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Democracia nas periferias é debatida em live


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“Não faz sentido falar que estamos em luta pela preservação da democracia, porque o que nós tivemos nesses 30 anos de Nova República foi, no máximo, uma democracia geograficamente organizada. Dez quilômetros além de Higienópolis ela deixa de existir.” A análise é do filósofo Vladimir Safatle, convidado do deputado Carlos Giannazi e do vereador Celso Giannazi (ambos do PSOL) na live transmitida em 11/6.

Titular da cadeira de Teoria das Ciências Humanas na FFLCH-USP, Safatle disse que nas periferias nunca existiu Estado de Direito. “Se a banda podre da polícia quiser invadir a sua casa, ela vai arrebentar a sua porta sem mandado, vai te extorquir, e você estará indefeso, submetido a um regime de milícia. Cidadania é uma invenção que foi desenvolvida para um setor muito específico da sociedade.”

Por isso, o pensador vê com restrições uma frente ampla contra Bolsonaro, já que boa parte dessas forças não pretende romper com o modelo de organização desenvolvido a partir do latifúndio escravagista. “Nós não vamos construir nada juntos. Essas pessoas fazem parte do problema.”

No Brasil, ao contrário dos outros países latino-americanos, duas particularidades criaram solo fértil para o neofascismo: a herança do integralismo dos anos 1930, que foi o maior movimento fascista fora da Europa, com 1,2 milhão de aderentes; e a ausência de punição aos crimes cometidos durante a ditadura militar. “As Forças Armadas e todos os setores que as apoiaram ficaram incólumes e estão se desrecalcando agora.”

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