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Cidade de São Paulo registra queda histórica de 30% em registro de aids


Pelo terceiro ano consecutivo, desde o primeiro registro do vírus na capital paulista, em 1981, os novos casos de HIV caíram. As notificações de aids também apresentam uma diminuição ininterrupta desde 2015. Um feito histórico e inédito. 

Dados do Boletim Epidemiológico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)/Aids da cidade de São Paulo de 2020 divulgados pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde nesta terça-feira, 1º de dezembro, Dia Mundial da Aids, revelam que em 2019 foram registrados 2.946 novos casos de HIV, 11,7% a menos do que em 2018, quando houve 3.340 notificações. Se a comparação for com 2017, a diminuição chega 25% (3.889 casos). Em relação à aids, a queda foi de mais de 20% entre 2018 e 2019 (2.033 casos para 1.623) e chega a 30% na comparação entre 2015 e 2019 (2.421 para 1.623 casos).

“Esses resultados exitosos refletem o trabalho de prevenção e assistência que a Coordenadoria de IST/Aids, em conjunto com outros órgãos da Secretaria Municipal da Saúde, tem feito na cidade de São Paulo. Nos últimos anos, ampliamos os pontos de distribuição de camisinhas, chegando a mais de 40 estações do Metrô e da CPTM, implantamos e expandimos a PrEP [Profilaxia Pré-Exposição] – hoje temos mais de 8 mil pessoas que já iniciaram a profilaxia -, diminuímos em mais de 80% o tempo entre o diagnóstico de HIV e o início do tratamento, com média atual de apenas 20 dias. Além disso, a cidade foi certificada pela eliminação da transmissão vertical do HIV, que acontece da mãe para o bebê”, diz Maria Cristina Abbate, coordenadora da Coordenadoria de IST/Aids.

Perfis
O sexo ainda é a principal via de transmissão do HIV, representando 89% dos novos casos. No sexo masculino, 70,9% dos casos notificados se declararam homossexuais ou bissexuais e 18,5% heterossexuais.

Em 2019, dos cerca de 3 mil novos casos de HIV, mais de 80% (2.404) foram em homens. Nesta proporção, a cada quatro notificações no sexo masculino, uma é no feminino. Os jovens entre 15 e 29 anos concentram quase metade dos novos registros (1.467), com predominância na faixa de 25 a 29 anos.

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Em relação ao quesito raça/cor, a maioria dos novos casos de HIV foi na população autodeclarada como negra, que soma pretos e pardos, com uma taxa de detecção de 100 casos para 100 mil habitantes destes grupos. Na população autodeclarada como branca, a taxa é de 19,4 casos.

No mapeamento da cidade, todas as regiões apresentaram queda na taxa de detecção (TD) – número de casos a cada 100 mil habitantes – do HIV em 2019. O declínio mais acentuado é observado na região central, onde a taxa de 94,6 em 2018 caiu para 74,9 em 2019. A Zona Sul é a que apresenta o menor índice no município, com 20,6 casos a cada 100 mil habitantes.

Aids
Os homens também representaram 80% do total dos novos casos de aids, a doença causada pelo HIV, em 2019 na cidade de São Paulo. No entanto, a aids atingiu uma população um pouco mais velha, entre 25 e 34 anos, representando 35% do total de novos casos no ano passado.

Assim como o HIV, a exposição sexual foi a principal forma de transmissão do vírus nos novos pacientes diagnosticados com aids. Dos mais de 1.600 casos, cerca de 50% foram em homossexuais ou bissexuais e quase 40% em heterossexuais.

A taxa de detecção de aids nos territórios da cidade também diminuiu entre 2018 e 2019, sendo puxada majoritariamente pela região central. No ano passado, foram registrados 27,1 casos a cada 100 mil habitantes, contra uma taxa há dois anos de mais de 40 casos.

Os dados epidemiológicos de aids por raça/cor mostram que a taxa de transmissão é de 54,5 na população autodeclarada como negra e de 10,7 na população autodeclarada como branca.

Além da queda dos novos casos de HIV e aids, outra conquista da cidade de São Paulo é a queda, desde 2009, da taxa de mortalidade pela doença. No ano passado, o índice chegou a 4,8 mortes por 100 mil habitantes, o menor desde 1988. Se comparado com 10 anos atrás, há uma redução de 50% na taxa de mortalidade na capital paulista.

Boletim Epidemiológico
O Boletim Epidemiológico está disponível à população. O documento técnico inclui ainda os dados de sífilis (adquirida, em gestantes e congênita) e os principais índices sobre os serviços da Rede Municipal Especializada (RME) IST/Aids, como pacientes vivendo com HIV/Aids em seguimento e testes realizados em 2019.

A publicação traz, ainda, uma pesquisa inédita no Sistema Único de Saúde sobre a prevalência de casos de clamídia e gonorreia, realizada pela Coordenadoria de IST/Aids da Cidade de São Paulo, em quatro unidades da RME IST/Aids.

Os dados do Boletim Epidemiológico baseiam-se nos casos de aids, HIV e sífilis (gestante e congênita) notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e foram coletados até 30 de junho.

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