O juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo inquérito eleitoral contra o filho do presidente e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), negou ser amigo do advogado do senador, Rodrigo Roca. Roca usou como argumento uma suposta amizade e o fato de já ter defendido o juiz para pedir seu afastamento do caso de Flávio .
O juiz alega que “não me considero amigo (‘amigo íntimo’)” do advogado de Flávio Bolsonaro . “Nos últimos 15 anos só tivemos dois relacionamentos sociais (o último deles foi no ano de 2014), sendo certo que não é comum dois amigos que moram em cidades próximas ou na mesma cidade terem tido somente dois contatos sociais nestes longos anos”.
O advogado de Flávio afirma que “fui advogado dele [do juiz Flávio Itabaiana], estive no casamento da filha dele, já frequentei a casa dele com a minha primeira e segunda mulher. Ele já frequentou a minha. Saímos para confraternizar em família como fazem todos bons amigos . Se, a despeito disso tudo, ele se julga imparcial, sigamos com a causa”.
Contudo, o juiz argumenta que mesmo que eles fossem amigos, isso não possibilitaria que o advogado de Flávio pudesse pedir sua suspensão dos casos do senador.
“Como eu já estava atuando no inquérito policial que tramita na Justiça Eleitoral antes de o Dr. Rodrigo Roca ser constituído advogado do investigado Flávio Bolsonaro, não poderia o referido advogado ingressar nos autos para, representando o investigado, arguir minha suspeição, pois, assim procedendo, estaria fazendo o que o retromencionado art. 256 do Código de Processo Penal não permite, vale dizer, de propósito dando motivo para criar a suspeição”, afirma.
Antes do caso de Flávio Bolsonaro , o juiz já julgou outros três processos com a atuação do advogado e em dois desses decidiu contra os clientes de Roca. “Como se vê, o fato de o Dr. Roca ter atuado como advogado nos três processos não me impediu de atuar como juiz. A propósito, por que o dr., representando seus clientes nos referidos três processos, não arguiu minha suspeição?”, argumentou.