Carlos Giannazi (PSOL) mais uma vez acionou o Ministério Público estadual contra a volta às aulas durante a pandemia, agora anunciada pelo prefeito Bruno Covas para 3/11. A decisão envolve o ensino médio da rede municipal e das redes estadual e privada circunscritas na capital.
“É uma data muito próxima da eleição do dia 15”, salientou o deputado na tribuna da Alesp, em 23/10, afirmando que a medida é um aceno aos setores que defendem a retomada da economia a qualquer custo, como a Fiesp e a Associação Comercial, mas principalmente as escolas particulares. “Essas escolas de elite precisam justificar a cobrança de boletos, sobretudo os de rematrícula.”
A tese utilizada por Covas para embasar a medida é que os estudantes dessa faixa etária já estariam circulando, portanto já estariam contaminados ou se contaminando com o coronavírus. Giannazi discorda da premissa, já que há muitos jovens evitando a exposição ao vírus, principalmente para resguardar seus familiares. Mas o maior problema é a lógica usada pelo prefeito. “Se os alunos estiverem mesmo contaminados, os professores e funcionários estarão sendo expostos a um risco injustificável. Será um genocídio na educação.”
Com a experiência de professor e diretor de escola municipal, o deputado ainda pontuou que o ano letivo já está quase terminando e que a retomada das aulas presenciais na metade do quarto bimestre não teria qualquer tipo de relevância no processo ensino-aprendizagem.