Referência em atendimento e pesquisa: Hospital Universitário da UEM completa 37 anos
O Hospital Universitário (HUM) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) completa, nesta terça-feira (28), 37 anos de história, ensino, pesquisa e serviços ofertados às cidades da região. Com foco no atendimento humanizado, a instituição comemora a ampliação e o aprimoramento de sua estrutura ao longo de sua trajetória e, principalmente, os números que mostram a crescente assistência à população.
Maior hospital 100% SUS da região, o HUM passou constantemente por ampliações e conta, hoje, com 23.809,84 m² de área construída, 201 leitos e uma área de abrangência de atendimento que chega a 2 milhões de habitantes de 115 municípios.
No ano de 2024, foram 71 mil atendimentos somente pelo Pronto Atendimento (PA). Ele conta com equipes especializadas em Traumato-Ortopedia, Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia, além de uma retaguarda de profissionais nas áreas de Neurologia, Neurocirurgia Pediátrica, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Torácica e Vascular, além de Urologia e Oftalmologia.
Somam-se a esses números mais de 13 mil internações e 5.400 cirurgias, em muitas áreas, realizadas anualmente.
O Hospital também registrou crescimento na oferta de serviços de especialidades médicas, com consultas agendadas e 100% SUS. Atualmente, o HUM comporta 40 especialidades médicas, além de realizar mais de 24 mil consultas com especialistas anualmente e mais de 5 mil atendimentos fonoaudiológicos, nutricionais, reavaliações, perícias, entre outros.
A atual gestão da universidade tem buscado recursos para viabilizar o aumento do espaço físico, visando atender esse crescimento, através da retomada de obras, a construção de outros espaços, e também, a modernização de equipamentos.
“Comemoramos esses 37 anos de uma história construída com dedicação e o propósito de atender as pessoas. O Hospital Universitário é que promove a assistência pública de saúde em nossa região, e este aniversário é um momento de gratidão e, principalmente, de reafirmar o nosso compromisso com a melhoria contínua do atendimento que oferecemos a todos”, ressaltou o reitor da UEM, Leandro Vanalli.
De acordo com ele, a missão de buscar recursos e viabilizar o crescimento resultou em avanços concretos como a expansão e reestruturação da infraestrutura. “Com o apoio do Governo do Estado do Paraná, conseguimos injetar recursos para retomar obras cruciais, como a do Bloco Industrial, fundamental para dinamizar a logística e os serviços de apoio, como cozinha, lavanderia e farmácia”, completou o reitor.
Vanalli salientou que foi criado um Plano Diretor, visando à ampliação do Centro Cirúrgico – que aumentará de 5 para 11 salas – e a implantação do Centro de Reabilitação Física e Mental.
“Essas ações trarão um salto na nossa capacidade de procedimentos de alta complexidade. Adicionalmente, a entrega da nova Central de Resíduos simboliza o nosso compromisso com a segurança sanitária, a sustentabilidade e a excelência operacional, garantindo mais proteção ao nosso corpo funcional e ao meio ambiente”.
O reitor também lembrou dos investimentos na modernização tecnológica para um diagnóstico mais rápido, com a inauguração da nova Sala de Ressonância Magnética. Segundo Vanalli, a nova aquisição amplia a capacidade de diagnóstico, reduz o tempo de espera da população, fortalecendo o papel do Hospital Universitário como centro de ensino e pesquisa de excelência.
A administração projeta mais investimentos. “Tem muito mais acontecendo. Nos próximos anos, poderemos demonstrar que a dedicação empenhada e as parcerias entre a Universidade, o Governo e a comunidade são a chave para o sucesso do nosso Hospital”, avaliou.
De acordo com a superintendente do HUM, Cremilde Trindade Radovanovic, a ampliação na capacidade de atendimentos cresceu junto da estrutura física e da obtenção de novas tecnologias, cada vez mais importantes para o atendimento em Saúde.
“A integração entre assistência, ensino e pesquisa reflete o empenho coletivo de profissionais, docentes, estudantes e gestores comprometidos com a excelência e a humanização do atendimento”, ressaltou.
Cremilde avaliou que, como toda instituição de grande porte, o HUM oferece uma série de desafios de gestão, que exigem constantes adaptações e o enfrentamento de demandas crescentes no sistema público de saúde, que é vivo e se modifica constantemente.
O caráter de ensino do HUM, um de seus principais pilares, é avaliado por Cremilde, professora do Departamento de Enfermagem da UEM, como uma condição sine-qua-non para a instituição. “Aqui, os processos de ensino-aprendizagem e assistência acontecem juntos, são indissociáveis”, apontou.
“Cada paciente atendido e cada estudante em formação faz parte de uma mesma missão: oferecer um serviço público de excelência e, ao mesmo tempo, preparar pessoas capazes de transformar a saúde pública onde quer que atuem. É isso que faz do HUM um espaço único, vivo e essencial”, finalizou.
CRESCIMENTO – O pequeno conjunto de prédios que, em 1988, abrigava o primeiro ambulatório, três enfermarias, os setores administrativos, cozinha e lavanderia foi se expandindo consideravelmente, até se tornar um complexo de mais de 20 mil m² de área.
Hoje, o setor onde tudo começou foi transformado no Ambulatório de Especialidades e recebeu espaços como enfermarias, Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e Neonatal, Ginecologia e Obstetrícia, entre muitos outros serviços. Além disso, o HUM ganhou um prédio administrativo, com três andares, que permitiu ganho de espaço físico para alas assistenciais.
A construção do “retro-hospital”, que compreende o Bloco Industrial do HUM, segue em andamento, para acomodar cozinha, lavanderia, engenharia clínica e a Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF). Com investimentos que ultrapassam R$ 14 milhões, o Bloco Industrial recebeu recursos da Secretaria Estadual de Saúde (SESA/PR).
Os ganhos se acumulam de forma acelerada nos últimos dois anos, com valores que passam os R$ 90 milhões em investimentos totais em todo o Complexo de Saúde. Em 2025, o HUM ganhou um aparelho de ressonância magnética, com investimentos totais de R$ 17 milhões, tanto em equipamentos quanto na Sala de Ressonância Magnética, a primeira em hospital público na região. Somam-se ao equipamento a aquisição de um tomógrafo, no valor de R$ 700 mil, para a Odontologia.
Em relação à infraestrutura, a Universidade Estadual de Maringá finalizou a Central de Resíduos de Serviços da Saúde (Bloco S37), no valor de R$ 1 milhão, uma obra essencial para o descarte correto de resíduos hospitalares, recicláveis e outros materiais que podem oferecer riscos à população se descartados incorretamente.
O Complexo de Saúde também vai receber o Bloco S40, que abrigará o Centro de Reabilitação Física e Mental. O espaço é destinado para ofertar serviços de reabilitação física e mental a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de uma academia ao ar livre. Os investimentos, do Ministério da Saúde, beiram os R$ 2,5 milhões.
Para os próximos anos, está em andamento a elaboração do projeto de construção da Nova Maternidade. Com cinco andares, o espaço deve receber os leitos da maternidade atual, que estão no térreo do HUM, com ampliação, dobrando a capacidade de atendimento do Hospital, já é referência em gestação de alto risco em toda a região. Os investimentos totais na obra são de R$ 25 milhões.
O setor de segurança foi reforçado, com foco no aumento de câmeras por todo o Complexo de Saúde e na construção de uma sala de monitoramento. O Hospital recebeu 457 novas câmeras de vigilância, espalhadas por praticamente todos os setores, trazendo mais segurança para professores, servidores, alunos, pacientes e familiares de pacientes atendidos.
Um novo Centro Cirúrgico (Bloco CCO) para a instituição também está em execução, com investimentos que ultrapassam R$ 13 milhões. O espaço recebeu recursos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa/PR). Somam-se aos investimentos em infraestrutura a aquisição de computadores, equipamentos e veículos, poltronas, assim como a contratação de um novo software de uso hospitalar, orçado em quase R$ 1 milhão.
ENSINO E PESQUISA JUNTOS – Muito além do atendimento à população, o Hospital Universitário também é espaço para aprendizado contínuo, desde sua fundação. Se no início foi criado para servir de suporte ao recém-habilitado curso de Medicina da UEM, hoje abriga centenas de estudantes de oito cursos de graduação na área da Saúde: Medicina, Enfermagem, Odontologia, Educação Física, Farmácia, Psicologia, Biomedicina e do recém-aberto curso de Nutrição.
A estudante Milena Banaco, 24 anos, deixou a pequena cidade de Inúbia Paulista (SP) para encontrar o caminho profissional no HUM. Ela está no último período da Residência Multiprofissional de Urgência e Emergência, já foi aluna da UEM, na graduação em Farmácia, que concluiu em 2023, e considera o HUM um espaço em que os mais experientes estão sempre ajudando quem está chegando agora.
A escolha pelo Hospital Universitário como casa foi guiada principalmente pela facilidade em aprender em conjunto, com profissionais de outras áreas, o que deixa o aprendizado mais rico.
“Eu fiz ensino médio técnico em Farmácia, então tinha alguma noção antes de entrar no curso. A residência aqui me entusiasmou porque eu já havia sentido a experiência de atuar no HUM e gostado. Aqui é um lugar onde a gente se depara com casos muito complexos, graves, às vezes doenças que não são comuns. Isso enriquece bastante a atuação profissional”, considerou.
O mesmo sentimento é compartilhado pelo interno de Medicina Matheus Amorim, 23 anos. Natural de Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo, o estudante avalia que a experiência do hospital-escola é muito diferente de outros modelos hospitalares, nos quais a atuação dos internos é, por vezes, restrita à observação dos casos.
“Aqui, nós atuamos na prática, o que de cara é um choque bem grande, mas depois acostuma. É o que nos separa do ensino para a vida real”, apontou.
A boa relação entre os níveis hierárquicos – chefes, residentes e internos – numa instituição do porte do HUM também se mostrou um ponto de vantagem para o estudante. “Nós já temos contato enquanto estamos no 3º e 4º anos, mas é a partir do 5º que isso se aprofunda, quando nós passamos uma parte considerável do nosso tempo aqui, fazendo plantão, etc. O aprendizado que nós temos juntos dos servidores, residentes e, também, das chefias é um diferencial importante”, avaliou.
