InícioRIO GRANDE DO SULEncontro debate medidas estruturantes para RS alcançar equilíbrio fiscal

Encontro debate medidas estruturantes para RS alcançar equilíbrio fiscal


Os desafios que se apresentam no caminho do Rio Grande do Sul em busca do equilíbrio fiscal, em especial em meio a um período de incertezas provocadas pela pandemia de Covid-19, foram o tema central da quarta reunião de trabalho realizada pela Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (27/10).

Além da necessidade de evitar perdas na arrecadação que possam comprometer a prestação de serviços públicos, o receituário apresentado pelos palestrantes convidados contempla desde medidas da União de estímulo à retomada da economia e a continuidade dos projetos que o governo do Estado desenvolve em termos de privatização das empresas do setor de e energia e concessões de rodovia.

“Estamos diante de dois problemas muitos sérios, além da situação conjuntural: todo o efeito da pandemia na economia e quebra de safra por conta da ameaça de uma nova estiagem. O momento exige responsabilidade fiscal”, alertou o ex-governador Germano Rigotto.

Um dos convidados da conferência virtual destinada a debater o projeto do Orçamento para 2021, que apresenta um déficit inicial de R$ 8,1 bilhões, o ex-governador salientou que as dificuldades em termos de arrecadação atingem também aos municípios. “A ajuda federal amenizou o problema até aqui, mas ela terminou. A situação fiscal da União é igualmente muito séria, pois a relação dívida pública versus PIB está chegando a 100%”, alertou.

Diante do cenário e descrente que o governo federal consiga avançar na reforma tributária nacional, Rigotto entende que é preciso seguir na contenção das despesas e tentar acelerar os processos de privatizações e de concessões no Estado, mas sem comprometer os níveis de receita neste momento de transição. “Vejo com preocupação que o Estado e municípios perderão arrecadação em 2021. A responsabilidade dos deputados é grande, sob risco de comprometer alguns serviços”, acrescentou.

Economia

O ex-secretário estadual da Fazenda Luiz Antônio Bins igualmente reforçou a necessidade de otimizar receitas e ampliar o controle sobre os gastos públicos. “Os últimos dois governos vêm adotando medidas consistentes neste sentido, além dos bons resultados com as reformas Administrativa e Previdenciária, bem como todo o enfrentamento da questão da dívida com a União”, exemplificou.

Para Bins, no entanto, essas medidas precisam estar acompanhadas de uma ação mais decisiva da União para estimular a atividade econômica. “O grande problema do Brasil é que sua economia não cresceu nos últimos dez anos. O nosso PIB está no patamar de 2011”, comparou. Ele destacou também que a proposta de Reforma Tributária RS, que o governo gaúcho apresentou neste ano, tinha pontos muitos positivos para estimular a competitividade das empresas. Cita a redução de ICMS para transações internas, o fim do Diferencial de Alíquota (Imposto de Fronteira) e a simplificação do modelo tributário como alguns pontos que deveriam ser retomados para o debate.

Na abertura da reunião, o secretário da Fazenda, Marco Aurelio Cardoso, fez uma breve apresentação sobre a situação fiscal prevista para o próximo ano. Por conta de problemas estruturais antigos e o fim das alíquotas majoradas de ICMS na virada do ano – o que isoladamente representa perda de R$ 2,85 bilhões em receita bruta -, o Orçamento 2021 prevê um déficit de R$ 8,1 bilhões. O quadro se agrava com as perdas de até R$ 3 bilhões decorrentes do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e de R$ 2,4 bilhões caso o Estado precisar ampliar o aporte para quitar os precatórios até 2024.

O secretário destacou que as medidas de ajustes em andamento já produziram resultados importantes para o cenário das finanças. Entre janeiro e agosto, houve uma queda de R$ 312 milhões na despesa total na comparação com igual período de 2019, além de uma redução nos atrasos de pagamentos. Porém, diante da retração da economia e dos riscos fiscais, “2021 representa uma ameaça de perdemos tudo que foi conquistado até aqui”, apontou Cardoso.

O deputado Mateus Wesp, relator do Projeto de Lei Orçamentária para 2021 (LOA 2021), voltou a destacar as reformas aprovadas pela Assembleia e os efeitos que elas trarão a longo prazo, mas alertou para os riscos fiscais que podem elevar o déficit do próximo ano para R$ 13 bilhões. “Apesar desses avanços, forma-se no Parlamento a convicção de que é preciso mais esforço em busca do equilíbrio fiscal. É uma questão de Estado, o principal problema de curto prazo que precisamos nos debruçar”, resumiu.

A reunião contou com a participação do secretário de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), Claudio Gastal; do procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa; do líder do governo na Assembleia, deputado Frederico Antunes; representantes de entidades empresariais e de órgãos de Estado e parlamentares que integram a Comissão de Finanças.

A proposta do Orçamento 2021 estima uma receita total (sem as operações intraorçamentárias) em R$ 42,865 bilhões ao longo do próximo ano. As despesas estão estimadas em R$ 50,958 bilhões.

Texto: Pepo Kerschner/Ascom SPGG
Edição: Secom

Fonte: Governo RS

Últimas Notícias

MAIS LIDAS DA SEMANA