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Lava Jato mira ex-secretário de Transportes do Rio Júlio Lopes


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 Júlio Lopes
Reprodução

Agentes cumprem mandado de busca e apreensão em endereço ligado ao ex-secretário de Transportes Júlio Lopes

O Ministério Público Federal (MPF) realiza nesta segunda-feira (7), em conjunto com a Polícia Federal (PF) e a Receita Federal (RF), a Operação Fim do Túnel, desdobramento das operações Tolypeutes, Ponto Final e Fatura Exposta, para investigar fatos praticados por Júlio Lopes, ex-deputado federal e ex-secretário de Transportes do Rio.

No total, agentes da força-tarefa da Lava Jato cumprem sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais de Lopes e outro contra João Maurício Ottoni de Araújo Pinho, apontado como operador do ex-parlamentar. Lopes atuou como secretário na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

Os investigados responderão pelo crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O MPF sustenta que, entre 29 de junho de 2010 e 04 de novembro de 2014, por ao menos 18 vezes, o ex-secretário de Transportes, em razão de seu cargo, solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagem indevida no valor de, ao menos, R$ 6,5 milhões paga pela Odebrecht .

De acordo com as investigações, Júlio Lopes teria recebido propina em troca de facilitar licitação, contratação e execução das obras de construção da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro.

Na petição apresentada ao juízo da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, o MPF explica, também, que, entre 25 de julho de 2010 e março de 2015, por ao menos 55 vezes, Lopes, com auxílio de seu operador financeiro, “de modo consciente e voluntário, em razão de seu cargo”, solicitou, aceitou promessa e recebeu vantagem indevida no valor de, ao menos, R$ 7,6 milhões, paga pela Fetranspor, tendo praticado e se omitido em praticar atos de ofício, com infração de deveres funcionais, notadamente em relação ao ressarcimento dos valores do Bilhete Único para as empresas.

Lopes é ainda investigado por ter recebido, nos anos de 2016 e 2017, período que exercia o cargo de deputado federal , ao menos 3 parcelas de R$ 250 mil de um empresário da saúde, para exercer influência no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO).

“Pavão na Lava-Jato”

Em maio de 2017, o GLOBO revelou que o Ministério Público cobrava R$ 3 bilhões por fraudes na Linha 4 do Metrô  em uma ação contra 30 réus envolvidos nas irregularidades, entre os quais o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-secretário de Transportes Júlio Lopes e empreiteiras que participaram do consórcio.

As obras da Linha 4 foram iniciadas em março de 2010, pelo Trecho Oeste, enquanto que as obras do Trecho Sul só foram iniciadas em outubro de 2012. A previsão inicial de conclusão das obras e a entrada em operação da Linha 4 era o mês de junho de 2016, porém apenas a ligação entre a Barra (Jardim Oceânico) e Ipanema (Estação General Osório) entrou em operação nesta data. A Estação Gávea tinha previsão para estar concluída em janeiro de 2018 (segundo o termo aditivo nº 4), mas até agora não saiu do papel. Um inquérito civil apura a paralisação da obra.

A Lava-Jato sustenta que Lopes teria recebido R$ 4 milhões da Odebrecht , segundo relato dos delatores Benedicto Barbosa Júnior, o BJ, e Marcos Vidigal do Amaral. Conforme consta no despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, os pagamentos a Lopes foram feitos com os apelidos de “Pavão”, “Bonitinho” e “Velhos”.

O registro do repasse teria sidoi feito pelo setor de Operações Estruturadas, o departamento de propina da Odebrecht. De acordo com os delatores, Lopes teria solicitado pagamento de propina a Lúcio Silvestre Chruczeski, então executivo da Queiroz Galvão. O dinheiro pedido se referia a obras feitas por um consórcio formado pela Odebrecht e liderado pela Queiroz Galvão.

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