Apenados da Fundação Santa Cabrini ajudam no combate ao novo coronavírus
25 de junho de 2020
A mão de obra prisional da Fundação Santa Cabrini se tornou um importante aliado no combate ao novo coronavírus no Rio de Janeiro. Além da produção de milhares de máscaras por presos da Penitenciária Talavera Bruce, os apenados do ‘Replantando Vidas’, programa socioambiental da Cedae em parceria com a Santa Cabrini, estão realizando o trabalho de sanitização em todos os prédios da empresa estatal.
O serviço é realizado diariamente, de segunda-feira a sábado. A desinfecção é conduzida por técnicos e os apenados usam equipamentos de proteção individual (EPIs) e nebulizador a frio para borrifar produto com efeito desinfetante em todas as instalações da Cedae no estado do Rio de Janeiro.
Esta técnica e princípio ativo do produto utilizado são fornecidos pela Cedae e são os mesmos utilizados pelo governo chinês nas ruas daquele país como forma de combate ao novo coronavírus. O produto age como uma película que mata os micro-organismos do local (vírus, bactérias, fungos e ácaros) e forma uma camada protetora que mantém a superfície desinfetada por até 30 dias, dependendo da ação externa e circulação de pessoas.
Ao todo, dez gerenciados passaram por cursos com profissionais de referência, que envolvem professores universitários, mestres e doutores. Os apenados recebem remuneração pelo serviço prestado (salário mínimo nacional), auxílio para transporte e alimentação, como qualquer outro trabalhador, e ainda o benefício de redução de um dia de pena, a cada três dias trabalhados.
O presidente da Fundação Santa Cabrini, Darcy Luiz Azevedo, ressaltou a parceria de sucesso entre a instituição com a Cedae no combate a pandemia do novo coronavírus.
– O trabalho e a capacitação são pontos importantes no processo de ressocialização e contribuindo para evitar a propagação do vírus na sociedade fluminense. É importante ressaltar que essa ação já foi desenvolvida em países que enfrentaram, com sucesso, a epidemia do coronavírus. Com esta técnica, a um custo muito pequeno, realizamos a desinfecção em ambientes externos, com durabilidade de três meses e, em ambientes internos, a proteção é de seis meses – disse o presidente.
Além da limpeza contra a covid-19, os apenados que trabalham em cumprimento de pena atuam em setores administrativos, operacionais, serviços de copa, limpeza e conservação de prédios, produção de uniformes e recuperação ambiental dos mananciais hídricos do Rio de Janeiro. Na Estação de Tratamento do Guandu, os presos que trabalham no viveiro têm a função de primeiro ir para a mata fechada recolher sementes de espécies variadas, que serão em seguida plantadas no viveiro que são usadas no reflorestamento de margens de rios e até de outros estados.
O coordenador do Replantando Vida, Alcione Duarte, acredita cada vez mais no programa de ressocialização de presos e ressaltou a importância dessa ação ao combate ao vírus.
– É muito importante seguir com esse trabalho ainda mais utilizando a mão de obra dos gerenciados em todas as unidades da Cedae. Eu gostaria de agradecer a confiança da Fundação Santa Cabrini na pessoa do presidente Darcy Luiz Azevedo em nosso trabalho. Optamos por adotar mais essa medida para contribuir na eliminação do vírus em ambientes. A equipe está sendo incansável e queremos estar em locais de grandes fluxos sanitizados. A ideia é diminuir o máximo possível a propagação do vírus – explicou.