Conforme explicou Eduardo Melander Filho, do Movimento Garça Vermelha, em muitos casos são os proprietários das terras que, impedidos legalmente de lotear, usam testas de ferro para vender os terrenos. Isso quando não se trata de terras públicas griladas. Ele ainda afirmou que o município, apesar de ter acesso a fotos aéreas, se omite de fiscalizar. “Já os movimentos organizados, como o MTST, nunca ocupam áreas de proteção”, ressalvou.
Marta Ângela Marcondes, pesquisadora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, afirmou que o maior impacto ecológico acontece de forma legal, com obras tocadas por grandes empreiteiras. É o caso do Parque dos Búfalos, onde foram erguidos 140 prédios, e do Rodoanel, que comprometeu a qualidade da água de todo um braço da Billings.
“O que não pode acontecer é a criminalização das pessoas que foram empurradas para essas áreas, vítimas da desigualdade social”, salientou Carlos Giannazi. “Não existe oposição entre o movimento ambientalista e o habitacional.”