“Quero saber se poderemos colocar os corpos das crianças na porta do secretário da Educação quando elas falecerem”, afirmou Debora Goulart, ex-diretora de escola municipal e atualmente professora do departamento de Ciências Sociais da Unifesp. Ela destacou também a possibilidade de responsabilizar o gestor civil e penalmente por essas mortes. “É uma decisão consciente de matar crianças”, afirmou.
Debora participou de videoconferência com o deputado Carlos Giannazi e o vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL), em 22/7, data em que foi pautado na Câmara paulistana o Projeto de Lei 452/2020, que, a pretexto de preparar a volta às aulas na capital, amplia o desmonte da rede, estendendo o uso de voucher – hoje restrito às creches – para a pré-escola; autorizando a contratação de educadores temporários em detrimento dos concursados e possibilitando a contratação de empresa terceirizada para aplicar avaliações.
A gestora de uma Emei na Lapa, Simone Cavalcante, tomou ciência das medidas sanitárias a serem adotadas via imprensa, tamanha a falta de diálogo na SME. “É um protocolo que não representa a nossa realidade. E, mais grave, cria nas famílias uma sensação de segurança que não existe”, acrescentou.