A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, construiu a primeira biovaleta na Avenida 23 de Maio, embaixo dos Viadutos Dona Paulina e Brigadeiro Luiz Antônio, na região central da capital.
Trata-se da primeira calçada verde e alagada da cidade que, além da recomposição paisagística do espaço, tem função de integrar o sistema de microdrenagem do município, pois capta as águas superficiais do Corredor Norte-Sul. No local também foram identificadas e preservadas seis minas, cuja água é diariamente despejada no sistema de drenagem.
São 500 metros de uma modalidade de jardim de chuva, denominada tecnicamente de biovaleta, que capta estas águas, filtra e reduz os sedimentos antes de devolvê-la para o sistema de drenagem pluvial. Além destes benefícios, reduzirá a energia das águas que correm pela Avenida 23 de Maio e também trará benefícios paisagísticos e ecológicos, pois minimizará a poluição difusa.
A biovaleta, inédita na cidade, tem plantas aquáticas nativas e exóticas com eficiência comprovada em fitorremediação entre elas: lótus, ciclantus, papiro gigante, tália do pantanal, banana d´agua, biri-amarelo, biri-vermelho, biri-rosa, vetiver, inhame preto, copo-de-leite, calatea zebra, mini papiros, chapéu-de-couro, pontederia azul e açaí.
“Estamos muito contentes em descobrir olhos d´água na região central, e as nascentes puderam ser preservadas com um projeto realmente inovador que estamos implantando. Agora o Centro poderá se orgulhar em tratar a poluição com plantas”, afirmou o subprefeito da Sé, Roberto Arantes.
Para o arquiteto paisagista da Subprefeitura Sé, André Graziano, o ineditismo se dá pela oportunidade de oferecer para a cidade pequenos espaços gentis, em locais de interesse municipal. “São exemplos de sustentabilidade ao alcance da população que a Subprefeitura Sé está transformando em modelos ambientais em microescala”, conclui.
Escadaria verde – Na escadaria do Viaduto Dona Paulina foram criados canteiros para a contenções hídricas com o uso de vegetação ornamental, que recebem as águas da escada, minimizando a sua velocidade. Ao mesmo tempo, a lateral da escadaria traz conforto e beleza a quem usa o local. Foram plantadas mudas de ruellias, lambari roxo e amendoim ornamental, além de petrea azul.
Programa Gentileza Urbana — As intervenções paisagísticas na Subprefeitura Sé visam o melhor aproveitamento do espaço público e do meio-ambiente na região central. Já foram construídos 32 jardins de chuva, 13 vagas verdes, 3 bosques de conservação urbana, landart, biovaleta, escadaria verde e calçadas com poços de infiltração. As ações integram o Programa Gentileza Urbana da Subprefeitura Sé que procura criar pequenos espaços nas ruas e avenidas do Centro para ampliar as possibilidades de estar, lazer, permeabilidade e biodiversidade.
Prêmio FNA 2020 — Em outubro, a Subprefeitura Sé recebeu o prêmio FNA 2020, da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas. Instituído para reconhecer iniciativas que dialogam em favor da Arquitetura e do Urbanismo no Brasil, o Prêmio FNA 2020 contemplou três iniciativas: o Coletivo Salve Natal (RN), o movimento Paraná contra a Covid-19 (PR) e o projeto Gentileza Urbana (SP). Escolhidos dentro de inúmeras indicações vindas dos sindicatos filiados à Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) e entidades de classe, os laureados foram os mais votados pelo Conselho Consultivo, segundo suas boas práticas e condutas com a área arquitetônica e urbana, e compromisso com a sociedade civil.
Indicado pela Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), o programa Gentileza Urbana na Subprefeitura da Sé é destinado à implantação de pequenas intervenções e introdução de áreas verdes, jardins de chuva, vagas verdes, bosques, biovaletas, escadarias verdes e praças, entre outras soluções da natureza para suavizar a aridez do centro da cidade e criar micro espaços de estar e de lazer.