O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Administração (Sead) e da Escola de Governo Cardeal Dom Eugênio de Araújo Sales (EGRN), encerrou o 14º Congresso de Gestão Pública do Rio Grande do Norte (Congesp/RN) nesta sexta-feira (4). Pela primeira vez, após treze edições sendo realizadas anualmente no modo presencial, o evento mudou de formato em 2020, em virtude da pandemia da Covid-19. A programação online foi composta por dezenas de palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalhos científicos e casos de sucesso, resultados de ações e projetos exitosos de órgãos da Administração Pública Estadual.
O diretor-geral da EGRN, João Emanuel Evangelista, responsável por mediar a conferência final do congresso, destacou os números da edição de 2020. O gestor lembrou que tradicionalmente o Congesp recebe uma média de mil participantes no formato presencial, mas que essa totalidade foi superada com a realização do evento online. “Conseguimos um feito extraordinário; batemos a média de público dos anos anteriores. Tivemos 1.475 pessoas inscritas no congresso, além de 125 trabalhos submetidos. O evento se revestiu em pleno êxito, não só pela qualidade da programação, como pelo nível e intensidade da assistência técnica”, comemorou.
A palestra de encerramento intitulada “A Reinvenção da Gestão Pública: novos cenários, novos desafios” foi ministrada pelo doutor em Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, na Polônia, e atualmente professor titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nas áreas de Economia e Administração, Ladislau Dowbor. Em sua apresentação, o conferencista fez um panorama da situação econômica tanto em nível mundial quanto nacional, abordando as mazelas decorrentes da pandemia e as potencialidades para enfrentamento da crise atual.
Autor e co-autor de cerca de 40 livros, além de numerosos artigos, Dowbor enfatizou que o Estado tem papel fundamental para as resolutividades diante dos novos desafios e que é preciso orientar a economia para o bem-estar das famílias. “Esse bem-estar das famílias permite que as empresas tenham para quem vender. Isso gera imposto sobre consumo, que gera receita pro Estado, a produção das empresas gera receita pro Estado. E o Estado tem como financiar as infraestruturas que melhoram a produtividade das empresas, além de investir em políticas públicas sociais que também contribuem para melhorar o bem-estar das famílias. Isso é o que funciona e, para isso, precisamos muito do Estado”.
O economista citou ainda o Tripé da Sustentabilidade, conceito que envolve os aspectos econômico, social e ambiental. “Nós temos que assegurar uma sociedade que seja economicamente viável, mas socialmente justa e ambientalmente sustentável”, pontuou.
Em síntese, a perspectiva econômica resulta da aquisição de rendimento suficiente para o custo da vida em sociedade. A social diz respeito aos valores sociais e culturais e à justiça na distribuição de custos e benefícios, e a ecológica diz respeito à manutenção dos ecossistemas do planeta em longo prazo. Estas três perspectivas, em equilíbrio, formam o ideal de sustentabilidade.
Os congressistas que assistiram à palestra aclamaram a apresentação do professor. “Que Riqueza, meu Deus! Estou encantada com tamanha grandeza de saber”, disse Cleoniceia Catherine. “Uma verdadeira aula do professor Ladislau. Fantástica!”, considerou Bethânia Mello.
Também no último dia do 14º Congresso de Gestão Pública do Rio Grande do Norte, foi realizada a conferência “O Desafio no Mundo do Trabalho Pós-Pandemia”, com a participação do filósofo Clemente Ganz Lúcio, que tratou das mudanças corporativistas provocadas pela situação pandêmica atual e suscitou as principais dificuldades para a recuperação de empregos e retomada dos negócios tradicionais.
Todas as gravações e apresentações estarão disponíveis no site do congresso em breve. Os certificados de participação também serão disponibilizados via página https://www.even3.com.br/14congesprn.
