Uma parceria entre a Prefeitura, por meio da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, e a SAVE Brasil (organização da sociedade civil sem fins lucrativos) ampliou as formas de o cidadão ter contato com a fauna silvestre do município de São Paulo. Em 2018, teve início o “Vem Passarinhar”, atividade realizada nos parques urbanos como o Ibirapuera, Parque do Carmo, Nove de Julho, na Represa Guarapiranga e também nos parques naturais, como o Bororé.
De acordo com o veterinário da Divisão de Fauna Silvestre da SVMA, Marcos Kawall, a iniciativa tem como objetivo estimular novos adeptos à prática da observação de aves, utilizando a atividade como ferramenta de sensibilização para o conhecimento voltado ao meio ambiente e à proteção da natureza. “Binóculo é um equipamento muito importante para a observação das aves, além de máquinas fotográficas com lente tele zoom e guias impressos de campo de aves. Já os celulares são um ótimo apoio com consulta in loco dos aplicativos que têm imagens, vocalizações e informações específicas, como o Wiki Aves, e-Bird e Merlin”, explica Kawall.
Esta operação ocorre a cada dois meses com um grupo de aproximadamente 40 pessoas. Porém, devido à pandemia de covid-19, o projeto ” Vem Passarinhar” está temporariamente suspenso. Será retomado logo que a situação estiver normalizada. “Durante o exercício, as aves mais observadas são as urbanas, como o sabiá-laranjeira, joão-de-barro, bem-te-vi, tico-tico, entre outros”, revela Kawall.
Uma espécie vista na última edição do Vem Passarinhar, em janeiro, no Parque Natural Nascentes do Ribeirão Colônia, foi o Pavó, ave endêmica da Mata Atlântica e com o status de “quase ameaçada de extinção” pela International Union for Conservation of Nature (IUCN).
Um dos conceitos incorporados a este programa é o da ciência cidadã, onde qualquer pessoa pode ser um cidadão cientista ao catalogar as informações das espécies avistadas e anotadas, por ele ou grupo, durante a atividade.
“Usando o aplicativo e-Bird, esta lista vai para a Universidade de Cornell (EUA) é incorporada ao seu banco de dados. Permite o registro destas espécies e da sua respectiva localização, possibilitando um maior conhecimento sobre as aves no mundo inteiro, como por exemplo, as rotas das aves migratórias”, diz o veterinário.
Desde que foi firmada parceria com a Divisão da Fauna Silvestre (DFS), a Save Brasil e o Instituto Butantã, foram observadas 25 edições do Vem Passarinhar. Trata-se de uma atividade que não tem idade para ser realizada, algo lúdico, onde as pessoas podem ter contato direto com a natureza, sair da rotina estressante do dia a dia e ter mais intimidade com a diversidade de ambientes e sua rica fauna.
