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Rio de Janeiro pode ter fábrica de fertilizantes em região do Porto do Açu


Rio de Janeiro pode ter fábrica de fertilizantes em região do Porto do Açu

28 de fevereiro de 2021

A demanda por fertilizantes no Brasil cresce 4% ao ano, o dobro da taxa mundial. O país é hoje o maior importador do insumo no mundo e absolutamente dependente do fornecimento externo, importando mais de 90% dos fertilizantes consumidos hoje no país. O acesso ao gás natural, uma das principais matérias-primas utilizadas na fabricação dos fertilizantes, é um dos fatores decisivos para a instalação de plantas desse tipo. Isso torna o Rio de Janeiro, e principalmente o Porto do Açu, na região Norte do estado, estratégicos para os investimentos do setor.

Este foi o tema de reunião realizada neste mês entre representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais, da empresa Prumo, responsável pelo Porto do Açu, e do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert).

 
– O Rio de Janeiro tem uma oportunidade única com o Açu. A instalação de uma indústria de fertilizantes, um insumo altamente estratégico e que tem contribuído para a maior competitividade do agronegócio brasileiro, é fundamental, bem-vinda e desejável para o estado – observa o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Leonardo Soares. 

 
Segundo Soares, melhorar a competitividade do gás natural do Rio é prioridade absoluta para o Governo do Estado, pois a consequência direta serão novos investimentos em indústrias intensivas, geração de empregos e a consolidação dos mais diversos encadeamentos produtivos.

– É importante que o gás produzido no Rio alimente a indústria fluminense – reforça.

No ano passado, o Porto do Açu inseriu o Rio de Janeiro no mapa do mercado de fertilizantes no Brasil, com a movimentação de 44 mil toneladas de fertilizantes – sendo que o Rio era o único estado da costa do país a não realizar este tipo de movimentação. 

– Com o gás natural mais competitivo, existe a possibilidade de uma planta de fertilizantes ser instalada no Açu; e, no futuro, o produto ser escoado por ferrovia –  afirma o diretor de Relações Institucionais da Prumo Logística, Eduardo Kantz.

De acordo com o diretor executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), Bernardo Silva, estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que existe demanda para pelo menos quatro grandes plantas de fertilizantes nitrogenados no Brasil. Isso reduziria a dependência externa e das importações e daria um destino ao gás natural produzido no país, bem como outros grandes projetos minerários em desenvolvimento que poderiam revitalizar uma indústria tão estratégica para a retomada econômica pós-pandemia e a sustentabilidade da competitividade do agronegócio brasileiro.

 
– Existe um potencial enorme para reduzir a dependência brasileira do fornecimento externo de fertilizantes, transformando nossas riquezas minerais e do gás natural em desenvolvimento – explica ele, que concluiu: – Mas, para que isso aconteça, é essencial que o ponto de partida para esta mudança seja a isonomia tributária de ICMS para a produção interna e os importados, criando um campo de jogo nivelado e retirando as amarras que estão destruindo a indústria nacional – detalha Bernardo Silva.

Fonte: Governo RJ

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