InícioPOLÍTICA SPPsicólogos contestam contratação por pregão eletrônico

Psicólogos contestam contratação por pregão eletrônico


Está causando indignação entre os psicólogos os equívocos no processo de contratação de profissionais pela Secretaria da Educação, que se nega a abrir diálogo com as entidades. O tema foi abordado em audiência pública promovida por Carlos Giannazi (PSOL) em 8/11.

Representando o Conselho Regional, Lilian Suzuki explicou que a iniciativa da pasta contraria a Lei federal 13.935/2019 e o Código de Ética da profissão ao confundir psicologia escolar com atendimento clínico. Além disso, qualquer intervenção individualizada seria inviável, dada a enorme desproporção entre o número pretendido de psicólogos (1 mil) frente à quantidade de potenciais pacientes (4 milhões de estudantes e educadores), como destacado por Ângela Soligo, presidente da Associação Brasileira de Ensino em Psicologia.

Roseli Caldas, da Associação Brasileira de Psicologia Escolar, e Beatriz de Paula, do Grupo Interinstitucional Queixa Escolar, destacaram algumas competências do psicólogo educacional, que, sempre atuando em equipes multidisciplinares, deve agregar seus conhecimentos aos projetos pedagógicos e às ações específicas, como aquelas voltadas à superação de estigmas e de situações que causem sofrimento.

Nesse sentido, a professora Maria Cláudia Junqueira, do Centro do Professorado Paulista, teme que a Secretaria da Educação provoque um retrocesso ao tempo em que os docentes indicavam os alunos que precisariam de atendimento psicológico. “Isso só aumentava a estigmatização”, afirmou.

Do Sindicato dos Psicólogos, Marcela Milano considerou que a forma de contratação adequada seria por concurso público, jamais um pregão eletrônico orientado por preço mínimo. “É a uberização do nosso trabalho”, lamentou.

A gravação da reunião já foi enviada à Secretaria e ao Conselho Estadual de Educação, com um apelo para que a licitação seja imediatamente suspensa e que seja aberto diálogo. Além disso Giannazi encaminhou ofício ao Tribunal de Contas do Estado apontando as irregularidades do pregão, inclusive indícios de direcionamento e solicitando a suspensão imediata do mesmo!

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