Sem diálogo, Centro Paula Souza autoriza retomada das aulas de laboratórios nas Etecs

O protocolo de volta às aulas do Centro Paula Souza deixou a critério dos diretores de cada Etec a decisão de retomar ou não as atividades de laboratório para estudantes do terceiro ano. Essa atribuição está sendo questionada por seu caráter antidemocrático, já que não prevê o necessário diálogo com os diversos segmentos da comunidade escolar: alunos, pais, professores e funcionários. Além disso, como os diretores das Etecs não são concursados e podem ser demitidos sem qualquer justificativa, eles não têm real autonomia para se posicionar contra orientações superiores.

Também causa indignação outro ponto do protocolo, que prevê que cada estudante e funcionário se responsabilize pelo seu equipamento de proteção, eximindo as escolas da obrigação de fornecer máscaras. Não está claro no documento nem mesmo se as unidades vão disponibilizar álcool em gel. “Há uma ilusão na população de que as Etecs são escolas de ponta, com boa estrutura. Mas nós vemos o sucateamento que acontece ao longo dos anos”, alertou a professora Sirlene Maciel em 10/8, em live promovida pelos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador).

Ainda que as Etecs oferecessem todas as condições sanitárias, pais, alunos e professores afirmaram que o risco de contágio ainda seria elevado por conta do transporte público, um dos ambientes mais favoráveis à propagação do coronavírus. “O Centro Paula Souza não abre diálogo com os principais interessados”, reclamou o estudante Guilherme, do coletivo Santa Livre (Etec Santa Ifigênia).