Participando de uma live com servidores da Educação, na semana passada, o secretário Rossieli Soares foi cobrado por agentes de organização escolar (AOE) sobre o concurso de remoção prometido para este ano. Ele riu antes de anunciar que o edital seria publicado no Diário Oficial de sábado, 17/10. Mas não foi um sorriso de satisfação por cumprir um direito que já vinha sendo negado há dois anos.
“Foi uma risada de sarcasmo”, afirmou Heloiza Peggau em 20/10, durante live de AOEs com o deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL). O edital estipula o período de inscrições entre 5/12/2020 e 22/2/2021, mas o escárnio vem com a data de publicação do resultado: 3/11/2021.
Rogério Ferreira lembrou que a mobilização pela retomada dos concursos de remoção é antiga, e em abril o secretário havia se comprometido a realizar a prova para que as remoções tivessem efeito no início de 2021. “Houve um primeiro edital, em agosto, mas Rossieli não honrou sua palavra e a publicação foi anulada.”
“Enquanto não fizermos uma greve nós não seremos respeitados”, afirmou Robson Lustosa, que considera inaceitável remuneração do cargo em relação às responsabilidades que lhes são atribuídas. O salário-base de R$ 1.005 tem de ser acrescido de abono para atingir R$ 1.200, piso do funcionalismo estadual.
Cinthya Miquelino e Evelyn Pazini também abordaram a questão salarial e as condições de trabalho, dois fatores que motivam a alta rotatividade no cargo. “Sem a possibilidade de trabalhar perto de casa, muitos vão pedir exoneração”, disse Cinthya.