Nos bastidores da indicação do juiz federal Kassio Nunes para a vaga de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), a desembargadora Maria do Carmo Cardoso , Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), é tida como a madrinha para que o nome dele fosse o escolhido. Conhecida como “tia Carminha” pela família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a magistrada é amiga do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo , Maria do Carmo é apontada por participantes do processo como a principal entusiasta da ideia de aproveitar Kassio para uma cadeira no Supremo. Ela ainda seria contra à escolha de seu colega de tribunal para uma futura vaga no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Essa era a ideia inicial para Kassio.
O indicado para o STF, que também atuava no TRF-1, foi apresentado a Flávio há menos de três meses. Na aproximação, Kassio estava em campanha para o STJ. Após a primeira conversa, ele ainda teve ao menos mais dois encontros com o filho do presidente.
À época, o senador tentava garantir a indicação do juiz William Douglas, do Rio de Janeiro, para o STF. Um dos que contribuiu para a mudança de ideia foi o senador Ciro Nogueira (PP-PI), conterrâneo de Kassio e fiador da indicação do juiz para o STJ.
Foi neste momento, segundo assessores do presidente, que Maria do Carmo, considerada uma espécie de conselheira jurídica da família Bolsonaro, entrou na história.
Após ser cogitada para o Supremo, a juíza, segundo relatos à Folha, sugeriu o nome de Kassio para a vaga de Celso de Mello.