Sem a CDHU, Estado não terá meios para gerenciar habitações populares

Para o presidente do Sincohab, Gerson Primiani, as entrevistas dadas pelo secretário de Projetos, Orçamento e Gestão de Doria não justificam a extinção da CDHU, prevista no PL 529/2020. “Mauro Ricardo diz que a iniciativa privada constrói com melhor qualidade. Quem ouve pensa que a CDHU é uma construtora, mas ela apenas gerencia as licitações. Se a qualidade não está boa, é com a iniciativa privada que o secretário deve reclamar.”

Essa foi apenas uma das incoerências apontadas por Primiani durante sua participação na live de 25/8 promovida pelos parlamentares do PSOL Carlos Giannazi (deputado estadual) e Celso Giannazi (vereador). Nem mesmo a inclusão da companhia no pacote de ajuste fiscal se sustenta, já que a estatal é superavitária. “Todos os seus custos são mantidos pela carteira de mutuários, e ainda sobra dinheiro para reinvestir em habitação.”

De acordo com a equipe de Doria, as funções da CDHU seriam assumidas pela Agência Paulista de Habitação Social ” Casa Paulista e pela própria Secretaria da Habitação.

Responsável pelo estudos socioeconômicos do sindicato, Matheus Sabadin destacou que as empresas privadas têm pouco interesse de construir unidades populares na periferia, empreendimentos com menor lucratividade.