Secretário de Saúde anuncia datas de desmobilização dos hospitais de campanha
29 de julho de 2020
O secretário Alex Bousquet anunciou, nesta quarta-feira (29), em entrevista coletiva na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a desmobilização dos hospitais de campanha de Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Nova Friburgo, São Gonçalo e Maracanã. Os três primeiros, que atualmente funcionam como retaguarda da pandemia, serão fechados em 5 de agosto; já os dois últimos, ainda em funcionamento, encerrarão as atividades uma semana depois, no dia 12.
A decisão foi baseada em critérios técnicos e é mais uma fase do planejamento estratégico de enfrentamento à Covid-19 no estado. O secretário reafirmou que as determinações judiciais sobre os hospitais de campanha serão respeitadas e que a desmobilização só ocorrerá quando não houver obstáculos jurídicos.
Segundo Bousquet, o fechamento dos hospitais de campanha não terá impacto no atendimento dos pacientes que necessitam de internação. A rede de saúde referenciada para coronavírus conta atualmente com mais de 900 leitos, número que poderá ser ampliado com o apoio da SES aos municípios.
– Desde o princípio, era previsto que os hospitais de campanha encerrassem as atividades quando houvesse a redução da curva de casos e óbitos e quando a oferta de leitos da rede de saúde existente fosse suficiente. Este momento chegou. O passo foi avaliado em conjunto com técnicos do Governo – explicou o secretário.
Também participando da coletiva, a secretária Extraordinária de Acompanhamento das Ações Governamentais Integradas da Covid-19, Flávia Barbosa, analisou a evolução do coronavírus no estado do Rio de Janeiro.
– Não podemos pensar no planejamento inicial da pandemia com o conhecimento da doença e do comportamento do vírus que temos hoje. Nossa realidade de queda sustentada de notificações e a baixa taxa de ocupação de leitos no estado, indicativos inclusive da bandeira amarela, de risco baixo da doença, são justificativas técnicas que fundamentam a decisão da SES – disse.
Os equipamentos dos hospitais de campanha desmobilizados irão reforçar as redes municipais de saúde e possibilitar a abertura de novos leitos. A nova estratégia, que inclui também a pactuação de leitos nos municípios e suporte operacional com profissionais e insumos, direciona para a assistência aproveitando as estruturas das unidades locais, num cenário em que a previsão de uma segunda onda da doença perde força, como explica o médico da SES, Alexandre Chieppe.
– A OMS redefiniu o que chamamos de segunda onda. Trazendo pra realidade do Rio de Janeiro, o que devemos observar será uma extensão da primeira onda, que já aconteceu nas regiões metropolitanas I e II, onde está concentrada 80% da população fluminense. Hoje há uma interiorização do vírus, atingindo uma população bem menor e revelando uma capacidade de resposta da rede pública de saúde maior – apontou.
Contratos com OSs e pagamento de salários
A entrevista coletiva abordou ainda pontos como contratos da SES com organizações sociais e atraso salarial dos funcionários da rede. Como explicou o secretário Bousquet, a pasta está promovendo um processo de revisão de contratos e somente efetuando o pagamento após comprovada a regularização de cada um. Dos 40 contratos existentes, 38 já tiveram pagamentos realizados, sendo postos em dia. Com os repasses, as OSs podem quitar as folhas salariais.
– Já os salários dos funcionários dos hospitais de campanha do Maracanã e de São Gonçalo, serão pagos diretamente em suas contas correntes. Repassamos R$ 6 milhões ao Tribunal Regional do Trabalho, que depositará os valores para cada trabalhador. Além disso, nosso projeto de lei para que o mesmo procedimento se aplique em outros casos será votado na Alerj na próxima semana, após análise de emendas sugeridas pelos deputados – explicou.