Obviamente sem intenção, Bolsonaro prestou uma homenagem ao funcionalismo no Dia do Servidor Público. Seu decreto de privatização do SUS foi na prática uma enquete para saber em quem o povo deposita sua confiança: na iniciativa privada ou no serviço público. “Amplos setores da sociedade se mobilizaram, e a pressão foi tão intensa que ele teve de recuar no mesmo dia”, afirmou o Carlos Giannazi (PSOL), na live que comemorou o 28 de Outubro.
“Quem mais precisa dos serviços públicos são os mais carentes, e foi para eles que escolhemos nos dedicar quando nos tornamos servidores”, afirmou Margarida Genofre, vice-presidente do Sindicato dos Professores da Rede Municipal (Aprofem).
José Gozze, presidente da Pública ” Central do Servidor, afirmou que demonização do servidor público se acirrou após o impeachment de Dilma, que foi motivado pelo interesse das grandes corporações em tomar conta do Estado. E jogar a população contra o servidor é fundamental nesse processo, pois a estabilidade dá respaldo para que os concursados possam denunciar ilegalidades.
Se a reforma administrativa (PEC 32) for aprovada, não haverá mais concursos. “Será o fim do Brasil que conhecemos”, complementou o professor João Chaves, presidente da Adunesp.
Também participaram da live o servidor do Oncocentro Valter Bezerra, o policial penal Fábio Jabá, o professor Severino Honorato e o vereador Celso Giannazi (PSOL), também ele servidor municipal licenciado. Todos destacaram que a data, mais do que nunca, se transformou em um dia de luta e de resistência.