O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu denúncia nesta sexta-feira (18) contra o ex-governador Aécio Neves e mais 15 pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem de dinheiro na licitação e nas obras de construção da Cidade Administrativa, sede do governo estadual.
A denúncia foi aberta por meio da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
De acordo com a investigação da procuradoria, os crimes ocorreram entre 2007 e 2010, mas foram descobertos em dezembro de 2016 através de colaboração premiada no âmbito da Operação Lava Jato .
A conclusão das investigações foi a de que Aécio convidou nove empresas de engenharia para entrar em conluio para fraudar a licitação e repartir ilegalmente os contratos para a execução das obras da Cidade Administrativa.
Os valores contratados, em razão da inexistência de competição na licitação, foram superiores aos valores orçados e superiores aos valores de mercado. Além do sobrepreço do valor do contrato e da fraude à licitação, a porcentagem de 3% dos valores pagos às empresas contratadas foi entregue ao próprio Aécio como propina.
As investigações ainda apontaram que parte da propina foi paga por meio de contratos fictícios e por valores em dinheiro entregues a terceiros, em evidente conduta de ocultação e lavagem de dinheiro.
Conforme a apuração feita pela Polícia Federal (PF), os prejuízos sofridos pelo estado de Minas Gerais superam o valor de R$50 milhões.
