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Governo do Rio presta homenagem aos psicólogos voluntários que atuaram na pandemia


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Governo do Rio presta homenagem aos psicólogos voluntários que atuaram na pandemia

14 de agosto de 2020

 

O Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Vitimados (SEVIT), prestou uma homenagem, nesta sexta-feira (14/08), aos 134 psicólogos voluntários que atuaram no atendimento à população fluminense durante a pandemia da Covid-19. O governador Wilson Witzel entregou, de maneira simbólica, os certificados de reconhecimento a Jairo Pinheiro da Silva e Daniele Weber, que representaram os demais profissionais que prestaram auxílio psicológico às famílias dos mortos vítimas da doença, pessoas infectadas, idosos e demais integrantes dos grupos de risco. Ao todo, 870 pessoas foram atendidas pelo serviço, oferecido de forma remota e gratuita, entre os meses de abril e julho.

 

– Estamos ainda passando por um momento muito difícil no nosso estado, país e no mundo todo. Chegamos à marca de mais de 100 mil mortes no Brasil e, só o Rio de Janeiro, 14 mil vítimas fatais. Nos preparamos, na medida do possível, para que o máximo de vidas fossem salvas. E, ao ver o estudo da Universidade de São Paulo, em que o Brasil ainda está vermelho, constatamos que o Rio de Janeiro é um ponto azul nesse mapa. Cada ponto azul desse tem o coração e a mão de vocês, psicólogos e psicólogas. Por isso, expresso toda a minha gratidão, em nome do povo do nosso estado, a todos vocês – disse o governador, ao dirigir-se aos homenageados.

 

Segundo a Secretaria de Vitimados, cerca dez mil sessões de terapia e consultas foram realizadas com foco na saúde mental no período de isolamento social. A pasta prestou, ainda, uma homenagem aos profissionais da segurança pública que foram contaminados durante o serviço. O PM Marcos Paulo Souza Lima, que trabalhava como subcomandante do batalhão de Copacabana, representou os colegas de farda que foram vítimas no novo coronavírus.

 

– Estes excelentes profissionais se dedicaram durante três meses, abriram mão de estar com suas famílias e de ganhar dinheiro trabalhando em outros locais. Nem eles sabem o tamanho do bem que fizeram para a sociedade fluminense. Chegamos a quase 10 mil atendimentos que foram contínuos e, além de pessoas atendidas no Rio de Janeiro, tivemos de outros cinco estados brasileiros. E, também tivemos psicólogos voluntários de fora do estado que trabalharam conosco – afirmou a secretária de Vitimados, Pricilla Azevedo Barletta.

 

Empatia e amor ao próximo

 

Esther Guimarães e Vanderlei Rosas fazem parte do grupo de voluntários que se dispuseram ao trabalho de atendimento. Ambos foram motivados pela empatia e solidariedade ao próximo.

 

– A primeira motivação foi seguindo própria ética. Nosso conselho profissional diz que, em uma situação de pandemia, temos que nos disponibilizar por uma ação humanitária. A segunda, por empatia. Vivemos em sociedade em que temos que retribuir de alguma forma aquilo que recebemos de bom. A responsabilidade, neste caso, é do Estado e também da sociedade. O trabalho foi surpreendente, com demandas muito diferentes em si. Para mim, foi um aprendizado enorme que não teria nos atendimentos regulares – contou Vanderlei.

 

Esther, que atuou com pessoas que perderam parentes, falou da importância do auxílio às vítimas.

 

– Se temos empatia conosco, naturalmente teremos com o outro. Na pandemia, foi inevitável olhar para o próximo. A dor da perda de um familiar vem acompanhada da culpa por ter saído de casa ou por não ter usado a máscara. O nosso trabalho foi na ressignificação e no entendimento da dor, que é muito grande. E, ainda há a questão de que não foi possível ter a despedida. Isso intensificou o luto. Por isso, a iniciativa do Estado foi importante para que as pessoas saibam que houve esse acolhimento – disse Esther.

 

Agosto: mês celebra os profissionais da psicologia

 

No próximo 27 de agosto é celebrado o Dia do Psicólogo, profissional que foi fundamental para minimizar o sofrimento de quem perdeu parentes vítimas da Covid-19 e de quem cumpriu o período do isolamento social. Quadros de ansiedade, depressão, medos extremos e sensações de angústia foram frequentemente relatados pelos pacientes, que se viam diante de uma doença desconhecida e que precisaram, também, lidar com os impactos das restrições dos setores.

 

A família de Jacqueline Moura Romão viveu a realidade da perda pela Covid. Em cinco dias, o marido dela foi internado, mas não resistiu a doença. Mesmo antes do falecimento, ela havia procurado o serviço de atendimento da SETIV.

 

– Foi um momento extremamente difícil. O apoio que recebi e ainda venho recebendo, por meio dos atendimentos, foi determinante. Quando uma pessoa se vai vítima da Covid, equivale a um acidente, onde um laço é rompido. Essa ajuda veio até antes da partida do João, pois, quando ele foi hospitalizado, foi nossa primeira separação em 23 anos. Ele foi internado em um dia 4 e, dia 9, ele faleceu. Tudo aconteceu muito rápido – finalizou Jacqueline.

 

Fonte: Governo RJ

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