Campanha Cultura Solidária já beneficiou cerca de 7 mil famílias
17 de julho de 2020
Por Carolina Perez
Localizado no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio, o Raduan Circus foi um dos que precisou interromper as apresentações em virtude das medidas restritivas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus no Rio de Janeiro. Ao todo, 40 funcionários atuam no local, sendo oito famílias que vivem exclusivamente da atividade circense. Este segmento, juntamente com outros ligados às artes, foi atendido pelo projeto ‘Cultura Solidária’, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Desde o início da pandemia, cerca de sete mil famílias foram beneficiadas pelas ações de assistência a profissionais que estão passando por dificuldades no período em 25 cidades fluminenses – com a doação de cestas básicas, kits de limpeza, higiene, livros, água e máscaras.
– Como os teatros e cinemas, nós, do circo, também vivemos única e exclusivamente da renda da bilheteria. Então, quando as atividades foram paralisadas, foi um momento difícil para todos nós, com muita dificuldade. As doações de cestas básicas e produtos de limpeza e higiene foram muito importantes para conseguirmos dar assistência aos 40 funcionários do nosso circo – explicou o sócio proprietário do Raduan Circus, Vicente Peres.
Pela mesma situação tem passado os profissionais que atuam nos teatros fluminenses. A Associação dos Produtores de Teatro (APTR) recebeu em torno de 300 cestas básicas que foram doadas para atores, camareiras, técnicos e operações de som, bilheteiros, entre outros trabalhadores.
– As pessoas estão tentando se reinventar durante a pandemia. Alguns produtores conseguiram emplacar peças online ou em formato drive-in, mas ainda, sim, não foi possível fechar as contas porque os custos são altos. O Rio de Janeiro é grande mola da cultura brasileira, com uma forte cadeia produtiva ligada às artes – disse a diretora da APTR, Bianca de Felippes.
No último dia 7 de julho, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa fez a doação de 100 cestas básicas, 100 kits de higiene, livros e camisas para artistas de rua e staff de eventos em Rio das Ostras. A campanha, que começou em meados de março – com auxílio a profissionais do circo, na capital e interior – recolheu, só na primeira semana, quase 300 quilos de alimentos com supermercados, além de material de limpeza.
Depois disso, foi estendida a outros grupos, como o Retiro dos Artistas, coletivos culturais e ONGs da Economia Criativa. Na a campanha Cultura Solidária, a pasta contou com a parceria da Fecomércio RJ, Instituto Souza Cruz, RioSolidário, Unilever, Oh a Água, Audaz Filmes, Rio Filme e Prefeitura do Rio.
Lei Aldir Blanc
Na última semana, a Lei Aldir Blanc foi tema de uma reunião virtual entre a Secretária de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros, e os gestores municipais dos 92 municípios. Na conversa, o início de um alinhamento para mapear os profissionais e espaços para as ações emergenciais para a cultura. Além de tirar dúvidas dos municípios sobre a efetividade da lei, foi discutido como será feito o processo de cadastramento dos fazedores de cultura.
Sancionada pelo Governo Federal no final de junho, a lei 14.017 tem objetivo de ajudar profissionais e organizações culturais que perderam renda em razão da crise do coronavírus.
