadista de Pneumáticos e Borracha, que na semana passada havia registrado variação interanual de +61,1% e nesta atingiu +126,8% de variação em relação ao mesmo período do ano anterior, possivelmente influenciado pela alta no setor industrial de Veículos.
A atividade Varejista, por sua vez, continua em patamares negativos, registrando indicador interanual de -5,4% nesta semana. No acumulado, há queda de -12,8%. Enquanto as vendas de Produtos de Higiene e Alimentos e Medicamentos e Materiais Hospitalares têm desempenho positivo no acumulado entre 16 de março e 17 de julho, de +5,7% e +1,9%, respectivamente, as vendas dos Demais Produtos apuram variação negativa de -19%.
No Top 10 das mercadorias com maiores variações positivas do valor das vendas, ganham destaque produtos do setor de alimentos (como óleos, leite, carnes, frutas e hortícolas) e a indústria química, que lidera a lista com +26,2% (como sabão para lavar roupa e álcool gel).
No Top 10 das mercadorias com maiores variações negativas do valor das vendas, constam itens relacionados a joias, bijuterias, vestuários, calçados e veículos, com as maiores quedas percentuais (na ordem de -37% a -50,2%).
Arrecadação parcial de julho
A arrecadação do ICMS vinha registrando desempenho positivo em 2020, com crescimento de +3,5% no 1º trimestre, em números atualizados pelo IPCA. Com a chegada da Covid-19, o mês de abril fechou em -14,8% (R$ 450 milhões), frente ao mesmo período de 2019. Em maio, a situação agravou-se, com -28,6% (R$ 825 milhões). Em junho, a arrecadação começou a mostrar sinais de recuperação devido à retomada gradual da atividade econômica ocorrida em maio, reduzindo o percentual de queda para -13,9% (R$ 400 milhões).
Dando continuidade a esse movimento, a arrecadação parcial de julho (até o dia 14) apresentou crescimento de +1,4% (R$ 25 milhões). Os setores que mais pesaram para o bom desempenho parcial, analisando sob a óptica dos Grupos Especializados Setoriais da Receita Estadual (GES), são os de Eletrônicos e Artefatos Domésticos, Agronegócio e Supermercados. Apesar disso, a previsão para o mês inteiro ainda é de variação negativa.
Com isso, a arrecadação acumulada no ano é de R$ 18,26 bilhões – queda de R$ 1,33 bilhão em relação ao mesmo período do ano anterior (-6,8%). Os únicos GES que estão com variação positiva no acumulado são os de Supermercados, Agronegócio e Produtos Médicos e Cosméticos.
Texto: Ascom Sefaz/Receita Estadual
Edição: Secom